Os três membros do conselho de administração da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, o IGCP, vão ganhar um total de 23 458,94 euros por mês, mais do que o salário do primeiro-ministro (6850€), segundo um despacho publicado ontem em Diário da República, assinado pela secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Rranco.
A presidente do IGCP, Cristina Casalinho, vai ganhar 6998,45 euros por mês, o mesmo valor que recebia enquanto vogal, antes da sua nomeação, a 25 de Setembro. Agora, tem acima de si, embora hierarquicamente abaixo, os dois vogais: António Correia, com uma remuneração mensal de 7950,49 euros, e Maria Eduarda Vicente, com um salário de 8500 euros. Qualquer dos dois fica a receber mais do que o Presidente da República (7415 euros).
De acordo com o diploma "não são devidas despesas de representação a nenhum dos membros do conselho de administração" da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública e estes valores são aplicáveis desde de 1 de Janeiro de 2015 com efeitos retroactivos à data da sua nomeação, ou seja, 25 de Setembro do ano passado.
Segundo o despacho, as remunerações fixadas "equivalem às que se encontram definidas para os conselhos de administração das empresas classificadas como grupo A pela resolução do Conselho de Ministros de 14 de Fevereiro de 2012.
Os estatutos do IGCP estabelecem que "os membros do seu conselho de administração podem optar [...] por valor de remuneração que tem como limite a remuneração média dos três últimos anos auferida do lugar de origem".
Essa opção exige a autorização expressa do membro do governo responsável pela pasta das Fianças, neste caso, Maria Luís Albuquerque, "devidamente fundamentada e objecto de publicação no Diário da República".
No ano passado, a bancada do PS exigiu explicações sobre as "excepções salariais" no IGCP, considerando que este é "um acto escandaloso" que "despreza os sacrifícios" dos portugueses, nas palavras de José Junqueira.
Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP é a entidade a quem compete gerir, de forma integrada, a tesouraria, o financiamento e a dívida pública directa do Estado, a dívida das entidades do sector público empresarial cujo financiamento seja assegurado através do Orçamento do Estado e ainda coordenar o financiamento dos fundos e serviços dotados de autonomia administrativa e financeira.
Isabel Tavares | Sábado | 03-01-2015
Comentários (8)
Exibir/Esconder comentários
The special ones
e os outros
...
Escreva o seu comentário
< Anterior | Seguinte > |
---|