Em apenas seis meses o número de beneficiários que renunciou à ADSE ultrapassou o número relativo aos últimos três anos. Esta situação está, por isso, a preocupar as Finanças e a própria ADSE, revela o Jornal de Negócios.
Entre janeiro e meados de julho deste ano, as desistências da ADSE, o maior subsistema público de saúde, dispararam. Cerca de 1,208 beneficiários decidiram renunciar e deixar de descontar para este subsistema, avança o Negócios.
Comparando o valor de desistências do primeiro semestre de 2014 aos últimos três anos, o número é preocupante. Em 2011 apenas 125 beneficiários renunciaram, aumentando para 200 em 2012 e para 319 no ano passado. A evolução do número de 'desistentes' está a gerar preocupação no seio do Ministério das Finanças e da própria instituição, a ADSE.
No entanto, quando olhamos para o número total de beneficiários titulares (os que fazem descontos), que em junho rondava os 849 mil, o número de desistentes mantém-se baixo.
"Os inevitáveis aumentos de descontos e/ou redução de benefícios terão como consequências prováveis a renúncia à condição de beneficiário e a quebra de adesão via novas inscrições, tornando mais difícil a subsistência do sistema", pode ler-se no relatório Conta Geral do Estado de 2013, recentemente divulgado.
Estes aumentos representam para muitos beneficiários contribuições demasiado elevadas, como é o caso daqueles que chegam a pagar mais de 80 euros. A ideia para 2015 é que as empresas deixem de contribuir para o sistema para que os beneficiários venham a ter, futuramente, um papel na gestão da ADSE.
Notícias ao Minuto | 18-07-2014
Comentários (6)
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Se já nem nos EUA ninguém quer um seguro de saúde, os tais que leva o doente à porta da mesa de operações, mas onde não entra sem a Companhia de Seguros dar autorização, como existe quem subscreve um em Portugal?
Ainda se fosse como é lá fora, onde a seguradora paga de imediato, e aprofunda depois. Em Portugal primeiro investiga-se e procura-se uma porta para não pagar e, se o cliente for teimoso e for para tribunal, ainda colocam na balança o que sai mais barato, se pagar, se ir a juizo.
Seguro só no carro e na casa, porque sou obrigado. De resto, passem bem.
Os dois maiores cancros da sociedade, e os lobbies mais fortes, são os seguros e os laboratórios farmacêuticos. Mandam em tudo o que mexe.
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A lógica dos seguros de saúde é só uma: dar a administrativos, agentes de seguros, contabilistas, advogados, etc., uma parte daquilo que só deveria pertencer a duas pessoas:
o paciente e o seu médico.
Todos os agentes económicos que vêem no seguro de saúde um bom negócio e a ele se dedicam estão a pensar ou na carteira do primeiro, ou na carteira do segundo. Ou nas carteiras de ambos. De preferência, tirarão até o que não está lá e meterão ao barulho, sempre que possível, um banco e um advogado: o primeiro, conhecido especialista em medicina interna; o segundo, enfermeiro-chefe da sala de recobro...
Na lógica da mais eficiente possível "alocação" de recursos finitos para a realização de um fim (essa matéria de que - dizem - a Economia se ocupa) o seguro de seguro é uma realidade inultrapassável... no pior dos sentidos.
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