Álvaro Rodrigues - Pompeia, a famosa mulher de Júlio César, deve, na verdade, ter sido muito bela e requestada para se poder perpetuar na História, volvidos milénios, da forma como se apresenta no conhecido aforismo que a seu respeito amiúde se emprega.
É muito frequente os opinion makers dizerem também que "aos juizes não basta serem honestos, mas devem também parecer honestos, como a mulher de César" Ao longo da minha carreira de juiz, com prévia passagem pela magistratura do Ministério Público, experiência nas várias jurisdições e desempenho nos sucessivos degraus da judicatura, desde a 1.ª Instância até ao Supremo Tribunal de Justiça, conheci juizes com todas as virtudes e defeitos próprios da argila humana, de que, felizmente, todos somos feitos.
Porém, as maiores virtudes que constatei foram, sem sombra de dúvida, a da honestidade moral e da probidade intelectual que, com raríssimas exceções, constituem o denominador comum daqueles a quem está confiada a incomparável missão de julgar. Possam todos aqueles que invocam o vetusto aforismo, dizer de si próprios o mesmo com a mão na consciência.
Àlvaro Rodrigues | Correio da Manhã | 31-05-2014
Comentários (1)
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Foi no Verão passado que tive o prazer de a conhecer.
Apesar de ser muito dada parecia realmente uma Senhora honesta.
Recordo-me de ela me ter ,em inglês, que já estava farta do aforismo.
Recordo-me como se hoje das suas palavras.
-Tenho quase 70 anos deixem-me em paz, que é altura também de deixar os outros em paz.
Pouco depois retirou-se para uma Villa lá para o Sul da Ibéria e nunca mais se ouviu falar dela.