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Mário Soares desafia Cavaco a pronunciar-se sobre Sócrates

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Em 40 dias, Mário Soares falou quatro vezes sobre a prisão de Sócrates. Este domingo, no JN, defende que o juiz deve pedir desculpa ao ex-primeiro-ministro e considera que Cavaco Silva não pode continuar em silêncio.

Ninguém usou com tanta propriedade a "amizade" que sente por José Sócrates como Mário Soares. O antigo presidente da República e histórico líder socialista foi o segundo político a visitar o ex-primeiro-ministro no Estabelecimento Prisional de Évora, onde está preso preventivamente desde 25 de novembro, o primeiro a repetir a visita, a 31 de dezembro, e o único a contrariar publicamente o guião com que o secretário-geral do PS, António Costa, instruiu os socialistas: que não misturassem sentimentos com justiça.

Soares, "amigo" e "admirador" de Sócrates, nunca se inibiu de dizer que o caso é "político" e que o preso 44 está a ser "vítima de uma infâmia". Hoje, num artigo de opinião intitulado "O meu amigo Sócrates", escrito para o JN, Soares vai mais longe. "Não há justiça em Portugal, infelizmente", considera.

"O presidente da República, que devia ser responsável por Portugal, nunca [disse] uma única palavra sobre o caso Sócrates. Quanto mais não seja pela flagrante violação do segredo de Justiça", criticou, para depois questionar: "Que espera o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, para, em nome dos portugueses, intervir quando dentro de poucos meses o poderão julgar a ele quando terminar o seu mandato presidencial?".

Cavaco Silva até falou logo no segundo dia da prisão de Sócrates, mas apenas para dizer que "as instituições estão a funcionar com toda a normalidade".

O juiz que decretou a prisão de Sócrates voltou a não ser poupado por Soares. "Que esperam as pessoas que o prenderam para lhe pedir desculpa e o libertarem?", pergunta o ex-presidente da República, alegando que Sócrates "conseguiu pôr tudo em pratos limpos" quando, anteontem, respondeu, por escrito, a seis perguntas que lhe foram endereçadas pela TVI, através do advogado João Araújo. Sócrates, sustentou, noticiou "a inutilidade das acusações falsas que lhe foram feitas".

Mário Soares, que completou 90 anos no passado dia 7 (data que também deu origem a uma carta escrita por Sócrates) reitera que "um antigo primeiro-ministro, que tantos e tão importantes serviços prestou aos portugueses, à cultura portuguesa e a Portugal", estar "preso sem que tivesse qualquer julgamento prévio", "é inaceitável e infamante".

Helena Teixeira da Silva | Jornal de Notícias | 04-01-2014

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