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REVISTA DE 2017

Processos pendentes nos tribunais diminuíram

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Os processos pendentes nos tribunais judiciais de primeira instância diminuíram 13,3% em 2016 face ao ano anterior, tendo sido a taxa de resolução processual a mais elevada dos últimos 20 anos, revelou o Ministério da Justiça.

Esta redução ficou a dever-se "ao facto de o número de processos findos ter superado o número de processos entrados, correspondendo a uma taxa de resolução processual de 131,3%, a mais elevada dos últimos 20 anos", segundo os dados da Direcção-Geral de Política de Justiça (DGPJ) divulgados pelo Ministério da Justiça.

Os resultados estatísticos da Justiça indicam que, a 31 de Dezembro de 2016, o número de processos pendentes nos tribunais judiciais de primeira instância era de 1.136.292.

A taxa de resolução processual, que mede a capacidade do sistema num determinado ano para enfrentar a procura verificada no mesmo período, foi de 131,3% no ano passado, tendo-se registado uma melhoria face aos valores de 103,8% e 122,1% em 2014 e 2015, respectivamente.

Os dados mostram também que estas variações resultam, em grande parte, dos movimentos processuais cíveis, que representam cerca de 63% dos processos entrados e 70% dos processos findos nos tribunais judiciais de primeira instância.

Os processos de acção executiva cível foram os que mais contribuíram para a diminuição da pendência, tendo-se verificado um saldo processual (diferença entre processos findos e processos entrados) de menos 174.658, referem as estatísticas da DGPJ, avançando que também os tribunais administrativos e fiscais registaram uma diminuição dos processos pendentes, em 2016.

O Ministério da Justiça sublinha que o número de processos pendentes nos tribunais administrativos e fiscais de primeira instância registou um decréscimo de 4% no ano passado, correspondente a uma taxa de resolução processual de 111,5%.

"Este resultado fica a dever-se ao facto de o número de processos findos ter superado o número de processos entrados", referem os dados, frisando que "os valores resultam, maioritariamente, dos movimentos processuais na matéria fiscal, que representavam, em 2016, cerca de 63% dos processos entrados e 70% dos processos findos nos tribunais administrativos e fiscais de primeira instância".

As estatísticas daquele organismo do Ministério da Justiça destacam igualmente que o tipo de processo que mais contribuiu para a pendência foi o comportamento dos processos de impugnação.

A DGPJ indica ainda que, no quarto trimestre de 2016, o número de ações executivas cíveis pendentes decresceu 14%, face aos últimos três meses do ano anterior. Segundo a DGPJ, a taxa de resolução processual foi, neste período, de 199,3%, tendo como efeito a diminuição verificada na pendência nesse trimestre.

Lusa/Público | 29-04-2017

Comentários (3)


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Si.. Falta saber o número de processos entrados - é que a diminuição pode estar desde logo aqui....
cblue , 03 Maio 2017 - 15:42:54 hr.
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A malta emigrou, a conflitualidade reduziu-se e os processos diminuíram. Nada de novo...
Valmoster , 04 Maio 2017 - 16:09:37 hr.
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Há que consultar os dados disponibilizados pela DGPJ no seu site. Fazendo-o resulta que apesar de ser menor o número de entradas nos últimos 3 anos, o número de processos concluídos é muito superior não apenas ao número de entradas destes 3 anos, mas também ao número de entradas dos anos anteriores que eram superiores aos dos findos. Ou seja, diversamente do que andam por aí a dizer, apesar de a justiça ainda ser muito demorada na Primeira Instância, é muito positivo observar que, sim, estamos a recuperar imenso. Médias 130% a 140% de taxa de resolução é de louvar.

É momento de deixarem de estar sempre a criticar a justiça.
E leiam este artigo de Miguel Esteves Cardoso, que foi escrito ANTES destes últimos números terem sido revelados.

https://www.publico.pt/2017/04/11/sociedade/noticia/devagar-mas-bem-1768325

Devagar mas bem
A lentidão e a demora são grandes e injustos castigos, já se sabe. Mas, apesar de todos os terríveis constrangimentos, os tribunais portugueses têm conseguido apressar-se.
11 de Abril de 2017, 7:23

O leitor de jornais fica satisfeito quando um título, um subtítulo e um texto se completam perfeitamente. Não se perdeu tempo nem a ler o título: “Queixa dos consumidores portugueses são as que mais demoram a ser atendidas na UE.” É o que mais ressalta da mais recente análise do Painel de Avaliação da Justiça na UE (PAJU), lincado para não haver dúvidas. Compare-se, por exemplo, com o vápido título do Painel: "Sistemas judiciais estão mais eficientes, mas ainda há trabalho a fazer.”

O subtítulo faz um bom resumo: “PAJU revela que tribunais portugueses continuam demasiado lentos, apesar de terem melhorado.” Mas o texto, escrito por Ana Henriques, é indispensável para ficar com uma ideia do progresso dos tribunais nacionais. Há sete anos Portugal era o país mais lento, com 1100 dias de demora. Agora reduziu para 700 e já há um país pior (o Chipre).

Portugal foi o segundo melhor país (a seguir à Estónia) na taxa de resolução processual. Se 100% é a média, Portugal teve 120%. Está também em segundo lugar no que toca a recursos relacionados com a protecção do consumidor. Há mais, claro. Mas lá está: é preciso ler o texto de Ana Henriques.

A lentidão e a demora são grandes e injustos castigos, já se sabe. Mas, apesar de todos os terríveis constrangimentos, os tribunais portugueses têm conseguido apressar-se. Na questão da qualidade da resposta estão, mais uma vez, de parabéns. É caso para agradecer e perguntar o que não fariam com um bocadinho de ajuda — e compreensão.
Tisanas , 04 Maio 2017 - 17:45:46 hr.

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