Esteve à frente do Supremo Tribunal quando Laborinho Lúcio foi ministro da Justiça. Este recorda o "homem afável, de uma grande agudeza e inteligência". Morreu na segunda-feira aos 92 anos Foi presidente do Supremo e magnífico contador de histórias.
"Muito afável, um magnífico contador de histórias, de uma grande agudeza e inteligência." É assim que Laborinho Lúcio, antigo ministro da Justiça, se recorda de Augusto Victor Coelho, que foi o 28.° presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), de 1988 a 1990, e morreu na segunda-feira, de doença prolongada, noticiou a Lusa Tinha 92 anos.
Natural de Lisboa, desde muito cedo foi viver para a Nazaré, a que ficou muito ligado, diz Laborinho Lúcio. Foi presidente da autarquia, antes do 25 de Abril, e também exerceu funções governativas, como subsecretário de Estado do Orçamento e secretário de Estado da mesma pasta, no marcelismo, onde despachou matérias relacionadas com a ADSE.
O ministro da Justiça de dois governos de Cavaco Silva lembra que se cruzou várias vezes, "institucionalmente" com Victor Coelho. Primeiro quando foi diretor do Centro de Estudos Judiciários, era já Victor Coelho juiz conselheiro no STJ, onde foi vice-presidente de 1984 a 1988. Depois, quando exerceu funções ministeriais, o juiz era o presidente do STJ. "Mas recordo-me que, quando entrei na magistratura, era ele ajudante do procuradorgeral da República, como se dizia. Foi quem me recebeu quando fui concorrer."
Os contactos na Nazaré- de onde é natural Laborinho Lúcio -estenderam-se assim ao mundo profissional. Nota o também juiz conselheiro jubilado do STJ, Victor Coelho "teve sempre uma intervenção discreta, mantendo uma equidistância nos conflitos no mundo da magistratura e entre justiça e política". De formação conservadora, "não tergiversava". Foi ainda presidente da Comissão Nacional de Proteção de Dados Pessoais Informatizados, de 1994 a 1999.
Haverá missa de corpo presente hoje às 11.30 na Igrej a de S. João de Deus, em Lisboa, seguindo pelas 12.00 para o cemitério dos Olivais.
Diário de Notícias | 23-01-2013
Comentários (4)
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Talvez seja homem para isso.
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Nota do Administrador InVerbis:
O comentário objecto da referência anterior foi automaticamente publicado não tendo sido filtrado pela aplicação informática instalada.
Considerando a proporção entre os valores em apreço (confronto entre memória de pessoa falecida e liberdade de opinião e de expressão), tomei a decisão de suspender aquele anterior comentário, considerando a natureza recente do primeiro valor, agradecendo a compreensão dos leitores e, em especial, do Exmo. Comentador, que por regra tem sempre primado pela elevação e respeito.
RIP
Por isso ,não obstante as palavras do Laborinho Lúcio ,certo é que magistrado Vítor Coelho nunca poderá ficar na história desta classe ou no mundo da justiça como alguém que construiu ou acrescentou patamares para a dignificação da magistratura ..Teve apenas um papel que os tempos ,seguramente, apagaram.
Contudo , repito ,como homem lamento a sua morte e que descanse em paz !!
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