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REVISTA DE 2015

Advogados repudiam estatutos propostos

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Buscas aos escritórios e possibilidade de criação de sociedades multidisciplinares preocupam. Perto de mil advogados repudiaram ontem, em assembleia geral, por unanimidade e aclamação, a proposta de estatutos que o Ministério da Justiça apresentou para a classe, por entenderem que ela compromete a sua independência.

A possibilidade de abertura de sociedades multidisciplinares, onde trabalhem não só advogados como outros profissionais, é, segundo a Ordem dos Advogados, um dos pomos da discórdia, mas não o único. A bastonária dos advogados, Elina Fraga, considera que a proposta legislativa "contém erros, omissões e deficiências graves", mencionando até "tipos legais de crimes inexistentes na ordem jurídica portuguesa". Durante a assembleia geral de advogados promovida ontem pela Ordem, os profissionais da advocacia mostraram-se ainda preocupados com questões relacionadas com o segredo profissional e as buscas aos escritórios, bem como com o regime de incompatibilidades no exercício de funções políticas e a figura do provedor do advogado.

O anteprojecto, que visa adaptar os estatutos à nova lei das associações profissionais, contém "normas que atentam gravemente contra a independência da Ordem dos Advogados e a dignidade e prestígio da advocacia portuguesa", refere uma deliberação aprovada por unanimidade.

"Põe em causa o cumprimento das nossas atribuições", observa a bastonária, que pediu à ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, uma audiência sobre o assunto. Diz que não recebeu qualquer tipo de resposta. Elina Fraga classifica a assembleia geral como histórica: "Foi uma das mais participadas de sempre".

Os advogados preparam-se agora para aprovar uma contraproposta, que entregarão ao Ministério da Justiça. Queixam-se de o Governo só lhes ter dado dez dias, até 15 de Janeiro, para se pronunciarem sobre o anteprojecto, e de se ter recusado a alargar o prazo, apesar da complexidade do documento.

Ana Henriques | Público | 21-02-2015

Comentários (6)


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Mais do que uma posição da Bastonária, esta foi uma deliberação de todos os advogados, mesmo aqueles que são abertamente oposição áquela.
Será que mesmo assim é preciso fazer um desenho à Ministra para que ela entenda o absurdo de algumas das soluções do EOA que propôs?
IVO , 21 Fevereiro 2015 - 13:21:32 hr.
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"... esta foi uma deliberação de todos os advogados, mesmo aqueles que são abertamente oposição áquela."

Por certo que anda por aí alguém a necessitar de urgente assistência médica !!!
o ofendido , 21 Fevereiro 2015 - 16:05:41 hr.
Não percebo nada disto
os advogados têm direito a ter opiniões. Uns têm umas e outras outras. Mas a Ordem não pode comportar-se como se fosse um órgão do Estado... com poder legislativo!
Quer ser ela a fazer a lei? E não aceita as regras da Diretiva da UE relativa às associações profissionais? Mas os advogados não sabem que isso é juridicamente absurdo e por isso inviável?
Manifestar a sua opinião, sim. Produzir documentos que possam contribuir para melhorar a lei, sim. Exigir que seja a Ordem a fazer a lei, não!
Lopes Justo , 21 Fevereiro 2015 - 21:17:08 hr.
a o.a. é administração pública
muitos advogados ainda não perceberam que a o.a. é administração pública, e não um sindicato ou outra associação de interesses não públicos.
a b c , 22 Fevereiro 2015 - 15:30:05 hr.
...
Os advogados são o pai e a mãe do actual estado de coisas da Justiça. Os códigos de processo são armadilhas para toda a espécie de patifaria, o trânsito em julgado é apenas quando os advogados querem e, pelos vistos, o estatuto da sua ordem (para quê uma ordem dos advogados, pergunto-me) será o que sempre quiseram. Entretanto, a corrupção (a verdadeira, a gigantesca corrupção) campeia, a começar nas escadarias do convento de s. bento.
aldrabices , 22 Fevereiro 2015 - 22:51:03 hr.
...
Querem uma sugestão? Primeiro, que deixem os Senhores Instrutores de levar os processos para o seu escritório e aí cozinharem com o colega visado, a melhor forma de defender este a tal ponto que não lhe seja aplicada qualquer sanção. Segundo, que se acabe a fantochada dos Conselhos de Deontologia e que em sus sibstituição, seja criado um ORGÃO INDEPENDENTE para analisar as queixas e as participações contra Advogados. ´Não agrada esta opinião? Pois está claro como que háverá de agradar!
o desiludido com a justiça portuguesa , 26 Fevereiro 2015 - 16:31:52 hr. | url

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