Há reclusos nas cadeias portuguesas a exigirem ao Estado o pagamento de estimulantes sexuais, tratamentos que podem custar elevadas quantias. Um dos casos aconteceu no Estabelecimento Prisional de Coimbra, onde um recluso de 74 anos, após uma consulta de Urologia, entregou nos serviços clínicos, para ser custeada pelo Estado, uma receita de Viagra. O tratamento era prolongado e ficava em 400 euros.A exigência começou a partir do momento em que o preso beneficiou de saídas precárias.
Também na cadeia de Coimbra, outro recluso foi transportado, em dois dias consecutivos, para o hospital prisional de Caxias, porque da primeira vez recusou ser consultado pela médica-dentista que estava de serviço. No dia seguinte, voltou a fazer a mesma viagem para poder ser atendido pelo dentista "amigo", terá dito. Feitas as contas, só ao combustível e portagens, o transporte custou ao Estado, nestes dois dias, 292 euros.
Para Júlio Rebelo, presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional, este caso é elucidativo do "desperdício de meios", pelo que defende uma "otimização dos recursos, de forma a que as carrinhas transportem vários reclusos".
Jorge Alves, do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional, diz que o problema "é a falta de coordenação" e defende a concentração de todas as diligências na Direção-Geral dos Serviços Prisionais. A DGRSP diz que só há deslocações por decisão dos serviços clínicos das cadeias.
Paula Gonçalves | Correio da Manhã | 26-01-2015
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