In Verbis


icon-doc
REVISTA DE 2018

Presidente ASJP lamenta que estatuto esqueça parte remuneratória

  • PDF

asjp2A presidente cessante da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) lamentou hoje que a questão remuneratória tenha ficado de fora do Estatuto dos Magistrados Judiciais aprovado em Conselho de Ministros, mas não se mostrou surpreendida com tal facto.

Em declarações à agência Lusa, Manuela Paupério referiu que, durante as negociações relativas ao Estatuto, o Ministério da Justiça (MJ) manteve uma "grande intransigência" relativamente à questão remuneratória, não discutindo essa matéria, quando, na opinião da ASJP, "a parte remuneratória é intrínseca ao Estatuto"

Manuela Paupério entende, assim, que o Estatuto hoje aprovado está "incompleto", observando que os magistrados judiciais abdicaram de fazer greve por terem a promessa de deputados da Assembleia da República de que quando o diploma fosse discutido no Parlamento a questão remuneratória seria devidamente discutida.

"Espero que os deputados honrem a palavra dada", disse a presidente da ASJP, sublinhando que o Estatuto não pode consagrar unicamente deveres, esquecendo direitos. A ASJP, lembrou, vê a questão remuneratória como uma garantia da independência do poder judicial.

A dirigente da ASJP alertou que, com a nova organização judiciária, foi criada a figura do juiz presidente da comarca, o qual, embora em funções na primeira instância, fica com um salário e ajudas de custo que superam a remuneração dos juízes dos tribunais superiores, criando assim uma "entorse" no sistema.

Em relação à proposta de lei hoje aprovada, Manuela Paupério espera que contenha as normas que foram negociadas com a ASJP, admitindo que tais alterações possam ser melhoradas durante o processo legislativo.

O Conselho de Ministros aprovou hoje a proposta de lei que altera o Estatuto dos Magistrados Judiciais, conformando-o com o novo desenho da organização judiciária aplicado em 2013. "Tendo decorrido mais de 30 anos sobre a aprovação do Estatuto dos Magistrados Judiciais em vigor, considerou-se adequado propor uma intervenção mais abrangente que permitisse não só a atualização, mas também o aperfeiçoamento do estatuto, vincando os princípios estruturantes do exercício da função judicial", indica o comunicado da reunião do Conselho de Ministros.

Segundo o Governo, o estatuto dos juízes será agora tendencialmente ordenado pelo "princípio da autossuficiência regulatória e da unidade estatutária, regendo todas as vertentes do exercício da função judicial".

Lusa/DN | 22-03-2018

Comentários (0)


Exibir/Esconder comentários

Escreva o seu comentário

reduzir | aumentar

busy

Últimos conteúdos

«Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de ...

Para aceder aos conteúdos anteriores da Revista Digital InVerbis: 2018 Prima no menu superior e seleccione a secção cuj...

A economia portuguesa continua a abrandar. De acordo com os dados da OCDE, em maio, esta trajetória descendente no ritmo...

{youtube}wp7AkPKfgJY{/youtube}(c) JUSTAMENTE Falar de Justiça Um Alerta ASJP | Ao serviço dos Cidadãos ...

Últimos comentários

  • Fim

    É com tristeza que vejo o fim, quem sabe uma interrupção, deste espaço de informação e debate. Bem haja pelo empenhamento e ...

  • Fim

    Ao Senhor Juiz Joel quero agradecer este espaço livre e independente de interessantes e proveitosos debates sobre o tema da Justi...

  • Fim

    Obrigado, caríssimo Colega, pela brilhante revista digital, por mim e tantos outros consultada diariamente! Lamento, profundament...

Forense Magistrados: Juízes Presidente ASJP lamenta que estatuto esqueça parte remuneratória

© InVerbis | Revista Digital | 2018.

Sítios do Portal Verbo Jurídico