A Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (ASFIC/PJ) exigiu hoje à ministra da Justiça a criação de um regime excepção nos cortes remuneratórios previstos no Orçamento de Estado (OE) de 2014.
Em comunicado, a ASFIC/PJ considerou que tem recebido "alarmantes sinais de indignação, desespero e revolta" motivada pelas reduções salariais, que estão "a empurrar os investigadores criminais da PJ para a situação de insolvência ou pré-insolvência".
A ASFIC/PJ, que reivindica a descongelação das progressões nos escalões e que sejam abertos os concursos de promoção, referiu que a situação é de "extrema gravidade" e que "os cortes remuneratórios em vigor ultrapassaram todos os limites e são insustentáveis".
"Está criada uma situação de emergência nas condições de vida dos investigadores criminais que reclama por uma intervenção imediata, capaz de atenuar ou suster o agravamento da sua fragilização económica, antes que, para muitos deles, tal situação se torne irreversível", refere a associação dos inspectores, frisando que as reduções atingem "os seis por cento, em média".
Conclui a ASFIC/PJ que "os cortes remuneratórios em vigor constituem uma grave ameaça às condições de vida e dignidade dos investigadores criminais e à estabilidade institucional, que urge combater".
Assinalando que "os investigadores criminais da PJ não pretendem, nunca pretenderam, ficar de fora dos sacrifícios", mas sublinham que "não podem passar de sacrificados a indignos".
Esclarece ainda que "o regime de trabalho na PJ impõe" que cada investigados criminal "trabalhe, em média, cerca de um mês e meio a dois meses a mais, gratuitamente".
A ASFIC/PJ acentuou ainda que a portaria que estabelece o pagamento de piquetes e prevenções, publicada recentemente, "também não é solução, porque se trata de uma remuneração eventual e porque paga trabalho extraordinário" que "foi 'varrido' por estes novos cortes".
Determinada à realização "de acções concretas, destinadas a reivindicar a inversão desta situação e a imediata procura de soluções", a ASFIC/PJ diz que "subsistem 'barreiras' (políticas) que a firmeza, a determinação e o processo de luta em curso acabarão por derrubar".
No entanto, por não ter sido convidada, e "por razões que se prendem com a gestão de estratégias próprias", a ASFIC/PJ não participa na manifestação de quinta-feira convocada pela Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações Profissionais dos Serviços de Segurança.
Lusa/SOL | 04-03-2014
Comentários (14)
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Com esta europa e estes políticos a nossa vida nunca há-de melhorar e isso é assustador.
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É também a minha revolta
5 anos de serviço militar-2 em Angola
5 anos de serviço na PSP
20 anos na investigação na UNL
1 ano na PT
1 ano na EDP
6 ano MADP
4anos MAI-DGV
Se me quiser aposentar, hoje, dão-me 740€
Há mas paguei 500 contos dos anos de tropa
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Acredito que não! Se calhar ainda recebe Rendimento Social de Inserção!!!
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Se eu ganhasse menos que todos os que enuncia e se tivesse um curso superior, o que me mantinha onde estou, a chorar um pretensa barriga fina e invejando a barriga gorda (?) dos outros? Se tem a possibilidade de ter uma barriga tão gorda como os outros, porque razão continua onde está? Claro que é um must dizer que é da PJ. Solidariedade? Quem semeia ventos, destrata os outros como a PJ faz, considerando-se gente acima de todos os outros, quem se auto elege como os melhores de aquém e além mar, que sempre se isolou, não fosse alguém confundi-lo com esses básicos das PSP, GNR ou outros OPC, descobriu agora a solidariedade? Quem semeia ventos, colhe tempestades.
E já que fala em solidariedade, porque razão a ASFIC não está ao lado das forças de segurança na próxima manifestação a S.Bento? Ah! segundo a ASFIC porque não foram convidados(são tão diferentes e bons que só com convite) e porque estrategicamente este não é o momento adequado. Isto sim, isto é que é solidário, com a minha barriga, pois se fosse agora para a Manif, podia depois perder a boa vontade do Governo, não é?
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Veste a farda há 22 anos e os cortes salariais chegam na pior altura. Luís Santos é casado com uma professora sem colocação há quatro anos e tem de sustentar três filhos: o mais novo de três anos, o mais velho com 17. Com um vencimento bruto na ordem dos 1600 euros, refere que vai perder 135 euros. Líquidos recebe "pouco mais de 1000". "O meu ordenado neste momento é igual ao que tinha há 11 anos!", sublinha o agente-principal da PSP, que trabalha na esquadra de Oliveira do Douro (Gaia).
"Tenho de pagar quase 500 euros de prestação da casa, mais a luz, água, gás... O dinheiro não chega para as despesas. A única hipótese é entregar a casa ao banco e ir viver com os meus pais", desabafou, alertando que muitos colegas também enfrentam situações dramáticas. "Os que vivem longe ficam privados de estar mais tempo com as famílias porque não têm dinheiro para combustível. Estão completamente de rastos", lamentou. NS
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A solidariedade de que falo não é com a ASFIC ou a PJ. É com todos aqueles desgraçados civis que trabalham naquelas e noutras instituições e não têm corporações fortes para os defenderem. Nunca ninguém se incomodou se ganhavam o suficiente para alimentar a familia e pagar a renda da casa. As necessidades básicas são iguais para todos e a todos devem ser providas.
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Manifestações na Venezuela nos últimos dias: 19 mortos;
Manifestações em Lisboa esta noite em frente à Assembleia: duas unhas partidas, um polegar torcido e uma nódoa negra um pouco abaixo da axila.
Não há dúvidas: este mundo está a ficar cada vez mais perigoso!
SUPERIORES em quê??!!
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É provavelmente o maior sorvedor de dinheiro público no estado!
Se há fusão a fazer é, de imediato, a GNR e a PSP!
Isto pq os únicos a não quererem acabar com GNR são os seus oficiais, habituados a um uma maneira de estar inexistente no mundo policial. Se querem ser militares - força! Vão para o exército.
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