As PPP são um tema complexo. Trata-se de contratos "abertos", com previsões de receita e despesa a 30 anos, previsões essas que mudam / falham durante a longa execução dos contratos por inúmeros factores.
José Sócrates, como Paulo Campos há dois anos, lançou mão da comparação das estimativas de "encargos líquidos" do último OE Santana Lopes / Bagão Félix e do primeiro OE Passos Coelho / Vítor Gaspar para fazer passar que até reduziu a despesa com PPP.
Esta conclusão, assim suportada em OE's de Direita, produz um efeito surpreendente e escandaloso, como é próprio da boa propaganda.
Sucede que esse efeito é falso. A despesa pública bruta futura com PPP duplicou, ou mais, durante os governos de Sócrates. Simplesmente, o OE de Gaspar já considera um novo factor: 14 mil milhões de receitas de portagem, a pagar pelos automobilistas nos tais 30 anos. Esta estimativa, infelizmente, é provavelmente optimista, porque as quebras de tráfego, em tempo de crise, revelaram-se colossais. Mas o ponto é outro: essas autoestradas, antes, eram grátis! Agora estima-se que venhamos todos a pagar 14 pontes Vasco da Gama por elas.
Quem todos os dias paga deve saber bem a diferença, que não há propaganda que anule.
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Carlos Enes | Fragmentos de Apocalipse | 28-03-2013
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