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REVISTA DE 2017

Advogados: mais de 70% querem emigrar ou mudar de emprego

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Os advogados especialistas estão no topo dos requisitos de recrutamento dos escritórios, 72% dos advogados consideram mudar de emprego neste ano e 76% estão disponíveis para emigrar e trabalhar no estrangeiro.

As conclusões constam do Guia do Mercado Laboral 2017, da consultora em recrutamento Hays, que todos os anos divulga uma análise detalhada da tendência do mercado de trabalho em várias áreas qualificadas em Portugal, com base em inquéritos realizados ao longo do ano. Neste caso, o universo de inquiridos foi de 840 empregadores e 2600 profissionais da área.

O DN contactou alguns advogados que admitiram que as condições de trabalho da advocacia em Portugal nem sempre são as melhores. E que isso poderá ser uma das causas que expliquem estas percentagens. "Não escondo que as condições podiam de facto ser melhores. Acho que a Ordem dos Advogados tudo tem feito, principalmente pelos colegas mais novos. São eles o futuro da profissão", explica o advogado Rui Alves Pereira, que exerce há 18 anos.

O DN falou com um jovem advogado, de 32 anos e cinco de profissão, que decidiu, "depois de muita ponderação", tentar a sorte em Londres. José Maria Matoso admite que se fartou dos salários baixos e horários alargados dos últimos anos. "Não tenho nada que me prenda aqui, por isso vou tentar a minha sorte como in-house lawyer" numa empresa de renome internacional, que preferiu não revelar. "Passo dos mil euros mensais para os três mil líquidos", diz ao DN.

Especialistas ou generalistas?

Para 2017, o guia da Hays perspetiva que "continuará a ser necessário apostar na divisão dos departamentos jurídicos em equipas mais especializadas" nos escritórios de advogados. Uma necessidade que "continuará a potenciar a procura de perfis especializados e simultaneamente a diminuir o interesse do mercado por advogados generalistas". O advogado Rui Maurício admite que "há e haverá sempre lugar para profissionais mais generalistas. Contudo, a intervenção cirúrgica estará cada vez mais reservada aos profissionais especializados", explica ao DN o fundador de um escritório de média dimensão em Lisboa.

"Cada vez mais o direito acompanha a complexidade e a dinâmica das sociedades em que vivemos e do fenómeno da globalização num mundo cada vez mais aberto, pelo que o caminho da advocacia passa pela especialização", explica Rui Alves Pereira, especialista reconhecido na área de família e menores.

Em janeiro do ano passado, a Ordem publicou o Regulamento Geral das Especialidades, em que criou 14 especialidades distintas. O DN tentou obter o número de advogados que já pediram o título de especialista à Ordem, mas os dados ainda não estão contabilizados.

Também a subir nas contratações de escritórios de advogados (seja em sociedades de advogados ou escritórios de prática individual) estão os advogados internos nas empresas (in-house lawyers) e profissionais de marketing e comunicação .

O estudo relativo ao ano passado revela que 44% dos advogados não negociaram o pacote salarial atual, 33% foram aumentados, 6% foram promovidos e 33% recusaram ofertas de emprego.

Filipa Ambrósio de Sousa | Diário de Notícias | 02-03-2017

Comentários (2)


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Se as Faculdades de Direitos encerrarem durante 5 anos não vai mal nenhum ao mundo do direito e da justiça.
Se voltarem a abrir, que o façam a quem tiver média superior a 14 valores.
Alcides , 04 Março 2017 - 18:09:41 hr.
média superior a 14 valores?
Sr. Comentador Alcides
Isso já acontece nas Universidades Públicas.
Mas não acha que está a ser elitista? Eu entrei com 15,3, mas Portugal sempre deu oportunidade a todos os cidadãos, independentemente da sua condição social e económica, de se tornare licenciados.
Como qualquer advogado lhe diria; é o mercado que faz a seleção dos advogados que continuam na profissão. Eu diria; são as grandes sociedades de advogados e os seus encostos ao Poder.

Nos hospitais públicos, os utentes são obrigados a serem atendidos por médicos que nem falam português e os despacham em segundos enquanto muitos jovens portugueses, por não terem média mas vocação, seguem outros cursos ou vão para outros países cursar medicina.

x , 05 Março 2017 - 11:13:32 hr.

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