José Rodrigues - Na sequência dos últimos chumbos do Tribunal Constitucional (TC), a campanha do Governo contra os juizes do Palácio Ratton atingiu níveis inauditos, com recurso inclusive a golpes baixos.
Veja-se o caso do ministro Poiares Maduro, que, depois de conhecida a resposta dos juizes ao pedido de aclaração do Governo, fez saber que nem todos os funcionários públicos teriam direito a subsídios de férias sem cortes, admitindo assim um tratamento diferenciado dos trabalhadores do Estado, pelo qual responsabilizou, sem pestanejar, o TC (como se fosse possível este incentivar à violação de um princípio basilar como o da igualdade).
O Governo acabou por ter de recuar nesta ideia perversa que discriminava os funcionários públicos, a qual, juntamente com a entrevista de Teresa Leal Coelho, levou a novos extremos a campanha que procura apresentar os juizes como incompetentes, irrealistas, imprevisíveis, e geradores de instabilidade.
Sem saber o que fazer para lá dos cortes do costume (que compõem, com os aumentos de impostos, toda a sua estratégia), o Governo está à beira de um ataque de nervos. E a questão é até onde irá, até porque vêm aí, previsivelmente, mais chumbos do TC...
José Rodrigues | Correio da Manhã | 23-06-2014
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