Em caso de problemas na banca, "se necessário, poderá recorrer-se "aos depositantes", defende o líder do Eurogrupo.
O líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, diz que em caso de problemas na banca – se os accionistas e os detentores de obrigações não conseguirem garantir a solvabilidade de uma instituição – então "se necessário" poderá recorrer-se "aos depositantes" com poupanças acima dos 100 mil euros.
Em entrevista dada à Reuters, o líder do Eurogrupo apontou para que a Europa esteja a ponderar, caso seja preciso, alargar a solução encontrada para o Chipre a outras situações.
"Se houver risco num banco, a nossa primeira questão deve ser: 'Ok, o que é que vocês no banco estão a fazer em relação a isso? O que podem fazer para se recapitalizarem?' Se o banco não o puder fazer, então vamos falar com os accionistas e os obrigacionistas, vamos pedir-lhes para contribuírem para recapitalizar o banco e, se necessário, aos detentores de depósitos não garantidos", ou seja, às poupanças acima dos 100 mil euros.
Esta madrugada, o Chipre chegou a acordo com a troika para receber ajuda financeira dos parceiros europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
São 10 mil milhões de euros a quantia que o Chipre vai receber. Em contrapartida, terá de implementar medidas que resultem em receitas de cerca de seis mil milhões de euros. E uma delas – a principal – é obrigar os depositantes a participarem no programa. Desta forma, ficou acordado que os depósitos superiores a 100 mil euros vão sofrer uma perda de cerca de 30%.
O responsável justifica esta tomada de posição com o facto de ser necessário que não sejam os Governos e os contribuintes a assumirem estes custos. E diz que este é o melhor momento para se arriscar neste caminho, uma vez que os mercados acalmaram nos últimos tempos.
Correio da Manhã | 25-03-2013
Comentários (4)
Exibir/Esconder comentários
José Pedro Faria (Jurista) - Demonstração de hebetismo.troglodítico.
Recorde-se que o Eurogrupo é o órgão de governação económica europeia, composto por aquilo que supostamente seria uma verdadeira congregação de génios da finança. Mas quando o seu próprio Presidente profere um tal conjunto de disparates sem ponta por onde se pegue, ficamos com uma noção precisa sobre o tipo de gente que governa a Europa.
Quando todos pensamos que o nível de nonsense político a nível europeu atingiu o seu pico com o atual governo português, designadamente com algumas inenarráveis figuras que o compõem, facilmente identificáveis, eis que, de súbito, surge este Sr. Jeroen Dijsselbloem a comprovar que, afinal o governo nacional não tem o exclusivo do hebetismo.
Ensandeceram
Trata-se de gente que gosta de dar o seu show mediático antes de pensar no que vai dizer.
Decididamente, o exercício sério da política e as câmaras de TV nunca ligaram muito bem.
Precauções
Neste caso, podem os governos mandar as policias assaltar as casas e fazer as recolhas?
E temos mesmo que entregar o dinheiro ou podemos recusar?
...
Mas esta de os lucros serem repartidos por accionistas e os prejuízos serem suportados por clientes é que só lembra a economistas... ou engenheiros.
Escreva o seu comentário
< Anterior | Seguinte > |
---|