A Constituição da República prevê que o apoio judiciário seja assegurado a todos "não podendo a justiça ser denegada por insuficiência de meios económicos". O problema, escreve o Diário de Notícias, é que existem casos em que uma mesma pessoa solicita, centenas de vezes, este apoio para litigâncias pouco relevantes. No Centro Distrital do Instituto de Segurança Social do Porto existe um caso em que uma mesma pessoa tem ao seu serviço 140 advogados pagos pelos contribuintes.
A grande investigação do Diário de Notícias revela, esta terça-feira, que há pessoas que 'usam e abusam' do apoio judiciário dado pelo Estado, uma vez que este está consagrado na Constituição da República.
O caso mais polémico foi descoberto no Centro Distrital do Instituto de Segurança Social do Porto onde uma pessoa tem ao seu serviço 140 advogados a trabalhar em 140 processos diferentes.
Para tentar travar este abuso por parte dos beneficiários, o Ministério da Justiça criou um grupo de trabalho cujo objetivo é o de alterar a legislação de acesso a este direito, mas, segundo uma fonte da tutela referiu ao Diário de Notícias, "ainda não há conclusões do grupo de trabalho".
Esta problemática já tinha sido abordada, em setembro, pela diretora do Gabinete de Assuntos Jurídicos, Ana Simões Correia.
"[É necessária] uma consciencialização de todos os agentes para a necessidade de, no imediato, serem tomadas medidas que possam inverter uma previsível e possível falência do sistema a médio/longo prazo", referiu durante uma conferência sobre 'Sustentabilidade do apoio judiciário na defesa do Estado de direito e do Estado social'.
O gabinete do Ministério da Segurança Social cedeu, ao Diário de Notícias, dados que mostram que em 2013 foram aceites 167 698 pedidos de apoio judiciário, o segundo valor mais elevado dos últimos dez anos.
Já de acordo com dados do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, referentes a 2012, o apoio judiciário custou ao Ministério da Justiça e, portanto, aos contribuintes, 59,5 milhões de euros, sendo que apenas 45,97 milhões foram realmente pagos.
Notícias ao Minuto | 15-04-2015
Comentários (30)
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Fez avaliação psicológica e tem "comportamento patológico, personalidade cismática e carácter paranóide." (sic)
Processa todo o mundo parar pagar despesas do hospital dos pais e depois despesas do funeral dos mesmos. Não é invenção minha. Tenho ali as certidões.
Há "advogados" sem escrúpulos que lhe assinam peças desse género.
Propôs uma acção contra uma advogada do Porto a pedir um milhão e quinhentos mil euros dessa forma. O advogado que assinou isso vai receber dinheiro bom para assinar aquilo que é por ela redigido.
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Vitor Toscano, não é verdade que a Ordem dos Advogados não averigue denúncias feitas contra advogados. Eu sou o primeiro a achar que a OA nem sequer deveria existir, mas se há coisa que esses senhores gostam de fazer, até para demonstrar a toda a gente que não são completamente inúteis, é instaurar processos disciplinares aos mínimos sinais de irregularidades.
Nada disto, no entanto, tem a ver com o tema. É verdade que há pessoas beligerantes por natureza e que descobriram no apoio judiciário uma forma para dar azo aos seus devaneios. Essas situações nem sempre são imediatamente perceptíveis pelos advogados. Nós não somos psicólogos nem psiquiatras. À partida, a nossa postura em relação ao cliente não é desconfiar dele, mas procurar compreendê-lo e tentar estabelecer empatia com ele.
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Relativamente a alguns oficiosos, todos nós sabemos que têm problemas de personalidade, mas não são só eles, há comentadores que ao longo dos tempos vão deixando transparecer nas caixas de comentários de blogues e jornais os problemas patológicos de que são portadores, razão pela qual não se lhe deve dar troco, senão ainda agravamos mais a sua lamentável doença.
Ainda não há muito tempo que tive uma senhora oficiosa, de Bíblia e crucifixo na mão, que a todo o custo queria que requeresse a abertura de instrução, dizendo cobras e lagartos da Magistrada do MP. Não o fiz, porque entendi que não o devia fazer, não tinha ponta por onde se lhe pegar. O problema estava nela, que tinha problemas psíquicos graves e dei conta desse facto à OA, pedi dispensa e propus que não lhe fosse nomeado mais nenhum advogado, eu era o terceiro. A Ordem, e bem, informou-a que não lhe ia nomear mais ninguém, tendo-lhe dado prazo para se pronunciar, o que não fez e, esse processo terminou aí!
Só para constar, não recebi nada pelo processo.
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Na verdade, neste país existem duas justiças: aquela que é acessível a quem tem dinheiro e advogados tarefeiros para as suas acções e também àqueles que usam e abusam da litigância porque lhes sai à borla com o apoio judiciário; e os outros que, por terem de pagar custas, taxas de justiça e honorários de advogados FOGEM dos tribunais, ainda que se sintam lesados. É que estes perdem sempre, de uma forma ou de outra.
No abuso de pedido de apoio judiciário, como em todos os outros abusos do direito, deve haver sancionamento dos seus autores.
Certa vez calhou-me uma oficiosa em que anteriormente já tinham mais de dez advogados pedido escusa. É que era evidente o abuso do apoio judiciário daquele "lesado" que já tinha sido ressarcido do seu dano mas que agora queria que o tribunal definisse uma indemnização mais elevada. E estamos a falar de valores que à data correspondiam a mais ou menos 100 euros de agora.
Enfim…
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A lei do apoio judiciário - chamemos-lhe assim para simplificar - obriga o advogado a instaurar a acção num determinado prazo, a menos que tenha algum motivo forte para não o fazer.
Diga lá onde é que está a ausência de escrúpulos.
O advogado não é investigador, ele limita-se a propôr a acção. Quem vai depois apurar a verdade dos factos são os tribunais, coadjuvados pelos órgãos de polícia criminal e outras entidades.
É que, sabe, há indivíduos que têm uma enorme capacidade para convencer os outros, embora sejam na realidade mentirosos compulsivos. Se o cliente não der logo sinais evidentes da sua esquizofrenia ou coisa parecida, o advogado não tem meio de adivinhar que está na presença de um louco. E como disse ali o Silva e muito bem, "Aldas há muitas".
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1.º A acção não era contra a Magistrada, os impropérios tinham tão só a ver contra a decisão de arquivamento que a mesma tinha proferido e a forma como ela a tinha tratado.
2.º Não me conhece, se me conhecesse sabia perfeitamente que posso não ser muito competente, mas não me assusto facilmente. Não tenho problemas em patrocinar acções contra colegas, magistrados ou polícias, e defendê-los também seja em que circunstâncias for e contra quem quer que seja. Talvez seja uma panca, não sei, quando cumpri o serviço militar obrigatório a minha mãe chorava porque lhe disseram que nos punham coisas na comida para perder o medo. Sei lá, se calhar até era verdade ... até eu, depois de ler tanta coisa, já começo a duvidar e a acreditar na teoria da conspiração alienígena.
Passe bem e mantenha a calma que só lhe faz bem, a sociedade não é só composta pelos puros e pelos impuros.
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Alguém lhe disse que eu ia alegar no RAI “a forma como a Magistrada do MP tratou a Senhora?” Ó homem, se não consegue assimilar o que os outros escrevem, e pelos vistos não, que culpa é que eu tenho? Não posso fazer nada, temos que nos limitar à nossa área do saber, tudólgos só nos comentários televisivos e mais, não é o seu caso, que é uma pessoa esclarecida, mas há a**os mais inteligentes que alguns humanos.
Passe bem e, como deve compreender, por uma questão de educação fui respondendo às suas interpelações, mas a partir de agora, independentemente daquilo que o Toscano venha a escrever, não lhe vou responder.
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apoio judiciario
Pedi Apoio Judiciario á Segurança Social, motivo- insolvência singular.
Passaram 4 meses e nenhuma resposta, isto é normal?
Dirijo-me ao balcão para questionar sobre o assunto, a resposta é que não podem dar qualquer informação, pois não teem como, visto que ao acederem ao computador , a informação sobre apoio judiciario está barrada, não podendo assim informar o cidadão.
Isto é normal?
Se ligamos para a Segurança Social Directa, não conseguimos saber nada, visto esse apoio nem fazer parte do menu.
Isto é normal?
Afinal quem somos nós? somos pessoas, e que no meu caso descontei durante uma vida para a Segurança Social, nunca usufrui de qualquer subsidio, e pago os meus impostos.
Resposta: Apoio Judiciário
Dirija-se p.f. ao Conselho Distrital da Ordem dos Avogados da sua área de residência e exponha-lhes o seu caso.
Em princípio estamos perante um caso de deferimento tácito, já que o prazo para a conclusão do procedimento administrativo e decisão são 30 dias (a ser verdade o que nos diz, e não tenho motivos para duvidar, já foram ultrapassados).
Assim, nos termos do art. 25.º, n.º 4 da Lei do Apoio Judiciário, a Ordem dos Advogados, depois de a Sra. lhes expor a sua situação e efectuar o respectivo pedido, confirma junto dos serviços da segurança social a formação do acto tácito (devendo estes serviços responder à Ordem no prazo máximo de dois dias úteis). Se de facto se confirmar a formação do acto tácito, a Ordem nomeia-lhe um advogado para a patrocinar na competente acção.
Com os melhores cumprimentos,
apoio judiciário
Já fiz cópia do requerimento entregue na Segurança Social, e amanhã de manhã, vou tratar desse assunto.
Depois comunico ao Sr. como correu.
Mais uma vez muito obrigada
apoio judiciário
Fiz tal qual o Sr. me disse para fazer, e lá me dirigi ao Conselho Distrital da Ordem dos Advogados da àrea da minha residencia, mas nada feito.
A resposta que me deram é que neste momento se sentem impotentes para fazer seja o que fôr no que diz respeito ao apoio judiciário.
A resposta que recebem da Segurança Social, é que o Cidadão tem que aguardar e pronto.
Vi a indignação nos olhos da pessoa que me atendeu.
Essa pessoa pegou no telefone e disse que até ia ligar à minha frente para um numero da Segurança Social que tinha sido disponibilizado para a utilização da Ordem, de seguida colocou o telefone em alta voz para eu ouvir que está sempre a dar sinal de impedido, o dia todo.
Isto é feito propositadamente.
De seguida, essa mesma pessoa disse que ia enviar um fax.
Escreveu manualmente o pedido, enviando juntamente com o meu processo.
O fax não entrou, estava desligado tambem.
Fiquei muito desanimada, e a Senhora que me atendeu tambem ficou e acabou por me dizer que ainda ontem tinha lá aparecido um senhor com o mesmo tempo de espera que eu, e que tambem não conseguiu fazer nada.
Enfim, é o paìs que temos, e mal de quem precisa.
Sr. Calatrava de qualquer forma, agradeço o apoio e a informação que me deu.
Cumprimentos
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Sem querer ir mais longe (já que não sou administrativista), mas sou da opinião que a Ordem podia (!)nestes casos enviar o pedido por escrito (carta com AR) à Exma. SS e se esta não respondesse no prazo dos tais dois dias úteis formar-se-ia um segundo acto tácito com as devidas e legais consequências (porém, não esqueçamos que o Estado é um monstro, não é nada fácil enfrentá-lo, há sempre ressalvas que o protegem da incompetência, do desleixo e da incúria).
Cumprimentos,
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Isto é inadmissivel, mas o Estado manda e nós obedecemos.
Entretanto, para o nosso Governo esta lei é mesmo muita boa, visto que o reembolso dessas pessoas, vai ficar nos cofres das Finanças, pelo menos mais um mês.
Cumprimentos
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“Primeiro levaram os negros / Mas não me importei com isso / eu não era negro. Em seguida levaram alguns operários / Mas não me importei com isso / Eu também não era operário. Depois prenderam os miseráveis / Mas não me importei com isso / Porque eu não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados / Mas como tenho meu emprego / Também não me importei. Agora estão me levando / Mas já é tarde / Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.
Este poeta e dramaturgo, se tivesse vivido em Portugal, não tenho a menor dúvida em como teria escrito um livro intitulado “Terror, Miséria e Caos na Administração do Estado”.
Cumprimentos,
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apoio judiciario
Acontece que o apoio judiciário demora tanto tempo, que dá para desesperar. e para que se conste quem ganhar um pouco acima do ordenado minimo, não é de borla, como muita gente pensa. Tem que se pagar custas e honorarios em prestações ao Estado.
O problema é que há muito bons advogados nomeados pela ordem e à outros que em vez de defenderem o cliente para o qual foram nomeados, ainda lhes causam prejuizo, que foi o nosso caso. A nossa advogada depois de andar a mentir sobre um despacho, esqueceu-se de meter um recurso dentro do prazo.
Agora pagamos e estamos metidos numa enrascada.
Apre que já não à paciencia... Os ricos é que tem direito a bons advogados, que esses cobram milhares. Agora o pobre se tem algum problema por pequeno que seja, tá sempre lixado...
Injustiça
por mais razao que nós tenhamos , o Tribunal e os Srs. Juizes dão sempre razão à Banca. Eles mandam tirar aos pobres , para entregar aos Bancos. O Novo Banco que eu tenha conhecimento não paga dividas do BES, mas anda a fazer cobranças de problemas com o BES, isto não se admite. E coisas injustas, que é o problema das avaliações dos imóveis, para fazerem o empréstimo o imóvel vale milhões, para o comprarem já vale tostões.
Já fiz participação ao Banco de Portugal, pela divida que me inventaram, já me queixei ao Tribunal, mas eles não ligam e ainda mandam a pessoa ficar com o ordenado minimox12, quando quem trabalha, o minimo que recebe é o ordenado minimox14..
Isto é uma falta de sensibilidade da parte de quem manda , que é uma lástima.fora o conteúdo do texto que é de ficar de boca aberta...
Depois muito engraçado, que não tem piada nenhuma, é que o processo tem sido uma trapalhada. É erros, é despachos do tribunal sem terem a assinatura da juiza etc. Reclamamos para o Tribunal , já que o advogado do apoio judiciário anda a dormir, e sabem que ainda somos ameaçados?, para a prox somos multados, se falarmos mais..
Já começo a acreditar que anda para aí muitos erros com as leis...
Axo que ainda vou ter que ir para o Tribunal Europeu, que este assunto tá-me a esgotar a paciencia vai para 9 anos. E como eu haverá milhares no nosso Pais.
Os pobres é que têm que andar a repôr os milhões que foram desviados do BES, para os amiguinhos deles. Isto quase que me atrevo a dizer , que é Terrorismo Financeiro para cima do mais fraco.
Depois de 40 anos de trabalho a pagar impostos, confesso. Tou farta do sistema. A União Europeia é muito boa é para o pessoal que lá anda a ganhar bons ordenados. Depois nós cá, não usufruimos das leis comunitárias , já são as Leis Portuguesas,.Só somos cidadao Europeu é para pagar. Não Acham?
CORRECÇÃO
É certo que o problema tem me perturbado imenso e o antigo BES procedeu muito mal.
As coisas também não correram nada bem , em relação ao andamento do assunto.
No entanto quero deixar bem claro, que não é minha intenção ofender ninguém e muito menos, não posso,não quero e não devo por em causa o sistema judicia.
Pode demorar, mas a justiça e a verdade prevalecem sempre , e admiro muito e respeito, quem está a comandar os tribunais.
Quando a Sociedade se transforma por tudo o que tem acontecido, em especial com tudo o que aconteceu com este banco, o que prejudicou imensa gente , e depois de cabeça quente e impulsivamente diz-se até coisas exageradas .Também acredito, que por alguns erros que hajam, _O apoio judiciário faz muita falta a que não tem recursos financeiros e aí o Estado ajuda os cidadãos, e existem lá muitos bons advogados.
Assim reponho com mais clareza, o meu pensamento mais lúcido e realista.
Concordo com a maioria dos comentários
Relativamente a alguns comentários que li por aqui, sobre queixa dos Srs Advogados. Concordo em absoluto, pois um EXTORQUIU-ME, 250€. bloqueou-me em tudo o que é rede Social. Apresentei uma Queixa, no Conselho Deontológico. Até agora estou sem reaver o MEU DINHEIRO, (era o único que me restava para comer....)! E nada foi feito até agora! Este tipo...., a quem chamam PROFISSIONAIS, é que ~é denegridor da CLASSE! Porque acredito que haja BONS PROFISSIONAIS! Isto é uma vergonha. Honestamente pobre de quem precisa!!
Cumprimentos,
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