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REVISTA DE 2013

Polícias dormem como sem-abrigo

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Foi com surpresa e revolta que os cerca de 50 agentes da 16.ª Esquadra da PSP do Porto viram as seis camas que usavam para descansar serem, quinta-feira, retiradas para abate por ordem superior. Agora, são forçados a dormir no chão, em cima de cartões. Para piorar ainda mais as coisas, os polícias temem que a nova esquadra da Vilarinha também não tenha camarata e camas.

As instalações da esquadra de Aldoar, na Rua do Pinheiro Manso, há muito que estão em mau estado, mas, até quinta-feira, os agentes ainda podiam contar com meia dúzia de camas para descansar no final do turno. Agora, nem isso têm. Sem qualquer conforto, os agentes dormem como podem: em cima de caixas de cartão e dentro de sacos-camas.

"É muito mau", contou fonte sindical ao JN. "Há uma revolta muito grande entre os homens porque sentem que estão a ser injustiçados", explicou. "As instalações já não tinham as mínimas condições de conforto e ainda lhes fazem isto."

Segundo o Comando Metropolitano, "o espaço em causa não reunia condições para ser utilizado como camarata, pelo que o material que ali se encontrava foi retirado". A mesma fonte acrescenta que "dispõe de lugares vagos na sua camarata localizada nas instalações da Bela Vista", em S. Roque, Campanhã.

Dentro de três a quatro meses, a nova esquadra, na antiga escola da Vilarinha, deve estar pronta. Porém, entre os homens corre o boato de que as instalações não vão ter nem camarata, nem camas. "Se isso for verdade, os homens terão de ir sempre à Bela Vista", queixa-se o sindicato. "Além de se terem de deslocar para longe, as camaratas estão quase sempre cheias porque acolhem contingentes muito elevados".

A mudança para a Vilarinha significa que, finalmente, a 16.ª vai ficar na sua área de jurisdição: Aldoar e Nevogilde. Recorde-se que há algumas dezenas de anos que a esquadra está em Ramalde, uma zona que é servida pela 18.ª, atualmente instalada no Bairro do Viso.

Tiago Rodrigues Alves | Jornal de Notícias | 18-05-2013

Comentários (8)


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E até querem que um policia seja, às vezes, policia.
A PSP é uma instituição civil e, assim, as esquadras não são quartéis, pelo que não têm nem devem ter camaratas.
Porém, a PSP tem de conhecer a realidade dos seus agentes e, sabendo que muitos estão deslocados dos seus Cpmandos de preferência,longe das famílias e com vencimentos que são de miséria (alguém tem duvida?), deveria possuir messes onde pudesse instalar estes agentes deslocados. A não acontecer, a alternativa é mesmo viver como sem-abrigo.
Conheci agentes que viviam em bairros da lata, como lhe chamavam então ao bairro chinês. Uma vergonha para quem desempenha um serviço público e a quem por vezes exigem que seja paramédico, educador, funcionário judicial, juiz e às vezes até ... policia.
Luis , 18 Maio 2013 | url
...
Lamentável, simplesmente lamentável. Creio que vai chegando o tempo de se fazer alguma coisa. Para já, votemos PCP nas autárquicas. Mesmo que ganhem, nada de mal virá e talvez até venha de bom para os governos locais....
Sun Tzu , 18 Maio 2013
...
Quem deu ordem superior para o abate?
E não se juntam 3 ou 4 para o ensinar a não se meter com a Polícia?
Quem é o superior? Onde é que o tipo costuma ir dormir?

smilies/grin.gifsmilies/grin.gifsmilies/grin.gif
Herr Flick, von GESTAPO , 18 Maio 2013
O problema será logo resolvido se os pintarem de preto e chamarem o SOS...
smilies/grin.gifsmilies/grin.gifsmilies/grin.gif

É que atrás do SOS vem um monte de partidos...
Lusitânea , 18 Maio 2013
...
Este é um mero exemplo de um dos privilégios da função pública... smilies/sad.gif
mfr , 18 Maio 2013
Hábitos e costumes...
Quando iniciei a minha carreira de prof era todos os anos colocado a grande distãncia de casa! Por vezes mais de duzentos Km! O ordenado de um prof em inicio de carreira não era substâncialmente superior ao de um policia nas mesmas condições ( e ainda não é).
Não me recordo de ninguém beneficiar de camaratas, quartos ou de subsidio de alojamento!
Ou se aceitava a deslocação ou ficava-se no desemprego!
Ainda hoje assim é!
Não vejo que os policias possam ser considerados diferentes de outros servidores do estado nas mesmas circunstâncias.
No entanto é absolutamente inacreditável que o vencimento de um policia, professor ou outro nas mesmas condições de mobilidade SEJA MANIFESTAMENTE INSUFICIENTE para alguém se alojar condignamente!

PS:
senhor lusitanea .

Sabia que em Portugal há Policias negros? Ora mande lá o SOS ou deixa-se de idiotices!
Prof , 19 Maio 2013
DIGNIDADE
Não se trata da PSP ser uma instituição civil ou não, entre outras coisas, e sim de possibilitar a todos os trabalhadores, independentemente de serem públicos ou privados, desempenharem as suas funções funções com um mínimo de diginidade uma vez que para servir o público, seja no sector privado seja no sector público, os funcionários têm que estar bem mentalmente e fisicamente.
Quem ordenou a retirada das camas procedeu mal dado não ter assegurado outras condições pois sair de turno às 07H00 ou às 08H00, ou idas a Tribunal depois de uma noite de trabalho, e ainda ter que se deslocar para camaratas afastadas não tem qualquer sentido pois decisões dessa natureza deveriam ser tomadas com humanismo e não de forma bruta e sem nexo nenhum!!
A pessoa que tomou essa brilhantíssima decisão que trabalhe toda a noite e que vá a Tribunal durante toda a manhã e de seguida que tenha que ir dormir para uma camarata afastada!!!!
As pessoas devem saber aquilo que andam a fazer, devem ter consciência e experiência de vida, devem primeiro calcular, prever, o impacto e os efeitos das decisões nos contextos sobre os quais incidirão!!!!
A pessoa que tomou essa inteligentíssima decisão deveria LER primeiro o segredo dos generais romanos sobre o comando de legiões!!!!
Pedro Moura , 22 Maio 2013 | url
Falar é super facil
- Respeito quem se julga detentor da verdade, quem se julga mas que os outros, quem se julga superior, mas será que no terreno, a trabalhar em condições adversas por turnos e contra as mais diversas, e íngremes situações criminais e ou meramente circunstancias e ou contra ordenacionais, numa sociedade cuja a cultura do vulgar comum vê o serviço dos operacionalizais como um mal necessário em vez de verem que é um bem necessário, será que faziam melhor nas mesmas circunstâncias sera que aguentavam um turno de serviço, Falar é fácil e sabedoria livresca esta o mundo cheio e o resultado esta a vista nesta crise económica e de valores. Se não fosse a coragem e o espírito de abnegação e altruísmo de alguns elementos das forças de segurança ninguém respeitava ninguém muito menos instituições. Por conseguinte há que valorizar os operacionais do terreno, há que mudar a cultura e mentalidades sobre os operacionais que se esforçam os outros deviam era ganhar menos em detrimento dos que verdadeiramente se esforçam e levam o seu serviço muito a serio.
Corpo&Alma , 01 Setembro 2013 | url

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