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REVISTA DE 2017

Pedrógão Grande - Ministério Público vai abrir inquérito criminal

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O Ministério Público vai abrir um inquérito criminal para determinar as causas do incêndio que começou em Pedrógão Grande no sábado, no norte do distrito de Leiria, disse hoje à agência Lusa o procurador distrital de Coimbra. É preciso comprovar a teoria da Polícia Judiciária de que o fogo em Pedrógão Grande teve origem natural e não criminosa.

A notícia da abertura do inquérito criminal foi avançada pelo jornal Observador e confirmada à Lusa pelo procurador-geral distrital de Coimbra, Euclides Dâmaso.

“Vai ser aberto um inquérito”, afirmou Euclides Dâmaso, sublinhando que se tem de comprovar a teoria avançada pela Polícia Judiciária (PJ), que apontou trovoadas secas como as causas do incêndio, tendo encontrado uma árvore que foi atingida por um raio. “Não tenho razões para desconfiar, mas tem que ficar comprovado no inquérito”, referiu Euclides Dâmaso.

Caso se confirme que o incêndio foi provocado por trovoadas secas, o Ministério Público procederá ao arquivamento do processo.

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, em declarações esta noite aos jornalistas em Pedrógão Grande, optou por não comentar a decisão do Ministério Público, sublinhando que agora é necessário “concentrar os esforços neste combate”. Sobre o combate, a membro do executivo socialista sublinhou que se vai tentar “trazer mais recursos disponíveis noutros distritos” para o incêndio que começou no sábado em Pedrógão Grande, acrescentando que não há nova atualização sobre o número de 62 mortos e de 62 feridos.

Questionada sobre a possibilidade de se demitir face ao número de vítimas mortais, Constança Urbano de Sousa frisou que este “não é o momento” para se pensar nisso. “Este é o momento para agir e para encontrar soluções para um problema. É isso que estou aqui a fazer”, vincou a ministra.

O fogo, que deflagrou às 13:43 de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.

O último balanço dá conta de 62 mortos civis e 62 feridos, dois deles em estado grave. Entre os operacionais, registam-se dez feridos, quatro em estado grave. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.

O Governo decretou três dias de luto nacional, até terça-feira.

Lusa / 19-06-2017

Comentários (3)


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É muito suspeito que o Diretor da PJ, tenha vindo a terreiro, poucas horas após, sentenciar que o fogo teve origem num raio. Dá sinais claros que, como prosélito do PS e apaniguado dos que lhe mantêm o lugar, quis logo branquear e descartar responsabilidades política dos seus "donos". Grande investigação. Uma PJ que demora quase dois meses a encontrar o furagido Pedro Dias -- e mesmo assim teve de ser ele a entregar-se ! -- que continua no encalce dos fugitivos da prisão, conseguiu em meia dúzia de horas descobrir a árvore e a causa certa, segura e inabalável do incêndio. Poupem-me. Não façam dos portugueses ingénuos. Já se sabe que agora mesmo que o MP tenha aberto inquérito os inspetores da PJ tudo farão para não encontrar a verdade que seja diferente da oficial.

É que os testemunhos das pessoas do local são completamente diferentes...

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-06-19-No-pinhal-onde-a-tragedia-comecou--testemunhas-contam-o-que-viram-
"Habitantes de Escalos Fundeiros, aldeia onde parece ter iniciado o incêndio que já matou mais de 60 pessoas, contestam a tese da Polícia Judiciária de que o fogo de Pedrógão Grande foi causado por uma trovoada seca"
A tese, porém, não convence os moradores. Miguel Serrano garante que ninguém ali ouviu qualquer trovoada próxima da aldeia. “Andam para aí a inventar que caiu um raio numa destas árvores, mas os únicos trovões que ouvi nessa tarde estavam longe, para os lados da Sertã”.
Também Alcinda Barata, uma reformada de 71 anos, que por causa de uma operação recente a um joelho é obrigada a andar apoiada em muletas, não tem dúvidas de que o fogo começou ali naquele pinhal, de facto, mas muitas horas antes de escutar os primeiros estrondos vindos do céu. “Depois do almoço, acordei o meu marido porque vi um fumo muito espesso a aproximar-se da nossa horta”, conta. Como não se podia deslocar para a pequena herdade onde há videiras, cerejeiras e oliveiras, por causa das dores no joelho, foi o marido que acabou por ver de perto o mato a arder. “Quando os bombeiros chegaram já era tarde. O fogo tinha-se espalhado em várias direções.”
O relato sobre as horas que se seguiram emocionam esta ex-emigrante na Suíça. Mais abalada fica quando surge a conversa sobre a dita trovoada seca. “Enerva-me estarem por ai a dizer que foi um raio que fez começar o fogo. Só ao fim do dia é que escutei uma ou duas trovoadas, mas nada de especial. Eram assim como estas, estão a ouvir?”
Paulo , 19 Junho 2017 - 12:27:09 hr.
Inquéritos precisam-se...
Abra-se um inquérito com a PJ como arguido e investiguem-se "os factos"...
Abra-se também um inquérito ao MP, para aferir se é necessário ou pode extinguir-se!
Zeus , 24 Junho 2017 - 23:17:10 hr.
...
Não é preciso inquérito nenhum.
É evidente que, numa certa perspectiva, tudo melhoraria se o Ministério Público fosse pura e simplesmente extinto (repartindo-se, depois, as suas atribuições e competências pela administração pública ou mesmo - porque não? - pelos privados).
monteiro , 02 Julho 2017 - 10:21:23 hr.

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