Governo anterior adjudicou à Critical Software um projeto que veio a resultar no Citius Plus, que surgiu em 2011 e estava até ao início desta semana instalado no Tribunal Judicial da Figueira da Foz, no Tribunal de Trabalho da Figueira e no Tribunal da Re
O Ministério da Justiça desistiu do projeto da empresa Critical Software, a quem pagou meio milhão de euros, para criar mais funcionalidades e tornar mais seguro o sistema informático dos tribunais.
A empresa Critical Software tinha sido contratada pelo anterior Governo, em meados de 2010, por cerca de um milhão de euros, mas o acordo, por ajuste direto, não foi cumprido e o Ministério da Justiça optou pelo trabalho desenvolvido por uma equipa interna, que se demitiu no início do ano.
"A empresa Critical não teve qualquer participação neste projeto", garante o Ministério da Justiça, que, desde terça-feira, optou pela instalação em todos os tribunais de uma versão com novas funcionalidades e melhorada, ao nível da segurança e do desempenho, pela equipa de Coimbra.
Segundo o Ministério da Justiça, após "análise técnica", esta versão, que foi desenvolvida "com recursos internos do Ministério da Justiça", permite "suportar o novo Código de Processo Civil".
Esta análise técnica corroborou as conclusões de uma anterior que o Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça (ITIJ), extinto em 2012, já tinha apresentado à tutela em 2011.
Na altura, o relatório do então ITIJ considerava que a proposta da empresa Critical Software não acrescentava a funcionalidade e a segurança desejáveis, e mantinha algumas das suas fragilidades e realçava que o modelo de migração para uma linguagem mais moderna (.Net) tinha sido baseado "na lei do menor esforço".
O Ministério da Justiça esclarece que a versão do Citius Plus, adjudicada por ajuste direto por 950 mil euros (mais IVA), "ficou parada no tempo, com desenvolvimento incompleto, em meados de 2011".
Contudo, no site dos contratos públicos online, é possível encontrar a adjudicação, já este ano (04 de janeiro), por 70.000 euros, de um serviço de 'roolout' – instalação da aplicação noutros tribunais.
A Lusa questionou o Ministério da Justiça sobre esta adjudicação, designadamente para perceber para que serviria, uma vez que o desenvolvimento da versão do Citius Plus, tal como admitiu a tutela, estava "incompleto", mas até ao momento não obteve qualquer esclarecimento.
Depois de este Governo tomar posse – explicou a tutela -, o contrato com a Critical Software foi revisto e renegociado no início deste ano, tendo sido pagos cerca de 500 mil dos 950.000 euros (mais IVA) previstos no ajuste direto feito pelo Governo de José Sócrates.
O sistema informático Citius surgiu em 2001, para a área cível, e originalmente chamava-se Habilus. Depois, passou a funcionar como Citius para os magistrados e Habilus para as secretarias dos tribunais.
Para desenvolver o sistema, o Governo anterior adjudicou à Critical Software um projeto que veio a resultar no Citius Plus, que surgiu em 2011 e estava até ao início desta semana instalado no Tribunal Judicial da Figueira da Foz, no Tribunal de Trabalho da Figueira e no Tribunal da Relação de Coimbra.
Face às necessidades dos tribunais e ao descontentamento com o trabalho desenvolvido pela Critical, a equipa de desenvolvimento do então ITIJ (hoje Instituto de Gestão Financeira e Infraestruturas da Justiça) trabalhou numa evolução da aplicação informática original (Habilus/Citius).
Segundo fonte ligada ao processo, a plataforma estava em "construção" e já tinha recebido algumas das novas funcionalidades necessárias para agilizar e melhorar o trabalho nos tribunais, nomeadamente com aplicações consagrando as alterações introduzidas pelo novo Código de Processo Civil.
O resultado desse trabalho (Citius Piloto) já estava, desde 2012, instalado no Tribunal Judicial de Santarém, Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, Tribunal da Propriedade Intelectual, Tribunal Judicial de Faro, Juízes Cíveis de Coimbra, Tribunais de Família de Coimbra e na Comarca da Grande Lisboa Noroeste.
Lusa | 26-05-2013
Comentários (14)
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Já agora, só se compreende que se pague uma empreitada sem ela estar pronta (ou metade dela que não serve para nada) quando se paga com dinheiro dos outros.
E AGORA???
Vamos escolher outra empresa de software???
Em tempos, encomendaram a uma empresa privada (cujo nome não recordo) o desenvolvimento do SITAF, dado que o Habilus não servia os intentos almejados pelos mais iluminados. Gastou-se milhões e veja-se o estado em que o sistema se encontra.
Depois, com grande destaque nos jornais e na comunicação social, apresentações e conferências de imprensa, até com a presença do então PGR, surge o AGIC, que seria a verdadeira revolução na informática para o ministério público e não só, desenvolvido pela Accenture. Não chegou sequer a nascer e foram mais uns milhões.
Logo de seguida, o agora falecido Citius Plus, que não chegou a sair do berço, e lá foram mais uns cobres...
Ao longo de tudo isto, lá se foi mantendo o Habilus (depois renomeado Citius) que contra a vontade de todos os iluminados que têm dirigido os destinos do ministério, tem conseguido garantir o funcionamento dos tribunais por esse País fora.
E mesmo assim, enquanto não "correram" com a equipa que desde o inicio analisou, criou, desenvolveu instalou e manteve, ininterruptamente, a funcionar o tão indesejado sistema informático, não descansaram.
DaÍ a questão:E agora como é que vai ser???
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Imaginem o Pavilhão Atlântico, propriedade do genro do Cavaco, com aquelas atletas de leste naquelas mini-saias que deixam sempre ver o que está por baixo, a patinar, a patinar, a patinar...

http://all4ten.wordpress.com/
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http://portadaloja.blogspot.pt...nicus.html

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O que não está nada claro são exatamente as opções tomadas, o dinheiro gasto que de nada serviu, etc. etc.
Critical Software e o Citius -onde pára a verdade ?
ou
aqui: http://all4ten.wordpress.com/2...baldrocas/
O que é que estará por detrás de tanta desinformação?
Direito de resposta da Critical Software
Publicado ontem às 16:11
A TSF publicou no dia 26 de maio a notícia «Governo desiste de contrato de informática que custou meio milhão de euros» (Lusa), que suscitou um pedido de direito de resposta da empresa Critical Software.
A TSF transcreve a seguir, e na íntegra, o texto que nos foi enviado:
«A Critical Software tomou ontem, dia 26 de Maio de 2013, conhecimento do artigo publicado nesse mesmo dia por V. Exas., com o título "Governo desiste de contrato de informática nos tribunais que custou meio milhão".
Na sequência do conteúdo do referido artigo, a Critical Software passa a esclarecer:
1. A Critical Software é uma empresa que opera à escala global, fornecendo soluções de software de elevada fiabilidade e disponibilidade que suportam sistemas de informação críticos para o Negócio e/ou Missão de empresas e organismos líderes nos seus mercados. A Critical Software rege a sua atuação pelos mais elevados padrões de qualidade e de ética. Fundada em Portugal em 1998, a Critical Software tem sede em Coimbra, escritórios em Lisboa e Porto e marca presença, através de subsidiárias, em Southampton e Somerset (Reino Unido), Chicago e New Jersey (EUA), São Paulo (Brasil), Maputo (Moçambique), Luanda (Angola) e Singapura. A empresa possui um sistema de gestão de qualidade com certificações CMMI( R ) Level5, ISO 9001:2008 Tick-IT, EN 9100, AQAP 2110 e 2210 (NATO), e implementa também os standards ISO 12207 e ISO 15504 (SPICE), tendo cerca de 80% do seu volume negócios provenientes dos mercados internacionais.
2. A Critical Software foi surpreendida com o teor da notícia, não apenas porque não foi chamada a prestar quaisquer esclarecimentos sobre o mesmo, mas também, e sobretudo, pelo amplo conjunto de informações erradas que contem.
3. O Projecto Citius Plus foi adjudicado pelo Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça (ITIJ) à Critical Software, através de um procedimento de ajuste direto, previsto na lei. O procedimento em questão recebeu o visto do Tribunal de Contas no dia 22 de Junho de 2010.
4. Os objetivos, muito precisos e claros, estabalecidos para o projeto, foram: - Robustecimento da plataforma Citius/Habilus pela migração do seu código (assente em tecnologia obsoleta); - Resolução de bem identificados, e particularmente sérios, problemas de segurança; - Definição de um conjunto de processos e práticas que visavam melhorar a forma de trabalhar da equipa do ITIJ responsável pela plataforma - seguindo as melhores práticas para o efeito.
5. Com tais objetivos em mente, o Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça (ITIJ), entidade extinta em 2012, iniciou o projeto conjuntamente com a Critical Software em Junho de 2010. Este projeto foi completa e cabalmente concretizado, formalmente aceite pelo Ministério da Justiça e, como estava previsto, implementado em alguns tribunais do país. A sua conclusão, e início de utilização do software, ocorreu em 28 de Junho de 2011.
6. A partir de 28 de Junho de 2011, a Critical Software deixou de ter qualquer responsabilidade sobre o referido projeto e suas futuras evoluções, excetuando o estabelecido no normal período de garantia.
7. A Critical Software cumpriu na íntegra e escrupulosamente todas as responsabilidades resultantes do contrato. O seu resultado, aliás, existe e é, portanto, passível de escrutínio objetivo e rigoroso.
8. O relatório de auditoria, mencionado no artigo, foi um documento produzido pela equipa que tinha desenvolvido, anteriormente, a solução que este projeto visava substituir. O relatório foi extensamente analisado e discutido com o Conselho Diretivo do ITIJ. Todas as dúvidas foram esclarecidas e as críticas foram respondidas, tendo nessa sequência o projeto sido aceite.
9. A Critical Software não pode por isso responder ou prestar quaisquer esclarecimentos relacionados com a evolução do projeto posteriores a 28 de Junho de 2011, data a partir da qual deixou de ter qualquer responsabilidade em relação ao referido projeto.
10. Mais esclarece a Critical Software que não recebeu qualquer adjudicação por parte do Ministério da Justiça depois de dia 28 de Junho de 2011. A eventual adjudicação de 70.000euro referida no artigo não tem qualquer relação, direta ou indireta, com a Critical Software. Também não existiu qualquer recuo na adjudicação deste projeto, que foi cumprido e entregue dentro do prazo estipulado (Junho 2010- Junho 2011), tendo o valor pelo qual foi adjudicado sido integralmente pago à Critical Software, pelo que as afirmações constantes do referido artigo são falsas»
link: http://www.tsf.pt/PaginaInicia...02&page=-1
à pressa...
Se calhar é por estas e por outras que, segundo uma noticia publicada no Diário de Noticias, já anda uma inspeção da Finanças a ver o que se passa.
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