As obras de restauro atualmente em curso no Tribunal de Gondomar deram origem, anteontem, a uma perigosa descoberta. No telhado, junto a uma clarabóia, existe amianto, um mineral cancerígeno utilizado na construção do prédio há cerca de 18 anos. A existência daquelas placas de fibrocimento tem deixado magistrados e funcionários em sobressalto e até já há quem trabalhe com uma máscara colocada.
De imediato, o caso motivou um ofício endereçado ao Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos de Justiça (IGFEJ), feito por todos os trabalhadores do tribunal que exigem a retirada imediata daquela substância. Ainda durante a tarde de ontem, uma responsável do IGFEJ esteve no local para uma primeira avaliação. Nos próximos dias, deverá ser tomada uma decisão sobre o que fazer às placas de fibrocimento, encontradas pelos operários durante as obras de restauro.
O amianto está junto ao sistema de ar condicionado do edifício e tem impedido a utilização dos aparelhos. "Temos de evitar porque as partículas são microscópicas e podem espalharse no interior do tribunal, apesar dos filtros. Este é um problema que nos preocupa muito e vamos esperar por uma resposta até amanhã [hoje], para depois decidirmos o que fazer", explicou ao CM Carlos Teixeira, procurador da República e coordenador do Círculo Judicial de Gondomar. "Quando soube da situação, coloquei uma máscara e subi ao telhado para tirar fotografias", adiantou ainda o magistrado.
O amianto poderá até colocar julgamentos em risco. Há advogados que têm recusado entrar nas instalações do tribunal, por temerem ser contaminados.
Catarina Gomes Sousa | Correio da Manhã | 19-06-2014
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