O economista Alexandre Abreu afirmou, esta terça-feira, num debate promovido pelo PCP estar convicto de que a saída de Portugal do euro vai mesmo acontecer, sendo necessário preparar os passos a tomar na sequência desse evento.
"Quer em consequência do repúdio da dívida e consequente insolvência da banca quer por decisão unilateral motivada pela consciência da impossibilidade de desenvolvimento dentro do euro quer por efeito dominó a partir de outras economias da periferia europeia, estou plenamente convencido de que a saída do euro irá ocorrer numa questão de meses ou, mais provavelmente, de anos", afirmou o também investigador do Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa.
Para Alexandre Abreu, que falava no debate "Produzir mais para dever menos" organizado pelo Partido Comunista Português (PCP) no Porto, uma saída de Portugal da moeda única seria um acontecimento positivo por repor "autonomia e espaço de desenvolvimento", sendo necessário preparação para "conquistar" espaço nos debates seguintes, em particular no que toca aos "custos do ajustamento e no que diz respeito às decisões fundadoras".
Para além do "constrangimento" que o euro constitui para a economia portuguesa, o economista destacou também a questão da dívida - "obviamente insustentável" e com juros equiparáveis à "parcela orçamental reservada à saúde ou à educação" - e a da banca.
"O primeiro passo para produzir mais e dever menos é, por isso, a libertação destes constrangimentos. O constrangimento da dívida, e do euro e de ausência de autonomia política e económica que lhe está associado em segundo lugar", afirmou Alexandre Abreu, sendo estas as pré-condições para a geração de uma "política industrial ativista".
Jornal de Notícias | 09-04-2013
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