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REVISTA DE 2013

Relatório da Lusófona vai para Ministério Público

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O Ministério da Educação vai enviar para o Ministério Público o relatório da Inspeção-Geral de Educação e Ciência que envolve a licenciatura de Miguel Relvas, para que este decida sobre a "invalidade de um ato de avaliação de um aluno".

Em comunicado, o Ministério da Educação e Ciência refere que, segundo a Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) existe "prova documental de que uma classificação de um aluno não resultou, como devia, da realização de exame escrito".

Tendo isso em conta, e, "face à limitação dos poderes da tutela", o ministério de Nuno Crato decidiu acatar a recomendação da IGEC para "comunicar o caso ao Ministério Público para que, junto do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, dele possa extrair os devidos efeitos legais".

O comunicado relembra a cronologia dos dois relatórios em questão: o primeiro, é uma análise da IGEC ao relatório de avaliação interna feito pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) aos processos de creditação profissional, por exigência do ministério feita em outubro de 2012.

O relatório foi entregue pela Lusófona a 21 de janeiro e analisado até fevereiro, estando em causa 398 casos individuais, segundo o comunicado, que não refere qualquer nome nem faz referência a Miguel Relvas.

"A inspeção verificou a existência de deficiências e aparentes incoerências que impediam uma tomada de posição consolidada capaz de garantir os níveis de segurança exigíveis, e propôs a realização de uma ação de acompanhamento para verificação de todos os processos de creditação, quer de experiência profissional, quer de outra formação, relativamente aos quais subsistem dúvidas", declara-se no documento.

O segundo relatório da IGEC resulta da auditoria realizada pela Lusófona que recomendou que o processo fosse encaminhado para as entidades judiciais competentes, o que o MEC acatou.

Em despacho de quarta-feira, Nuno Crato "concordou com a análise da IGEC", o qual considera não ser possível "apreender as operações materiais que estiveram na base dos resultados alcançados" pelos alunos em causa, duvidando, por exemplo, da existência de "um verdadeiro processo de observação independente, uniforme e transversal das creditações atribuídas".

Das conclusões da ação inspetiva "serão extraídas as devidas consequências, incluindo, caso se detetem inconsistências nas creditações atribuídas, a imposição de sanções adequadas à ULHT e a participação ao Ministério Público da invalidade de decisões de creditação e de atos de certificação de graus académicos para que este possa promover a respetiva impugnação judicial", acrescenta o comunicado.

Os relatórios foram enviados à Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República.

Em outubro o ministro da Educação já tinha admitido que a Lusófona poderia vir a anular graus de licenciatura ou outros, se ficasse provado que houve ilegalidades no processo de atribuição de creditações a alunos.

"É possível que em alguns casos se detetem" irregularidades, mas será a própria universidade a fazer esse trabalho, supervisionado pelo Ministério da Educação, afirmou Nuno Crato à agência Lusa na altura.

O caso da licenciatura do ministro Miguel Relvas começou a dar polémica por causa do número de equivalências que obteve na Universidade Lusófona no ano letivo 2006/2007.

O assunto chegou a ser analisado pelo Ministério Público, que em setembro acabou por cessar as investigações por "não terem sido encontrados ilícitos criminais"

Correio da Manhã | 05-04-2013


Aditamento:
Disponibiliza-se o relatório da IGEC e respectiva tramitação.
pdfCaso Miguel Relvas - Relatório IGEC2.55 MB

Comentários (5)


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...
Só espero que a coisa não fique pelo administrativo e seja ordenada a competente extração de certidão para instauração de processo crime...ao Relvas e a quem lhe "facilitou" a vida. E defendo o mesmo para todos os demais engenheiros e doutores "da mula ruça" que certamente pululam na nossa política (aliás,, um deles todos sabemos quem é e não consta - e eu nem sequer simpatizo com o PSD - que lhe tenha acontecido o que quer que seja).
Zeka Bumba , 05 Abril 2013
...
Só mais uma coisita (relativa ao final da notícia): COMO É QUE É POSSÍVEL NÃO TEREM ENCONTRADO INDÍCIOS DE ILÍCITO CRIMINAL E ARQUIVADO O PROCESSO???????

De todo o modo, espero que, remetida a certidão "pelos do administrativo", o inquérito seja devidamente reaberto.
Zeka Bumba , 05 Abril 2013
...
Ou muito me engano ou isto é só a ponta do iceberg... anda por aí muito político doutor nas mesmas condições. E muito mais perto do relvado do que se possa penasar, digo eu de que...
Sun Tzu , 05 Abril 2013
...
Vai tudo parar aos g**os das "leis"...numa de "não me comprometas".Cambada de cobardes que nem sabem para que servem as --- que têm entre as pernas...
Lusitânea , 05 Abril 2013
bb
o pior é que também há por aí muitos juizes que tiraram o curso na tropa e que agora exibem titulos de pos-graduações e mestrados a rodos; SABE-SE lá como; e que são convidados para dar aulas e conferencias em vez de despacharem processos; decidem as bagatelas e deixam os prc.s complexos para os que vierem a seguir; são as REDISTRIBUIÇÕES DE PROCESSOS!!!!
carlitos , 06 Abril 2013 | url

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