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REVISTA DE 2013

Nobel da Economia arrasa sucesso da austeridade em Portugal

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O economista e prémio Nobel Paul Krugman atribui a descida dos juros da dívida portuguesa à intervenção do Banco Central Europeu (BCE) e não ao sucesso da política de austeridade em curso no país.

"Esta descida dos juros não tem nada a ver com a austeridade", sustenta Krugman no seu blogue no New York Times, atribuindo-a, antes, à intervenção do BCE na compra de dívida soberana dos países em dificuldades, nomeadamente Portugal.

Neste contexto, o economista critica a Comissão Europeia – que, na segunda-feira, elogiou a determinação do Governo português em prosseguir a política de austeridade apesar do 'chumbo' do Tribunal de Constitucional a algumas das medidas impostas – quando esta reclama para si e para a sua política os créditos desta descida dos juros das dívidas soberanas e alega que um abrandamento da austeridade levará a nova escalada.

Para Paul Krugman, esta posição da Comissão resulta do facto de a descida dos juros da dívida ser "o único resultado positivo que tem para apresentar após três anos de austeridade".

Segundo sustenta o prémio Nobel da Economia, o "risco moral" inicialmente apontado pelos defensores da austeridade relativamente à intervenção do BCE na compra de dívida soberana – por considerarem que esta "ajuda" poderia levar os países em dificuldades a "relaxarem no aperto do cinto" – acabou por se concretizar, mas relativamente aos próprios apoiantes da austeridade.

"Realmente a intervenção do BCE "ajudou" algumas pessoas, levando-as a prosseguir as suas más políticas. Mas essas pessoas não são os governos endividados, são os próprios membros da troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e BCE), que usam o argumento da descida dos juros da dívida para alegarem que a austeridade está a resultar", afirma Krugman.

No domingo, também no seu blogue no New York Times, Paul Krugman, que tem repetidamente criticado a estratégia europeia de resposta à crise na zona euro, instou os portugueses a "dizer não" a novas medidas de austeridade.

'Just Say Não', ironizou então o prémio Nobel da Economia, notando que a instabilidade se intensifica em Portugal, agora que o Governo de Pedro Passos Coelho anunciou a intenção de avançar com cortes na educação, saúde, Segurança Social e empresas públicas para responder ao 'chumbo' do Tribunal Constitucional de quatro normas orçamentais que representam um 'buraco' de 1.300 milhões de euros.

Notícias ao minuto | 09-04-2013

Comentários (3)


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1300 milhões Iliquidos / ~700 milhões Líquidos
O buraco real é de cerca de 700 milhões (Líquidos) e não de 1300, como o governo gosta de mencionar...
Giulia , 12 Abril 2013
austeridade estéril
A capacidade de aprender com os erros dos outros é algo interessante de se colocar em prática...

10 (DEZ) anos de austeridade já experimentados lá fora tiveram, como consequência, o abismo!...

Estratégia sanguinária, absolutamente inútil!...

Mais parece um prazer malévolo de gente recalcada e de memória curta...

Nietzsche explicava algo relacionado com isto...
Giulia , 12 Abril 2013
Juros a 1,5%
Os juros terão de baixar para a taxa de 1,5%.
1 - As relações entre estados devem obedecer a regras específicas;
2 - A Alemanha existe, porque foi ajudada no pós-guerra e é profundamente lamentável que teime em não lembrar-se disso!...
Giulia , 12 Abril 2013

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