Advogados aconselham sobreviventes e familiares de vítimas a constituírem-se assistentes no inquérito aberto pelo Ministério Público.
Os sobreviventes e familiares das vítimas da tragédia de Pedrógão podem vir a interpor ações administrativas de responsabilidade civil contra o Estado, independentemente das conclusões do inquérito que foi aberto pelo Ministério Público.
Segundo a opinião unânime dos advogados ouvidos pelo CM, os primeiros passos a dar pelos sobreviventes é constituírem-se assistentes no inquérito e acionarem os respetivos seguros, caso existam, para serem ressarcidos.
"Poderá haver responsabilidades a vários níveis e de várias entidades, mas será muito difícil apurá-las", considera Francisco Colaço, sócio da sociedade de advogados Albuquerque & Associados, explicando que "a negligência é indemnizável", mas "dificilmente" alguém será responsabilizado. Para Vasco Marques Correia "o principal problema tem que ver com o nexo de causalidade." "Temos um conjunto de situações muito diversificadas", diz o advogado que, sobre a atuação da GNR no caso da estrada nacional onde morreram 47 pessoas, entende que "dificilmente haverá responsabilidade penal".
Pode haver responsabilidade do Estado por negligência ou omissão, desde o incumprimento na limpeza dos terrenos à atuação das autoridades já perante a tragédia, mas a dificuldade na responsabilização deverá condenar o inquérito ao arquivamento.
"Os danos neste caso são muito extensos, mas não é por haver danos que quer dizer que haja responsabilidade", sublinha, por outro lado, Miguel Lorena Brito, especialista em Direito Administrativo da sociedade de advogados FCB, acrescentando: "O Estado responde se, por ação ou omissão, for responsabilizado".
Perante esta situação, os familiares das vítimas poderão requerer a abertura de instrução, como explica o advogado Ricardo Sá Fernandes, e interpor ações nos tribunais administrativos.
PORMENORES
Inquérito em Leiria
O inquérito-crime a tragédia de Pedrógão foi aberto por determinação do procurador distrital de Coimbra, EuclidesDâmaso e está registado no DIAP de Leiria,. O inquérito, obrigatório quando há mortes, procura apurar as causas do incêndio.
Magistrados no terreno
Três procuradores do Ministério Público - a coordenadora do DIAP de Leiria, o coordenador da comarca de Leiria e uma magistrada de Figueirú dos Vinhos - estiveram no terreno a acompanhar a Polícia Judiciária e a Medicina Legal nas perícias e na recolha dos corpos.
Causas do incêndio
O principal objetivo do inquérito do Ministério Público é apurar a. origem do incêndio: se teve mão criminosa ou causas naturais, estando tudo a apontar para a segunda hipótese-uma trovoada seca que levou a que um raio : atingisse uma árvore.
Ana Luísa Nascimento | Correio da Manhã | 21-06-2017
Comentários (8)
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nao sei qual é o seu problema com os advogados senhor «digo», presumo que alguma frustração deva pairar nessa sua cabeça...
enfim...
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Presumo que o senhor «digo» careça de falta de informação sobre o papel dos advogados na sociedade! Ou, entao, alguma frustaçao, quiça, por falta de capacidade intelectual.
Enfim!...
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A PM britânica pediu desculpa aos ingleses no caso do incêndio do edifício em Londres. O Passos Coelho pediu desculpa por ter sido induzido em erro com uma falsa informação no caso de suicídios que, afinal, não tiveram lugar.
Por que é que a arrogância do António Costa o impede de pedir desculpa?
Medo de perder votos? Apego ao poder? Arrogância mesmo? Falta de educação? Complexo de superioridade? Falta de humildade? A esquerda é mesmo assim?
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