Os agentes da PSP que receberam pistolas-metralhadoras para assegurar o reforço de patrulhamento a instalações mais sensíveis durante a época de Natal e Ano Novo não têm formação regular para o uso deste tipo de armamento de guerra.
Receberam, apenas, uma formação teórica à pressa. Além disso, segundo sindicatos da polícia disseram ao CM, a Pietro Beretta M12S (metralhadora que equipa a PSP) já está obsoleta – e apresenta até problemas de segurança para os agentes.
A decisão de reforço de patrulhamento em áreas comerciais e instalações diplomáticas e governamentais durante o mês de dezembro foi tomada pelo atual Governo, que considerou credíveis os alertas terroristas europeus que englobavam Portugal.
Assim, a Direção Nacional da PSP teve de, em pouco tempo, pedir aos comandos de polícia que equipassem as patrulhas com armamento mais ostensivo.
Patrulheiros e agentes de Equipas de Intervenção Rápida, que só têm noções básicas do uso da Pietro Beretta M12S durante os respetivos cursos de formação, sem quaisquer formações posteriores, foram submetidos a cursos teóricos de poucos dias dados por formadores licenciados. "Depois foram logo para o terreno sem saber muito bem ao que iam", diz Peixoto Rodrigues, presidente do SUP.
Além disso, acrescentam os responsáveis dos sindicatos, a M12S já tem 35 anos de serviço na PSP. "Não há atualmente dinheiro para substituição das mesmas e a arma tem um problema no mecanismo de segurança. Se cair no chão, pode disparar sozinha", acrescenta Paulo Rodrigues, da ASPP. Por sua vez, Henrique Figueiredo, o presidente do Sindicato Nacional de Oficiais, defende "a necessidade de planos de formação mais específicos e frequentes no tiro".
Miguel Curado | Correio da Manhã | 05-01-2016
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