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REVISTA DE 2013

Greve dos guardas prisionais incomoda reclusos VIP

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A greve dos guardas prisionais retira qualidade de vida atrás das grades sobretudo aos reclusos VIP que habitam na cadeia da Carregueira, em Sintra. Carlos Cruz, Vale e Azevedo e Isaltino Morais ficaram sem visitas durante uma semana, situação a que não estão habituados. O autarca de Oeiras é o mais penalizado já que nem charutos pode fumar.

Tal como os restantes presos, os três reclusos mais conhecidos do país, não escaparam aos efeitos da greve parcial dos guardas prisionais cumprida entre 6 e 11 de Maio e que promete continuar até junho. Isaltino Morais, Carlos Cruz e João Vale e Azevedo, ficaram também fechados nas celas 22 horas por dia, sem visitas, sem telefonemas, e sem petiscos do exterior devidamente autorizados. Situação que pode ser já habitual para a maioria dos presos mas que não o será para as três personalidades públicas. Com os guardas a cumprir apenas os serviços mínimos, a distribuição das refeições na Carregueira também não foi ao melhor estilo. Isaltino Morais é o mais penalizado pelas regras da cadeia, já que os charutos estão proibidos e tem que fumar cigarros comprados no estabelecimento prisional. Durante a greve, viu-se fechado numa cela da ala de fumadores de todas as marcas. Carlos Cruz, o mais comunicativo, apenas teve convívio e recreio uma hora de manhã e outra à tarde, tal como os restantes reclusos. E João Vale e Azevedo perdeu a transmissão televisiva de alguns jogos do Benfica. Aproveitou o tempo fechado na cela para adiantar mais pedidos de libertação imediata.

A greve impediu também todos os reclusos da prática de desporto, transporte para audiências em tribunal, bem como para consultas ou exames médicos não urgentes. Com uma adesão à greve perto dos 100%, os guardas prisionais asseguraram apenas a abertura das celas para a alimentação, assistência médica, medicamentosa e religiosa, além dos transportes ao tribunal para situações que colocavam em causa a liberdade do recluso.

Reivindicações

A greve, que já teve um primeiro período em Abril, é uma forma de luta para exigir a aprovação de um novo estatuto profissional do Corpo de Guardas Prisionais, adiada desde 2008, a revisão do estatuto remuneratório e a eliminação dos cortes percentuais nas horas extra. Reivindicam também a contratação de mais 800 efetivos para reforçar os mais de quatro mil existentes, e a otimização de serviços, excluindo, por exemplo, o trabalho administrativo das tarefas atribuídas aos guardas, por serem funções para as quais não estão vocacionados.

O segundo período da greve dos guardas prisionais terminou no dia 11 mas já estão marcadas novas ações de luta. "Por força do impasse existente em torno do processo de definição do estatuto profissional dos guardas prisionais, marcámos uma vigília a 16 de maio junto ao Ministério da Justiça e dois novos períodos de greve para maio e junho" avançou Jorge Alves, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional. Em declarações à agência Lusa, o sindicalista especificou que o primeiro período de greve decorrerá entre 21 de maio e 1 de junho e o segundo na semana de 3 a 8 de junho. Sobre a vigília em frente ao Ministério da Justiça, em Lisboa, Jorge Alves diz que entidade sindical espera "uma grande adesão" de guardas prisionais, acrescentando que "já está assegurada a vinda de quatro ou cinco autocarros da região norte" do país.

O líder sindical explicou que o impasse que se vive em torno do processo da definição do estatuto profissional da classe deve-se, em grande parte, "ao clima de ameaça e pressão" imposto pelo ministério tutelado por Paula Teixeira da Cruz.

Manuela Teixeira | O Crime | 16-05-2013

Comentários (2)


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Proibam a greve, pois essa malta não pode ser incomodada!
Sun Tzu , 16 Maio 2013
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pois... ainda podem ter a ideia de se evadir! smilies/grin.gif
ex-fp legalmente espoliado , 17 Maio 2013

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