O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) contestou hoje a desigualdade de salários entre procuradores causada por uma norma do novo mapa judiciário que entrará em vigor em Setembro.
A posição avançada à Lusa pelo sindicalista Rui Cardoso é consonante com a dos procuradores do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) que, segundo avançou hoje o jornal i, fizeram um abaixo-assinado dirigido à Procuradoria-Geral da República e ao Provedor de Justiça por considerarem inconstitucional uma norma do novo mapa judiciário.
Em causa está a possibilidade de um procurador-adjunto exercer funções de investigação criminal num DIAP mas receber até cerca de menos mil euros brutos (em média 400 líquidos) do que os colegas em tribunal.
"[A lei] não previu tudo o que devia. Não há nenhuma razão que justifique distinguir entre os procuradores adjuntos que estão na fase de julgamento no caso do processo-crime e aqueles que estão na fase de inquérito, que é a primeira fase do processo, dirigida pelo MP", defendeu Rui Cardoso.
De acordo com o presidente do SMMP, a norma da nova lei faz a distinção "sem justificações" e tem "consequências significativas", pois os magistrados e os procuradores adjuntos ficam com um "tratamento desigual e injustificado".
Rui Cardoso considera que a medida não foi tomada de forma "propositada" quando a norma foi introduzida nos trabalhos parlamentares, já que não estava na proposta de lei do governo, mas critica o facto de o sindicato não ter sido ouvido.
De acordo com o jurista, a lei da organização do sistema judiciário foi aprovada em Julho e publicada em agosto do ano passado e só entrará em vigor em Setembro com o novo ano judiciário.
"A norma prevê que os juízes e procuradores-adjuntos que sejam colocados nas seções locais de competência especializada - civil, crime e pequena criminalidade -- aufiram, pelo menos, pelo índice 175 que é um dos escalões de progressão remuneratória. O problema é que a progressão nestes escalões está congelada desde 2005", sublinhou Rui Cardoso.
O sindicalista considera que a norma significa "um pequeno desbloqueio", mas como foi introduzida no parlamento sem o conhecimento do sindicato, não foram acauteladas as especificidades do Ministério Público.
Lusa/SOL | 29-07-2014
Comentários (9)
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Mas, claro, isso não interessa reclamar...
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pois pois
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Agora lembraram-se que a especialização é que é bom e que quem vai estar em secções especializadas merece mais ordenado que os outros.
Acho a norma injusta e que confere um tratamento desigual em relação a quem está na competência genérica que, deste modo, não vê o seu trabalho reconhecido.
o smmp e a maçonaria.
Poeira para os olhos
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