O presidente do Supremo Tribunal de Justiça criticou nesta quarta-feira os ordenados dos assessores políticos, no discurso proferido na cerimónia solene de abertura do ano judicial. "Os partidos tornaram-se máquinas políticas alimentadas a dinheiro. Percebe-se, assim, que assessores ministeriais com vinte e poucos anos de idade ganhem o que fará inveja a juízes de tribunais superiores e muito mais a qualquer juiz de comarca", afirmou Noronha Nascimento, considerando que os tribunais em nada contribuíram para a "crise que vivemos" mas sentem-na "na pele" com a "enxurrada de ações de dívida".
Na radiografia sobre os tribunais portugueses, o conselheiro entende que há necessidade de fundir os tribunais comuns e administrativos e de limpar o lixo processual, considerando que os tribunais, em regra, julgam depressa. Já as execuções, diz, "são o Katrina do nosso judiciário".
Noronha Nascimento, que está a terminar o seu mandato, elogia as reformas legislativas em curso, nomeadamente o processo civil e o mapa judiciário, mas critica o novo modelo de gestão das comarcas, de liderança tripartida, contra o modelo anterior em que o o líder da comarca era o juiz designado pelo Conselho Superior da Magistratura.
Ana Luísa Nascimento | Correio da Manhã | 30-01-2013
Comentários (6)
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Mais difícil é atirar aos Sérvulos e cia, às suas relações perigosas com o legislativo e aos seus pareceres milionários.
Gastar uma linha com os assessores, como se aí estivesse um mal relevante do sistema de justiça, é perder uma oportunidade...
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Não se atira aos Amigos!
E a inveja dos "juízes dos tribunais superiores" (falava em nome próprio? É que inveja é feio

Inveja, e consequência natural
Mas fica-lhe mal este sentimento de inveja. Deveria sim estender este sentimento à população em geral. Por haver "boys" de vinte e poucos anos sem CV digno de registo, a auferir vencimentos públicos superiores à grande maioria de quadros superiores em Pt.
Por outro lado, a proliferação de assessores é natural atendendo
•ao nível cada vez mais baixo dos deputados da AR (cujo maior curriculum é terem sido do partido desde tenra idade), e
•aos baixos salários dos deputados, tendo em conta a responsabilidade que tem nesta democracia
José Pedro Faria (Jurista) - O escândalo dos assessores
É absolutamente massacrante para um técnico superior com 20 ou 30 anos de casa ter que explicar a esses assessores, que, em muitos casos, nem razoáveis estagiários poderiam ser, como é que se trabalha, para mais sabendo que os mesmos podem estar a ganhar o dobro ou o triplo dele. Muitas das soluções que esses assessores encontram esbarram em regras básicas de direito público que, na maior parte dos casos, eles ignoram completamente.
Claro que estes ignaros, quantas vezes emproados e arrogantes, não têm culpa da situação. Tiveram uma oportunidade e aproveitaram-na - é humano. O mal reside no sistema aberrante que permite que este estado de coisas subsista por esse país fora, tanto na administração central, como na local, em institutos públicos, etc., subproduto de uma "democracia" partidocrática em avançado estado de decomposição.
25 aninhos de maturidade, verdadeiro sentido de responsabilidade e de infindável talento!...
E estes boys, são o quê?
Qual o critério que terá presidido à sua 'contratação'?...
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O que se passa no governo, acontece em todo o País, em todos os sectores da Administração Pública, ainda ninguém se apercebeu que sem o factor "C" não consegue chegar a lado nenhum neste momento, não adianta perder anos a estudar nem a fazer curriculum, aliás quanto mais se idiota for melhor.
E isto meus amigos, na minha opinião é crime. Descarado e profundamente enraizado na cultura Portuguesa, tornou-se "algo de natural à condição de Português".
O salário desde tipo de pessoas "sem competência e sem experiência" é pago com dinheiros públicos, se a Administração Pública prossegue o interesse público, como é possível num País minimamente decente justificar-se a contratação de um "especialista" de 25 anos nestas condições e não se atuar criminalmente.
Eu digo como, não temos MP...
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