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REVISTA DE 2014

Estudantes recusam acabar com as praxes

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Os responsáveis pelas associações de estudantes das universidades públicas e privadas são contra o fim das praxes, considerando que a sua proibição não é a melhor forma de evitar excessos.

A mesma opinião tem o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e o reitor da Universidade de Lisboa, a maior do País. Todos vão ser ouvidos entre esta e a próxima semana pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) sobre as formas de evitar praxes violentas. As universidades privadas também vão ser chamadas para uma reunião.

Tal como o DN avançou ontem, o MEC quer discutir esta questão, depois do caso do professor da Universidade do Minho, que denunciou ter sido humilhado por estudantes por ter tentado travar uma praxe, e por continuar a haver suspeitas de que o caso dos seis estudantes da Universidade Lusófona, que morrerarn no Meco arrastados por uma onda, pode estar relacionado com estes rituais.

"As coisas não se resolvem proibindo, mas tentando transformar as praxes em algo benéfico e positivo", defende Marcelo Fonseca, presidente da Associação Académica de Lisboa (AAL), que representa, entre outros, os alunos das universidades de Lisboa, Nova e Lusófona. Ainda não foram convocados para o encontro com a tutela, mas se forem vão dizer que "existem bons e maus exemplos de praxes e que devem ser extintos os maus exemplos e elogiados os bons". Uma das soluções pode ser "a praxe solidária".

No Porto, a maior federação académica nacional também discorda do fim destas práticas. "As associações de estudantes não regulam e nem querem regular as praxes, há órgãos definidos que o fazem. Vamos conversar com as outras academias e provavelmente a posição de todas será de perceber que tipo de situações existem de abusos e como evitá-las", antecipa Rúben Alves, presidente da Federação.

Em Coimbra, onde nasceram as praxes, a visão é a mesma: "Não nos parece que acabar com uma tradição seja a solução. O problema está nos abusos e não nas praxes. Abusos acontecem em qualquer atividade do dia a dia e quer seja nas praxes ou fora delas os seus responsáveis devem ser chamados à responsabilidade", aponta o presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra. Ricardo Morgado acredita que deve haver regulação para não haver abusos. Joaquim Mourato, presidente do CCISP, lembra que a praxe "não pode ser vista como algo de negativo à partida". E apesar de ter proibido estes rituais nas instalações no politécnico de Portalegre, a que preside, alerta que se esta for proibida "não estamos a resolver o problema, mas a empurrá-lo para a clandestinidade onde não sabemos quem a pratica e é aí que acontecem os problemas".

O reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, lembra que as praxes "ocorrem fora das universidades" e que por isso proibi-las no seu interior não ia resolver nada. Às universidades cabe apenas verificar se há manifestações de violência no seu interior e aí punir e denunciar às autoridades os seus responsáveis, diz.

Nos seus comentários televisivos semanais, José Sócrates e Marcelo Rebelo de Sousa também condenaram as praxes. O ex-primeiro ministro aproveitou para criticar o ministro Nuno Crato: "O que ainda não vi foi a condenação por parte do ministro destas práticas que são a negação de qualquer espírito universitário." Já Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou os estudantes a serem mais responsáveis com as praxes porque há comportamentos que ultrapassam "os limites do admissível", podendo falar-se em "bullying entre adultos"

O ex-ministro sempre foi contra a praxe por considerar estas práticas "fascistas". Enquanto esteve no cargo denunciou situações de abusos que lhe foram comunicadas.

Ana Bela Ferreira | Diário de Notícias | 27-01-2014

Comentários (4)


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O reitor da praia do Meco
O reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, lembra que as praxes "ocorrem fora das universidades" e que por isso proibi-las no seu interior não ia resolver nada.


Indo um pouco mais longe nas ideias bem desenvolvidas - para o nível de um aluno do 7º ano de escolaridade com necessidades de acompanhamento, esclareça-se - do sô Reitor, proponho trazer o Meco para a Alameda da Universidade, em Lisboa, para que tudo decorra dentro da Universidade, em ambiente controlado, e que se contratem uns nadadores-salvadores capazes de nadar em ondulação de 4-6 metros, de forma a que cenas como a da tragédia do Meco não aconteçam.

Youtube:

/watch?v=V7u6ELWU4oQ
/watch?v=76Wa_7nxVA4
/watch?v=_Sn4wh5T_E8
/watch?v=x2qFNLzHUx8
/watch?v=lFEIlcYXxkU
/watch?v=fQD9J7VGY5k


Uma das soluções pode ser "a praxe solidária"


disse sô Marcelo Fonseca, presidente da Associação Académica de Lisboa. Evitar que mais um venha dizer tais dislates à comunicação social é um dever de caridade. A praxe solidária, por mim, começava já por aqui: pôr muita, muita fita-cola na boca do sô Fonseca.
, 28 Janeiro 2014 - 02:35:06 hr.
...
http://www.ionline.pt/iopiniao/praxes

Subscrevo na integra este artigo do Sr. Prof. Menezes Leitão.
José Viegas , 28 Janeiro 2014 - 13:12:37 hr.
...
Louvo o artigo do prof menezees leitao
Ate apetece dizer: viva d joao v
farto , 28 Janeiro 2014 - 17:07:20 hr.
Pasme-se!
Dizem os conservadores;
""As praxes violentas devem acabar e ser proibidas!
Sim. Claro!
Os crimes violentos devem ser proibidos também!
Ficavam apenas a ser tolerados os crimes não violentos e os "crimes solidários"!
*** C****o!
Há alguém que ature estes anormais?
Resumindo:
Se filho ou filha minha que brevemente terá que entrar na Universidade for praxado, verá os seus praxadores praxados por mim e pela minha malta Á MINHA MANEIRA!
Venham outros progenitores juntar-se ao grupo!
Baron Hubert Von Trak , 30 Janeiro 2014 - 21:00:32 hr.

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