Não é de hoje que a bastonária da Ordem dos Advogados manifesta a sua discordância em relação ao novo mapa judiciário, que estará no terreno em Setembro. Desta vez acusou o Governo de estar a privatizar a Justiça. A ministra Paula Teixeira da Cruz já veio dizer que uma coisa não tem nada a ver com outra.
"Do que nós estamos a falar no mapa é exactamente da distribuição e especialização dos tribunais enquanto órgãos de soberania previstos na Constituição. Não vejo onde é que há aqui na organização espaço para a dita privatização", reagiu esta terça-feira a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, classificando a afirmação da bastonária como "impensável".
Um dia antes, na sessão de encerramento das comemorações do Dia do Advogado, Elina Fraga incentivou os advogados a mobilizarem-se contra as reformas do Governo e acusou o executivo de estar a "privatizar" o acesso aos tribunais, nomeadamente através do novo mapa judiciário, que vai dividir o País em 23 comarcas e levar à extinção de 20 tribunais.
"Mais do que estar a reorganizar-se o parque judiciário, está-se a privatizar a Justiça em Portugal", argumentou a bastonária, acrescentando que "dentro de cinco ou seis anos, os tribunais portugueses estarão reduzidos às 23 comarcas". E ao mesmo tempo que isto acontece, vão-se inaugurando "centros privados de administração da justiça", acrescentou a bastonária.
Marlene Carriço | Jornal de Negócios | 21-05-2014
Comentários (3)
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Uma pouca vergonha como diria Marinho Pinto
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