Polícias visados podem vir a responder pelos crimes de uso de arma em manifestação, detenção de material proibido, ofensas e desobediência.
O Ministério Público (MP) abriu cinco inquéritos relacionados com a última manifestação de polícias. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), que ontem não quis adiantar mais pormenores, os processos tiveram origem em participações da direcção nacional da PSP - que teve a seu cargo a segurança do protesto que aconteceu a 6 de Março.
Segundo o i apurou, a seguir à manifestação, o gabinete jurídico da polícia analisou um conjunto de informações recolhidas no terreno - algumas delas com base em filmagens autorizadas pela Comissão Nacional de Protecção de Dados. Entre as participações da PSP estarão suspeitas de posse ilegal de arma, uso de engenhos pirotécnicos e situações de força física utilizada contra os agentes de serviço. A confirmarem-se estes indícios, os polícias envolvidos poderão vir a responder pelos crimes de uso de arma em manifestação, detenção de material proibido, ofensas à integridade física, injúrias e desobediência.
Fontes da PSP explicaram ao i que só o facto de alguns manifestantes terem utilizado gorros para cobrir os rostos durante a manifestação foi suficiente para desencadear suspeitas sobre a "premeditação" de alguns actos ilícitos verificados frente à escadaria da Assembleia.
Entretanto, e uma vez que o MP decidiu que há matéria para ser investigada, é bastante provável que os polícias envolvidos venham também a enfrentar processos disciplinares nas instituições de que fazem parte. Contudo, as decisões das averiguações internas aguardam, por norma, o desfecho dos processos "civis".
CORTES NOS GRATIFICADOS
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, negou ontem na Lourinhã que haja cortes nos valores dos serviços remunerados da GNR, ao contrário do que alertou a Associação dos Profissionais da Guarda (APG). "Não há nenhuma diferença nas tabelas, comparando a anterior e as actuais", garantiu Miguel Macedo. O ministro esclareceu que foram criadas duas tabelas em vez de uma e acrescentou que esta mudança era "uma reivindicação antiga".
Na sexta-feira, a APG reagiu à nova portaria, publicada em Diário da República no dia anterior, que veio alterar os valores a pagar aos elementos das forças de segurança pelos serviços remunerados que prestam em espectáculos desportivos - à excepção dos jogos profissionais de futebol.
Segundo o documento, que entra em vigor dentro de um mês, "todas as competições desportivas de natureza inferior ao escalão sénior ou equivalente" e "todas as de escalão sénior ou equivalente, de âmbito distrital, local ou nacional" vão passar a pagar aos elementos da PSP e da GNR pela tabela de valores mais baixa, vulgarmente designadamente "tabela B". A APG garante que se trata, na prática, de um corte de mais de 30% do valor actualmente pago aos militares.
Rosa Ramos, Carlos Diogo Santos e Lusa | ionline | 18-03-2014
Comentários (3)
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Galinhas e amendoins
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Ora, se são proíbidos os uso de rebentamentos de verylights, o uso de máscaras, armamento,etc, não vislumbrando o contacto com as autoridades, na luta corpo-a-corpo, por que se assitiu então àquela desordeirice, chegando ao ponto de um delegado sindical afirmar que o GOE da GNR, não tolerava aquela atitude manifestada na escadaria da AR.
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