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REVISTA DE 2015

MJ responsabiliza tribunais por falta de funcionários

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Paula Teixeira da Cruz relembra que cabe aos órgãos de gestão de comarca deslocar funcionários de acordo com as necessidades dos tribunais e as 600 novas vagas para funcionários judiciais.

"A Reforma da Organização Judiciária implicou alterações substanciais que, neste momento, permitem já aos órgãos de Gestão das comarcas uma maior flexibilidade e racionalização de recursos no que se refere também à gestão dos recursos humanos, o que permitirá, nos termos legais, a deslocação de funcionários de acordo com as necessidades da respetiva comarca". As declarações são de Paula Teixeira da Cruz, numa nota enviada às redações.

A ministra reagia assim ao relatório da procuradoria geral distrital do Porto que sublinha a carência de funcionários nas comarcas da região é "verdadeiramente dramática". Em alguns núcleos, só o serviço urgente tem resposta. No documento, a procuradora-geral do Porto, Raquel Desterro, alerta que a "carência de funcionários em todas as comarcas do Distrito Judicial de Porto é verdadeiramente dramática", num relatório em que se admitem "situações de verdadeira rotura" em tribunais da região. Atribuindo, assim, a um eventual má gestão por parte dos responsáveis nos tribunais.

"O Ministério da Justiça desde sempre reconheceu a necessidade de colmatar a falta de oficiais de justiça nos Tribunais tendo, no quadro dos conhecidos constrangimentos financeiros, desenvolvido todos os esforços tendentes à resolução do assunto, o que culminou com a abertura de concurso para admissão de 600 oficiais de justiça através da publicação do aviso de 23 de janeiro de 2015", explica a nota.

O gabinete de Paula Teixeira da Cruz alerta ainda para o facto das alterações ao nível das instalações terem sido de " ordem racional e de acordo com as necessidades mais prementes das comarcas, cujos Tribunais não eram objeto de melhorias ou obras desde há largos anos. Neste momento, em todo o país foram já realizadas mais de trezentas intervenções em Tribunais e estão a decorrer outras".

O Ministério da Justiça realça ainda os esforços feitos para resolver o problema de instalações do DIAP, o que veio a concretizar-se ainda em 2014, através da disponibilização de novas instalações no edifício Camões, juntamente com o Balcão do Arrendamento, o Balcão Nacional de Injunções, a Secção de Instrução Criminal, o Tribunal de Turno, o Serviço Externo, o Centro de Estudos Judiciários e a Direção-Geral da Administração da Justiça. A Procuradoria-Geral Distrital do Porto funciona no Palácio da Justiça

Filipa Ambrósio de Sousa | Diário de Notícias | 13-02-2015

Comentários (9)


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eÉ preciso não ter vergonha na cara. Mobilizar que funcionários? De onde?
Esta loura passou-se... Ou não saberá como é que as coisas estão! Será possível?
Lopes Justo , 13 Fevereiro 2015 - 23:15:59 hr.
...
Esta sempre foi a estratégia do MJ.
E os pacóvios agora querem transferir o Citius para o CSM. Quando voltar a colapsar, porque vai voltar a colapsar, de quem vai ser a culpa?
Digo , 14 Fevereiro 2015 - 09:08:40 hr. | url
...
É permitida agora a gestão flexivel de recursos humanos. O que a sr.ª PGD tem de de fazer, e não sabe ou não quer, é fomentar a deslocação de funcionários de locais onde não há trabalho para os outros onde não se consegue dar vazão a tanto que fazer. Toda a gente que conhece os meandros da coisa sabe bem que assim é.
Valmoster , 14 Fevereiro 2015 - 12:01:36 hr.
...
O problema é que não há funcionários e, por isso, não há margem de manobra para que a gestão dos mesmos se efectue mediante a alocação necessária para cada ums dos serviços.
Note-se, no entanto, que os serviços do Ministério Público estão em pior situação e, neste aspecto, poderiam ser deslocados funcionários das secções judiciais o que só não acontece por má gestão e encobrimento de interesses particulares.
Ai Ai , 14 Fevereiro 2015 - 14:26:52 hr.
...
E onde existem Tribunais / Procuradorias sem ou com pouco trabalho?
Sun Tzu , 14 Fevereiro 2015 - 15:07:54 hr.
caíram que nem patinhos
Sra MJ, bem pensado! Eles caíram que nem patinhos, por um prato de lentilhas.
ABCD , 14 Fevereiro 2015 - 17:36:06 hr.
...
Esta senhora não deve ter tomado as gotas no dia em que proferiu estas afirmações, movimenta-se quem, se o número de funcionários existentes são em média metade daqueles que está previsto nos quadros criada pela legislação da famosa revolução judiciária.
Além do mais criou-se a ideia de que com mais magistrados é que coisa vai andar, todos os anos há cursos no CEJ para magistrados, todos anos entram novos magistrados e funcionários todos anos saem e não entram, a pirâmide está completamente invertida é assim que querem ter uma justiça célere e eficiente, não me parece.
Parece-me é que está todo feito para não funcionar, para se culpar sempre os mesmos pelas ineficácia e ineficiência dos tribunais para se justificar a tomada de certas decisões governamentais.
Para terminar, da forma como foi prevista a gestão das novas comarcas (distritos) é maior aberração de todos os tempos, mas enfim, voltamos ao feudalismo.
XPTO , 15 Fevereiro 2015 - 15:04:08 hr.
Telenovelas...
Há muitos muitos anos, passou uma telenovela em que uma família chique mas falida deu um presumível faustoso jantar a uma série de convidados importantes.
O marisco acabou logo na primeira rodada mas perante o apetite dos convivas a Srª Dª da casa ordenou aos criados que continuassem a servir mesmo com as travessas vazias, e estes obedientemente iam perguntando :
- Mais um pouco?
Pois assim vamos!
Klint Estevud , 15 Fevereiro 2015 - 19:44:10 hr.
Obrigadinho, MJ!
Agradeço, uma vez mais, à Ministra da Justiça ter excluído do concurso para Oficiais de Justiça todos os licenciados em Direito, limitando o acesso à profissão a pessoas detentoras de cursos que eu nem sabia que existiam. Os licenciados e mestres em Direito estão muito melhor a exercer as suas competências em táxis, caixas de supermercado e call centers, do que a trabalhar dentro dos tribunais.
Citizen Kane , 16 Fevereiro 2015 - 09:39:35 hr. | url

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