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REVISTA DE 2013

Juízes não podem aceitar cortes "de forma passiva"

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O Movimento Justiça e Democracia considerou hoje que os magistrados não podem aceitar os cortes nos salários "de forma passiva", sublinhando que são "perfeitamente incomportáveis para as pessoas e para os juízes".

A presidente do Movimento Justiça e Democracia, Cristina Esteves, aludiu ao regime de exclusividade dos juízes, "que não lhes permite procurar outra forma de sustento em qualquer situação adversa da vida", e frisou que "não é possível continuar a aceitar" os cortes salariais.

"Os juízes estão no limite da indignação e os portugueses estão todos em geral no limite da indignação", acentuou à Lusa a juíza do Movimento Justiça e Democracia, criticando o Orçamento do Estado para 2014.

"Não obstante haverem as decisões do Tribunal Constitucional, que vão delineando um outro caminho que não este, continua-se, sistematicamente, a tornear as decisões, de forma a manter um nível de cortes de salários e pensões perfeitamente incomportável".

Cristina Esteves disse à agência Lusa que "há, de facto, a consciência de que isto não pode continuar, sob pena de as pessoas não poderem fazer face aos seus compromissos".

Sem se pronunciar sobre a possibilidade de uma greve dos juízes, hipótese avançada após reunião do conselho geral da Associação Sindical dos Juízes Portugueses no sábado, a presidente do Movimento Justiça e Democracia referiu-se ainda à organização judiciária, em particular ao corte do quadro de magistrados.

"Vão ser reduzidos alguns quadros [de juízes] que passarão a ter alguma intinerância", observou.

Cristina Esteves sustentou que, além de "todas as dificuldades que resultam destes cortes, não é agradável que um magistrado esteja hoje em Mafra e amanhã em Sintra".

Lusa/DN | 04-11-2013

Comentários (6)


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...
Afinal, o MJD quer ou não quer a greve? Ou está à espera que a ASJP decida nesse sentido?
Pires, o sadino. , 04 Novembro 2013
E o resto?
Pois é.
Os Srs. Juizes, de quem eu pessoalmente nutro um enorme respeito e admiração, não se podem esquecer que não trabalham sozinhos.
Acho que deveriam unir esforços com as restantes classes que operam na justiça, pois não lhes ficaria mal. Afinal, tudo anda no mesmo "barco".
Justiça, quo vadis...
Quo Vadis , 04 Novembro 2013
...
Quo Vadis: Os juízes estão fartos, mas mesmo fartos, de andar com as "restantes classes" às costas. Quando lhes convém, as "restantes classes" querem a mão dos juízes. Mas nunca vi as "restantes classes" a defender os juízes, que diariamente são achincalhados na praça pública, a começar por aquele cujo nome me recuso sequer a citar...!
Pela minha parte - repito -, estou farto. E fora desse "barco".
Indignado , 04 Novembro 2013 | url
Qual «mesmo barco»
Os juízes não devem alinhar em frentismos. O seu estatuto diverge dos outros. Enquanto o MP pode em qualquer momento gritar com o patrão para lhe dizer que está descontente, a judicatura não tem «patrão». Daí que só em situações verdadeiramente excecionais e para defender o Estado de Direito poderá, legitimamente, ir para a greve. Não vale a pena procurar misturar a água e o azeite. Podem até parecer fundidos a um observador incauto, mas serão sempre coisas diferentes e sempre infundíveis.
Francisco do Torrão , 04 Novembro 2013
Comparação vencimento 2010 e 2012
Se se olhar para o vencimento anual ilíquido de um juiz em 2010 e comparar com o de 2012 há uma diferença de perda de mais de 10 mil euros, ou seja, 47 mil para 37 mil e as despesas, como é óbvio, não diminuem....Tudo é inflacionado.
É uma clara afronta dos poderes políticos contra o poder judicial, especialmente vindo de imberbes/assessores ainda de "fraldas". É só diarreia legislativa, passo a expressão, e ideias como a referente à tentativa de privatização da educação, para o povo voltar aos anos 40,50 em que só alguns, muito poucos e muitas vezes só os homens tinham acesso a uma escola.
Alguém tem de travar isto...São gastos atrás de gastos da Catherine e o povo que se lixe, que esta vida é só para alguns.
Há uma crescente revolta e indignação, mas o povo continua a ser sereno por estar a ser manipulado....
A greve ou qualquer greve não resulta.
É necessário fazer o que os juízes espanhóis fizeram: demonstrar inequivocamente que com o poder judicial, que administra a justiça em nome do povo, ninguém brinca.
Será que os juízes portugueses ainda têm coragem destemida?
... , 05 Novembro 2013
...
Gostei da distinção, imputada à fonte, com aspas: 'cortes incomportáveis para as pessoas e para os juízes'.
As pessoas, já sabíamos, não são... juízes.
E os juízes, pelos vistos, não são... pessoas.
Convém distinguir, portanto: juízes a um lado, pessoas a outro.
Está certo.
A.M. , 05 Novembro 2013

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