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REVISTA DE 2014

Presidente do STJ diz que tribunais respondem com eficiência

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O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) combateu hoje a ideia de que há "crise da Justiça", salientando que os tribunais judiciais "responderam, em geral, com eficiência às solicitações dos cidadãos e das empresas".

"No quinquénio de 2008 a 2012 a evolução da situação processual foi consistente e positiva. Em geral, as taxas de resolução têm sido positivas e as taxas de congestão diminuiram sensivelmente, os tempos de resolução também apresentam alguma evolução positiva na maior parte das espécies processuais", disse Henriques Gaspar na cerimónia de abertura do Ano Judicial. Leia também: PUB Henriques Gaspar sublinhou o elevado nível, a qualidade e os curtos tempos de decisão dos tribunais superiores (Relação e STJ), admitindo que subsistem "algumas dificuldades" nos tribunais de 1.ª instância e que um fator que "condiciona negativamente as perceções" sobre a justiça está na ação executiva (cobrança de dívidas e penhoras).

"A ação executiva representa mais de 70 por cento de todo o contencioso pendente nos tribunais judiciais (73% em 2012), os números estão registados no sistema, mas fogem ao controlo dos tribunais, permanecendo na responsabilidade de agentes de execução em regime privado", referiu.

Apontou como positivo o facto de as últimas medidas legislativas terem permitido "retirar do sistema mais de uma centena de milhar de falsas pendências", antevendo que a continuação da aplicação do novo regime irá melhorar as estatísticas.

Mostrou-se, porém, preocupado com a entrada no sistema de execução de centenas de milhares de processos relacionados com dívidas a empresas de telecomunicações, as quais já ascendiam a 1.300 milhões de euros, ou seja a 0,8 por cento do PIB.

Henriques Gaspar reconheceu também existirem "dificuldades" nos tribunais de comércio, alertando para a necessidade de monotorizar as situações e encontrar "respostas de gestão" para as mesmas.

No cômputo final, o presidente do STJ entende que a chamada "crise da justiça" está "afastada dos espaços da razão" e enfatizou que é um dever e uma prioridade "restaurar a confiança" no setor.

Quanto à reorganização judiciária/mapa judiciário, Henriques Gaspar disse que a mesma deveria merecer "amplo consenso" e que em qualquer "modelo de organização territorial, a gestão e administração do tribunal pode constituir o segredo do êxito".

Admitiu que os poderes dos presidentes das comarcas na direcção do tribunal, na organização dos serviços, e na administração processual, serão determinantes com a nova organização judiciária, mas ressalvou que é preciso evitar conflitos entre o que é gestão processual e aquilo que é reserva da jurisdição e independência do juiz.

Henriques Gaspar lembrou que a Justiça "constitui valor central" e que "não é controlável, nem manipulável" e que todos os cidadãos tem que estar conscientes de que "nada está garantido" e que "sem justiça, o risco do regresso à corrente de pensamento de Hobbes de que "o homem é o lobo do homem" poderá ser maior do que "o aparente sossego deixaria adivinhar".

"Temos de estar atentos e vigilantes (...).Estado mínimo exige justiça máxima", concluiu.

Notícias ao Minuto | 30-01-2014

Comentários (1)


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Criticos
- Sim sem duvida que respondem com eficiência, porem lamentavelmente todos os dias sou interpelado com criticas e opiniões alusivas a essa eficiência, , todos os dias cidadãos me abordam e aproveitam para mostrar o seu descontentamento com essa mesma eficiência, todos os dias sempre que leio um jornal deparo-me igualmente com com noticias que parecem evidenciar uma pretensão de descredibilizar a eficiência da justiça, alegando segundo os seus autores que a corrupção e certos crimes de colarinho branco imperam e por vezes impunemente, depois porque as palavras e retórica do Ex Bastonário dos Advogados , prevalece na memoria dos cidadãos, citando-o e dando-o como bom exemplo a seguir, na minha opinião há bons profissionais nas magistraturas que não devem se deixar influenciar negativamente por certos comentários acerca do funcionalismo e celeridade da justiça.
Criticos , 13 Março 2014 - 19:07:56 hr.

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