Em apenas dois anos de mandato, o actual Governo de coligação PSD/CDS nomeou 4463 novos membros para ocuparem cargos nos 14 gabinetes ministeriais. Segundo contas feitas hoje pelo Diário de Notícias (DN), este número supera já o de José Sócrates nos seus dois primeiros anos de mandato.
A dois meses das eleições legislativas de 2011, o na altura candidato do PSD e actual primeiro-ministro, Passos Coelho, prometeu "apresentar um Governo com uma dimensão historicamente pequena" (o que viria a confirmar-se), alegando que "os membros do Governo não podem recrutar ilimitadamente uma espécie de administração paralela nos seus gabinetes", lembra hoje o DN.
Acontece que, quase dois anos depois, o actual Governo já nomeou 4463 pessoas, das quais, revela o DN, 1027 para os gabinetes dos ministérios, 1617 para cargos dirigentes na Administração Pública e 1819 para grupos de trabalho e outras nomeações.
Pegando no número de 'boys' nomeados para os gabinetes ministeriais, o DN revela que em média são 73 as novas caras por gabinete, ou seja, mais do que as 54 nomeações feitas por José Sócrates nos dois primeiros anos de mandato entre 2005 e 2007.
Acrescenta ainda o DN, que os ministérios da Economia e o da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território são os que mais nomeações fizeram: 129 e 125, respectivamente.
Notícias ao minuto | 02-06-2013
Comentários (10)
Exibir/Esconder comentários
...
...
É sabido que cada um destes ministérios (que a própria comunicação social apelida de super ministérios) agrega várias pastas dos governos anteriores. Seria mais honesto dizer qual o número de boys do PS correspondente a cada um destes ministérios tendo em conta a agregação.
E, provavelmente, fazer o mesmo em relação aos outros ministérios todos.
Aliás, a forma descarada como o DN mente logo no primeiro parágrafo revela a manipulação dos números.
Afirma que o governo nomeou 4463 novos membros para cargos nos gabinetes ministeriais.
Logo a seguir contradiz-se e afirma que para os gabinetes foram 1027.
Qual a credibilidade da notícia e do jornal? Em que ficamos?
Quando o JIC de Aveiro entendeu que as escutas indiciavam uma tentativa para controlar a comunicação social, nem desconfiava a que ponto esse controle já tinha chegado. E mantém-se.
José Pedro Faria (Jurista) - Escândalo continuado.
Só quem não conhece a realidade da administração central, e da local, é que pode estranhar estes números (que me parecem estar corretos: 4463 pessoas, incluindo nomeações para gabinetes, para cargos dirigentes e para grupos de trabalho, entre outras nomeações). Quanto às nomeações para grupos de trabalho só não há remuneração se o nomeado for trabalhador público, e não parece que seja disso que estamos a falar.
A realidade que se vive nos organismos públicos é de um misto de frustração, medo e de revolta silenciosa. É fácil de imaginar como se sentem técnicos superiores das mais diversas áreas (arquitetura, direito, engenharia, etc.) com dezenas de anos de serviço, a trabalhar em gabinetes onde há uma multidão de "boys" a ganhar, em alguns casos, muito mais que eles, desde motoristas e secretárias até assessores, designadamente juristas que nada percebem de direito público. Imagine-se a paciência que alguns juristas mais antigos têm que possuir para explicar regras básicas do ordenamento jurídico público a recém-licenciados que estão a ganhar muito mais apenas porque são militantes do PSD ou do CDS. É confrangedor.
Reduzir isto a uma guerra PS-PSD não tem qualquer sentido, já que ambos têm, a meias, adotado uma política de nepotismo que ultrapassa todas as marcas da razoabilidade. Juntos, têm contribuído para esta vergonha que se vive no nosso país.
A única diferença é que o atual governo tem conduzido uma política de tal modo arrasadora da economia e de desrespeito pelas pessoas e pelas instituições públicas, que os erros do PS, parecem agora de uma dimensão muito inferior.
E, sim, há alternativas, não apenas para Portugal mas também para toda a Europa. Caminhar ara o abismo é que não é solução.
exemplo de pessoas contabilizadas, mas que não representam despesa
Segundo Pedro Mota Soares, as duas comissões serão integradas por técnicos ministeriais, que não terão remuneração adicional, e que farão um levantamento das questões que devem ser revistas para melhorar os processos de adopção.
José Pedro Faria (Jurista) - Escândalo continuado (parte 2)
Mas isso nem é o mais relevante. O que aqui importa é o enxame de supostos "especialistas" dos partidos, que, em muitos casos não passam de recém-licenciados sem qualquer experiência, a ganhar muito mais que os técnicos do Estado, sendo que estes poderiam perfeitamente fazer melhor trabalho sem custos adicionais. De uma maneira geral (com algumas honrosas, mas dispendiosas, exceções), os chamados "boys" dos partidos (sejam eles quais forem) não representam uma mais-valia para o Estado. Muito pelo contrário, constituem uma despesa inútil. Como se vê, a austeridade não é como o Sol, não nasceu para todos.
A utilidade dos boys?



Fazerem pela vida nas caixas de comentários dos jornais e televisões.Sempre ao lado dos seu governo claro...
...
Escreva o seu comentário
< Anterior | Seguinte > |
---|