Quando começou a ser construída, a nova sede da PJ chamava a atenção pelo tamanho do buraco escavado onde antes estava a escola veterinária, ao lado da atual sede, na Avenida Gomes Freire, em Lisboa. Os inspetores chamavam-lhe "o buraco das finanças da Madeira" e agora percebe-se porque é que tinha de ser tão grande.
A sede, inaugurada esta terça-feira pelo primeiro ministro, Passos Coelho, e pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, vai ter quatro pisos subterrâneos onde será instalado um bunker com uma sala de situação a ser usada em casos de emergência e em diligências de investigação.
"Está preparado para ficar fechado durante vários dias", precisa Pedro do Carmo, diretor nacional adjunto, que já fez as contas ao custo final da operação: "84 milhões de euros e zero de derrapagem. Zero".
No subterrâneo, será constuído ainda um parque de estacionamento com 30 postos de recarga para carros elétricos e duas carreiras de tiro, uma delas com capacidade para simular perseguições automóveis. "É a única da Europa", garante Pedro do Carmo.
O edíficio, projetado pela Saraiva & Associados, terá um total de 80 mil metros quadrados e vai acolher as diferentes unidades espalhadas por Lisboa, como a de combate à corrupção, ao terrorismo ou ao tráfico de droga. As mudanças dos efetivos e do material só termina daqui a dois meses. O laboratório terá oito vezes o tamanho do atual e vai ter novo equipamento.
A obra teve um corte de 17% e as atuais instalações, que vão continuar a albergar a PJ de Lisboa, não serão alvo de qualquer melhoramento. "Fica adiado", promete Pedro do Carmo.
Rui Gustavo | Expresso | 11-03-2014
Comentários (4)
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A diferença

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Calma, que a precipitação não é virtude de um bom julgador.
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Curioso como um Estado que não tem dinheiro para viaturas, não tem dinheiro para fardamentos, não tem dinheiro para fotocópias, não tem dinheiro para dar aos OPC e aos Tribunais, encontrou 84 milhões para fazer novas instalações. Recuperaram muito dinheiro e isso pagou as obras? Os outros também, mas continuam a não ver melhorados os seus equipamentos.
Que motivação tem esta polícia para investigar suspeitas de crimes cometidos por políticos, se estes lhes oferecem o que são incapazes de dar aos outros? Afinal é tudo malta amiga. Felizmente ainda há quem perceba alguma promiscuidade e mande a GNR fazer buscas a edifícios do Governo, como em tempos aconteceu no Funchal. Será uma visão exagerada ou seria desejável menos favorecimento do Governo em relação a um OPC, que é só a principal unidade de investigação criminal.
Acredito que na altura certa o profissionalismo prevaleça, mas que é perigoso, parece ser, até pelas interpretações que suscita. Basta uma investigação correr mal (e tantas têm corrido) para todos nos lembrarmos do favor agora concedido. E lembrar-me eu que há Tribunais onde chove lá dentro.
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