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REVISTA DE 2014

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Luís Bernardo - O Tribunal Constitucional fez aquilo que uma instituição fundamental da República deve fazer ao 'bullying' político do Governo e das bancadas parlamentares da direita: relevar o ridículo, expor a sua fragilidade intelectual e mostrar que a iliteracia institucional de Passos Coelho e Luís Montenegro não passa despercebida.

No novo capítulo da ficção montada pela direita revanchista, nunca satisfeita com as revisões à Constituição e sempre, qual criança mimada, irritada com um colectivo de juizes que não lhe dá a satisfação de poder completar o projecto neoliberal de transformação do Estado, o Tribunal Constitucional afirmou o que todas as pessoas atentas aos processos políticos portugueses começam a pensar: os representantes eleitos Deveriam aprender a ler um acórdão, antes de exigirem aclarações. Os actos circenses que se seguiram, incluindo a bizarra declaração do primeiro-ministro transformado em presidente do PSD acerca da nomeação dos juizes, do escrutínio de que são alvo e do suposto poder de que gozam, mostram algo que começa a tornar-se demasiado claro.

A direita revanchista até pode estar a sair do armário, convencida do seu poderio intelectual, mas não passa de uma paródia ao liberalismo. O Tribunal Constitucional português está longe de ser uma instituição politicamente enviesada. Os acórdãos, disponíveis ao público, mostram uma pluralidade de posições que sustenta a posição seguinte: é um tribunal que mantém, como cerne, a Constituição da República. Não é um tribunal de esquerda ou de direita, embora algumas das suas posições e acórdãos possam ser posicionados ao longo dessa linha.

Ao recusar ceder à tentativa de manipulação canhestra,inábil e grosseira, como é hábito do governo -, o Tribunal Constitucional demonstra, com a teimosia própria do Direito democrático, que os redutos do Estado de Direito estão mais couraçados ¦ do que a direita, intelectual ou não, desejaria.

Luís Bernardo, Politólogo | Diário Económico | 23-06-2014

Comentários (8)


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Mais um "politólogo". , Comentário com excessivos votos negativos [Mostrar]
ser ou não ser...
Quem será António Mendes?
Aparenta ser apenas mais um pseudo-comentador do escritório de Passos Coelho e Portas (o desaparecido) que anda por todos os sites de internet tentando limpar as Bo/Burradas do governo!
Pelos vistos quem defende a Constituição e o Estado de Direito merece agora o epiteto de esquerdista!
Kill Bill , 24 Junho 2014 - 17:39:34 hr.
...
É tudo verdade. Mas ao fim de 2 páginas passei para a decisão e depois apaguei o acórdão. É mesmo inintelegível.
Sun Tzu , 25 Junho 2014 - 03:38:41 hr.
O Ex-Chefe de Gabinete do Sócrates
Afinal parece que consta que este Bernardo será, o ex-Chefe de Gabinete do Sócrates que agora andará por aí disfarçado como "Politólogo". A ser verdade, não aguentou muito até ser descoberto.
Antonio Mendes , 25 Junho 2014 - 11:34:49 hr. | url
Uma questão de não-interpretação
Pode crer, SunTzu, até os próprios do TC se recusam a interpretar o que escreveram. E o relator até escreve com erros gramaticais como "imotivação", e é alvo de chacota. Muito mau mesmo. Ininteligível.
Antonio Mendes , 25 Junho 2014 - 11:55:58 hr. | url
Pois é...
Pois claro, António Mendes!
Isso passa-se com os juízes todos ! São uns incultos ignorantes que só dão erros gramaticais, inventam palavras, e escrevem coisas tolas a que chamam de sentenças!
Pelos menos é essa a opinião dos larápios em gera,l e de forma muito mais evidente a da quadrilha chefiada por PPC para além de nos roubar, ainda nos desgoverna!
Baron Hubert Von Trak , 25 Junho 2014 - 19:36:22 hr.
Podem ignorantes falar de erros gramaticais?
" O Dicionário Houaiss regista imotivado nas seguintes aceções: «1. que não tem motivo; injustificado, gratuito. Ex.: um crime i. 2. Rubrica: linguística. Sem relação lógica ou analógica entre a forma e o significado (diz-se de signo linguístico); desmotivado, arbitrário.»

Este adjetivo imotivado tem origem num particípio passado que pressupõe um verbo imotivar, cujo radical permite a formação do substantivo imotivação, interpretável como «falta de justificação»."

http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=32678
Kill Bill , 25 Junho 2014 - 20:58:43 hr.
...
Bom Dia!

Será que o dignissimo António Mendes consegue encontrar nos dicionários aquele termo tão douto que a Presidente da AR um dia disse?
Ela sim, é uma personagem culta que até inventa novas palavras para o léxico da língua portuguesa (uma língua em vias de extinção).
Orlando Teixeira , 26 Junho 2014 - 07:16:10 hr. | url

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