A mulher que foi sequestrada, ameaçada e coagida pelo companheiro a manter relações sexuais de manhã e à noite perdoou o marido. A vítima retirou a queixa que tinha feito na GNR de Canelas, em Vila Nova de Gaia, no final de dezembro. No entanto, o caso irá seguir para julgamento.
O perdão foi dado menos de um mês depois de o homem, de 52 anos, ter sido detido. A mulher, de 36 anos, já se tinha queixado à GNR pela coação sexual a que era sujeita por parte do companheiro. A 29 de dezembro, foi novamente forçada a fazer sexo. Como recusou, o companheiro foi ao posto da Guarda apresentar queixa contra a mulher.
"Um homem tem de ter pito de manhã e à noite e a mulher tem de dar", foi assim que justificou a queixa insólita.
O homem, que trabalha em reciclagem de plástico, acabou por ser detido por violência doméstica, sequestro e ameaças à vítima e insultos aos militares. Foi levado a tribunal, tendo o juiz determinado que o arguido está proibido de ter qualquer contacto, e por qualquer meio, com a vítima e de frequentar a própria casa.
A mulher, que não trabalha, poderia assim ficar sozinha na casa. Mas decidiu ir para uma casa de Segurança Social, de forma a ter acompanhamento e garantir a medicação que necessita de tomar por sofrer de uma doença psiquiátrica.
Agora, quer regressar à casa antiga. Retirou a queixa e disse que quer voltar para o companheiro. Por se tratar de um crime público (violência doméstica), a desistência da queixa não altera nada o decorrer do processo nem as medidas de coação do arguido. Talvez por isso, o homem recusa-se a receber a companheira e já alertou a GNR para a retirar de casa, caso isso acontecesse.
Ana Sofia Coelho | Correio da Manhã | 27-01-2014
Comentários (5)
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Ridiculo...
...
De resto, os comentários do senhor e o comportamento da senhora, apesar de demonstrarem uma mentalidade pequenina, não implicam que o julgador feche os olhos e ignore os crimes cometidos.
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