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REVISTA DE 2013

Governo retém 1150 M€ durante cinco meses sem juros

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Afinal, os duodécimos já pagos até ao momento não são referentes ao subsídio de Natal, mas sim ao de férias. E o subsídio que o governo afinal tem que pagar aos funcionários públicos e pensionistas já não é o das férias, é o de Natal. Bastou uma ligeira troca de nomes et voilá, o executivo assegura um empréstimo a cinco meses dos funcionários públicos e pensionistas no valor de 1150 milhões de euros sem oferecer qualquer juro em troca. O que era para ser pago em Junho, só vai entrar nas contas dos trabalhadores e pensionistas em Novembro.

Esta foi uma das decisões tomadas pelo executivo na sequência do Conselho de Ministros da última quarta-feira, onde ainda decidiu voltar à carga contra o subsídio de desemprego e doença, garantindo que estas prestações vão mesmo passar a contribuir para a Segurança Social, ainda que desta vez com "limites mínimos adequados". A criação de limites visa fintar a declaração de inconstitucionalidade destas medidas, que na sua versão inicial não tinham qualquer limite mínimo, pelo que a taxa iria ser cobrada a todo e qualquer doente ou desempregado, independentemente do valor do subsídio. Assim, o governo tenta adaptar a medida, sem abdicar da mesma, para fintar o chumbo do Constitucional. "Estamos a redesenhar a norma no sentido de colocar uma cláusula de salvaguarda que proteja limites mínimos adequados abaixo dos quais não será aplicada a taxa", disse Marques Guedes.

Sobre uma eventual subida da taxa, o governo foi omisso ontem. Contudo, e a julgar pelos objectivos iniciais destas taxas - captar 150 milhões de euros -, os limites que irão ser criados por Vítor Gaspar ou serão extremamente baixos, de forma a permitirem apanhar o maior número de beneficiários possível, ou então podem obrigar a um aumento significativo das taxas cobradas aos desempregados e doentes com prestações menos baixas - é que caso contrário, o encaixe com as taxas será residual. Inicialmente a taxa seria de 5% sobre os doentes e de 6% sobre os desempregados. O subsídio de desemprego máximo em Portugal está nos 1048 euros mensais, pelo que um corte de 6% vai custar aos desempregados 63 euros por mês, pouco mais de 754 euros/ano.

cortes e incumprimento Para o bastonário dos Técnicos Oficiais de Contas, Domingues Azevedo, a decisão do governo de alterar o nome aos subsídios, o que na prática faz com que esteja a pagar o subsídio de férias às prestações, é um "incumprimento" que "acaba por ser um estimulador para que os privados também não cumpram" o pagamento do subsídio no período estabelecido por lei, ou seja, antes de gozado o maior período de férias, disse à Lusa.

A decisão, defendeu o bastonário, "contraria o espírito da criação" do subsídio de férias, que é possibilitar ao trabalhador um mínimo de condições para poder descansar: "Se vão dividir ao longo do tempo o pagamento do subsídio, limitam esse conceito do legislador." Mas "mais grave" que esta contra-senso é, na opinião do bastonário, "o governo dar um sinal de incumprimento que os privados podem aproveitar".

Além da alteração no pagamentos dos subsídios e do regresso das taxas sobre os desempregados e doentes, o governo prometeu ontem avançar ainda com um corte adicional de 0,5% do PIB nas despesas [ver págs. 4/5].

O governo vai ainda avançar com um estrangulamento maior das entradas de novos trabalhadores para o Estado já este ano. "Há saídas previstas de funcionários da administração central", disse o secretário de Estado do Orçamento, avançando que "a reposição dos recursos humanos que saírem não será feita da forma como estava programada". E, por isso, "será mais restritiva que o previsto", disse Morais Sarmento.

Filipe Paiva Cardoso | ionline | 19-04-2013

Comentários (10)


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...
E depois vem o p******o almocreve moliqueiro de boliqueime dizer que se deve evitar tempos de cólera...
norteado , 19 Abril 2013 | url
Os lares portugueses têm mais bens que os alemães
Os lares portugueses têm mais bens que os alemães. Diz a revista influente DER SPIEGEL. Eles dizem: Estamos a pagar para esses calaceiros, que vivem à nossa custa e têm mais bens que nós.
Os lares portugueses têm mais bens que os alemães

http://www.spiegel.de/international/europe/poor-germany-it-is-time-for-a-debate-on-euro-crisis-burden-sharing-a-894398.html
silva , 19 Abril 2013
...
Estes f***** da p*** são mesmo isso. Todos os quatro recibos que tenho em meu poder dizem que «pagavam» o subsidio de Natal. Dizem, embora não pagassem, pois roubavam-no logo. E o Alzeimer anda na boa, pelos Andes... pode ser que o cheiro de algumas plantas que por lá há lhe faça bem à coca, digo, à cuca.
Sun Tzu , 19 Abril 2013
Os que recebem dinheiro, falidos, vivem melhor que os doadores
Poor Germany: It Is Time for a Debate on Euro Crisis Burden ...
www.spiegel.de › ... › Eur...Crisis -
How fair is the effort to save the euro if the people living in the countries that receive aid are wealthier than the citizens of donor countries like ...
http://www.spiegel.de/international/europe ... »
cláudio , 19 Abril 2013
Erro crasso!
´Caro Silva:
Parece-me que o meu caro está confundido no seu inglês.
O estudo inicial , foi rebatido e considerado erróneo e tendencioso na própria Alemanha.
De facto uma habitação a ser paga em 30,40,ou 50 anos não é um bem do seu proprietário até estar paga!
Os alemães não tiveram necessidade de recorrer á aquisição de habitação própria pois a reconstrução do pós guerra gerou um mercado de arrendamento imenso que ainda hoje persiste.
Por outro lado o estudo inicial omitiu valores financeiros dos alemães, designadamente valores de pensões e fundos de pensões!
No entanto foi precisamente o valor atribuido ás "habitações próprias" como tratando-se de propriedade já consumada que subverteu as conclusões publicadas!

Em suma, o estudo faz lembrar o filme do António Silva que tendo comprado um casal de coelhos, calculaado as taxas reprodutoras, e o valor /kg no mercado de imediato conclui que é milionário!
Pelos vistos algum génio do Bundesbank viu o filme!
Aliás essa genialidade contabilistica de António Silva foi depois secretamente apropriada por Vitor Gaspar que espera poder pagar a divida Portuguesa reduzindo o país á penúria!
Pedro Só , 19 Abril 2013
José Pedro Faria (Jurista) - Os "pobres" alemães.
O meu aplauso ao Pedro Só, pela sua visão correta e bem humorada da questão.

Apenas corrigiria o seguinte: se eu compro um bem recorrendo ao crédito, não é por isso que eu deixo de me tornar proprietário desse bem.

Contudo, como é sabido, gera-se habitualmente uma garantia de pagamento (a hipoteca, neste caso chamada de convencional), ficando o devedor com uma espécie de "espada de dâmocles" pendente sobre si, em regra, durante décadas.

Obviamente, este pretenso "estudo" não passa de um completo embuste, já que os portugueses são muitíssimo mais pobres que os alemães, ganham muito menos e pagam tanto ou mais mensalmente pelas suas habitações (na Alemanha, rendas, em Portugal, especialmente capital e juros dos empréstimos).

A diferença reside tão-somente nisto: as propriedades adquiridas a crédito pelos portugueses, espanhóis, gregos, etc. são contabilizadas como património, como ativo, mas é esquecida a outra parte: a do débito resultante do crédito contraído. Para mais, o estudo não teve em conta a grande desvalorização recente das propriedades nos países do Sul.

Infelizmente estes "estudos" acabam por produzir o efeito desejado: uma parte dos alemães finge acreditar neles, porque as conclusões lhes dão jeito, e acabam por constituir um fator de excitação do nacionalismo germânico e de ódio aos "preguiçosos" do Sul.

E em Portugal, o embuste também produz efeito em algumas pessoas, com menor capacidade crítica, como é fácil verificar. Assim se espalham boatos descabidos sem qualquer ponta de fundamento.
José Pedro Faria (Jurista) , 19 Abril 2013
Silva conhece os estudos do BCE
Household income
Household income is measured as gross income and is defined as the sum of labour and non-labour income for all household members. Labour income is collected for all household members aged 16 and older, other income sources are collected at the household level. In some countries, as gross income is not well known by respondents it is computed from the net income given by the respondent. Specifically, the measure for gross income includes the following components: employee income, self-employment income, income from pensions, regular social transfers, regular private transfers, income from real estate property (income received from renting a property or land after deducting costs such as mortgage interest repayments, minor repairs, maintenance, insurance and other charges), income from financial investments (interest and dividends received from publicly traded companies and the amount of interest from assets such as bank accounts, certificates of deposit, bonds, publicly traded shares etc. received during the income reference period less expenses incurred), income from private business and partnerships and other non-specified sources of income. See section 9.2.4 of the Methodological Report on details on the collection of income variables in various countries.
http://www.ecb.int/pub/pdf/other/ the_eurosystem_household_finance_and_consumption_survey
__statistical_tablesen.pdf?e63aad06132175d29b7ee45f37695176

Silva , 20 Abril 2013
...
Germans Own Less than Those Asking for Money

But there is also a second image of Germany, one that's based on numbers, not emotions. The figures were obtained by the European Central Bank (ECB) and released last week. This image depicts a country whose households own less on average than those that are asking for its money.
In this ranking of assets, Cyprus is in second place Europe-wide, while Germany ranks much lower, even lower than two other crisis-ridden countries, Spain and Italy.
And this Cyprus, with its affluent households, is now supposed to receive €10 billion ($13.1 billion) from the European Stability Mechanism (ESM), the Euro Group's permanent bailout fund, and the International Monetary Fund (IMF), at least according to the decisions reached after dramatic negotiations, which the German parliament, the Bundestag, is expected to approve this week. But a new question is arising: Why exactly are we doing this? Isn't Cyprus rich enough to help itself?
In light of the new ECB study, a new discussion of the Euro Group's bailout strategy is indeed necessary. So far taxpayers have born the risks of this strategy, by guaranteeing all loans the ESM has paid out to needy countries. Greece, Ireland, Portugal and Spain are already part of this group, and now Cyprus has been added to the mix.
Germany is already guaranteeing about €100 billion in loans. If even more countries request aid and can then no longer serve as donors, the amount of money guaranteed by the Germans could rise to €509 billion, according to an estimate by the German Taxpayers' Association. This figure doesn't even include the latent risks in the balance sheet of the European Central Bank (ECB).

One-Sided Burdens

The numbers are potentially explosive. For instance, the average German household has assets of €195,000, almost €100,000 less than the average Spanish household. The average net wealth of households in Cyprus is €671,000, more than three times the German value. Italian and French households are also significantly wealthier than their German counterparts.
The differences are even more pronounced when it comes to median net wealth, which is the level that the lower half of the population just reaches and the upper half exceeds. On this measure, Germany, at €51,400, is actually in last place in the euro zone. The corresponding value for Cyprus is five times as high. Median net wealth is even higher in crisis-rattled Portugal than in Germany.
The conclusions of the ECB study had hardly been published before various efforts to relativize and whitewash the figures began. The results were apparently embarrassing to the ECB itself, but also to the German government.

http://www.spiegel.de/international/europe/poor-germany-it-is-time-for-a-debate-on-euro-crisis-burden-sharing-a-894398.html
Silva , 20 Abril 2013
...
Já explicaram ao silva, mas como o silva está parecido com o outro senhor silva, finge que não percebe e copia e cola tudo o que são conclusões erradas e já desmontadas, mesmo dentro da própria alemanha. Não sei como o senhor administrador permite copy-paste em larga escala, totalmente irrelevante para a discussão. É a chamada trollagem.
Resolver o défice cultural , 20 Abril 2013
Dear Silva
Dear Silva:
What else can I say?
Holly Shit!
Pedro Só , 21 Abril 2013

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