Os funcionários das empresas de transporte ferroviário, bem como os seus familiares e reformados do sector, devem voltar a viajar gratuitamente de comboio, propõe o PS. Também o Bloco e o PCP apresentaram propostas no mesmo sentido.
O grupo parlamentar do PS recomenda ao Governo de António Costa que reponha as concessões de viagens no transporte ferroviário. Trata-se de um benefício concedido aos funcionários da CP e aos seus familiares, bem como aos reformados do sector, que lhes permite viajar gratuitamente de comboio. Esse benefício foi eliminado no Orçamento do Estado de 2013 e os socialistas querem agora repô-lo.
Actualmente, os funcionários ferroviários só têm viagens gratuitas na deslocação entre casa e o trabalho ou no exercício das respectivas funções.
O projecto de resolução do PS foi apresentado esta quarta-feira pelos deputados Hugo Costa, António Gameiro, Idália Salvador Serrão, Sónia Fertuzinhos, Luís Testa e João Galamba. E junta-se a outros dois projectos de resolução apresentados ainda no final de Novembro pelo PCP e a 1 de Dezembro pelo Bloco de Esquerda, que também exigem o regresso das viagens gratuitas.
De acordo com o texto dos socialistas, "a utilização de transporte ferroviário sem custos pelos trabalhadores, familiares e reformados do sector é uma prática largamente utilizada desde o século XIX, funcionando como parte integrante das remunerações e resultando do processo de negociação colectiva".
A eliminação das viagens gratuitas, entrada em vigor em 2013, teve "um impacto muito significativo nos ferroviários e nas suas famílias, deixando o Estado de ser o garante dos direitos dos trabalhadores do sector".
As viagens gratuitas para os ferroviários permitiram "o desenvolvimento de regiões do interior de onde eram originários os ferroviários, permitindo a sua participação na vida associativa e investimento nas suas regiões de origem", e a sua eliminação foi muito contestada pelos sindicatos do sector.
Em 2013, também foi eliminado o direito a viajar gratuitamente aos funcionários das empresas públicas de transporte rodoviário e fluvial. Sobre esses sectores, nenhum partido apresentou propostas.
Bruno Simões | Jornal de Negócios | 09-12-2015
Comentários (1)
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tretas e mais tretas
Gratuitas uma ova!
A existência dessas viagens para os ferroviários e familias, nada mais era que uma condição contratual dos mesmos comum a todas as companhias ferroviárias da Europa ou mesmo do mundo. Essa "benesse" em absolutamente nada afectava as companhias e muito pelo contrario contribuia para uma relação laboral mais equilibrada.
Os mentores e os defensores do desmantelamento dos Estados e do capitalismo selvático, começaram por classificar como "benesses", direitos e outras formas de pagamento para além do montante em dinheiro do salário, não pelo seu valor económico, mas por serem um mau exemplo, para o sistema, na medida em que dá aos trabalhadores a esperança de poderem auferir compensações pelo seu trabalho, de outra natureza que não a salarial. Isso é reservado apenas a quadros superiores de empresas do sistema capitalista e não á ralé de vilões e servos!
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