O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), José Mouraz Lopes, assumiu, em entrevista ao Jornal de Negócios, a oposição dos juízes às medidas previstas no Orçamento de Estado para 2014, apontando-o como sendo «provavelmente a gota de água» para uma situação que «chegou a um limite».
Recordando que o Orçamento do Estado para 2014 prevê «um corte suplementar para todos os serviços públicos, que em relação aos juízes será entre 2% e 6% e que acumula com os cortes de 2011 e com o corte no subsídio de compensação», Mouraz Lopez responde que os «juízes não querem ser ricos» mas como «titulares de órgãos de soberania (...) têm de ser pagos por isso, pelas altas funções que desempenham».
Apontando as «condições de trabalho medíocres», o «quadro de funcionários nos mínimos», as «instalações dos tribunais" e as condições em que os juízes se têm de «deslocar às prisões, em carros a cair de podres, sem motorista, sem segurança» como algumas das situações que têm vindo a contribuir para o degradar de uma profissão, o presidente da ASJP deixa o aviso: «Não empurrem os juízes para algo que eles não querem», numa clara alusão à ameaça de greve. Garantindo, por outro lado, que os magistrados só querem «ver resolvido um problema que não está nas suas mãos».
Diário Digital | 08-11-2013
Comentários (5)
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Sono lento...
Por alguma razão o EMJ proíbe o envolvimento na política.
O achincalhar e a falta de respeito entre colegas juízes em vez de se unirem tem o resultado à vista.
O problema da maioria dos juízes é de não terem sido primeiro advogados. Assim tinham percecionado, logo com as primeiras alterações legislativas, o que lhes ia acontecer e deviam se ter oposto às mesmas, como titulares de outro órgão de soberania, independentemente da sua cor partidária
Vários alertas foram dados, mas a mania de olharem para o seu próprio umbigo, desprezando quem só pretende trabalhar como juiz e envolvendo-se em guerras abjetas sem nexo e outros em associações maçónicas e não só (não são independentes nas decisões), tem consequências nefastas para todos os juízes.
Agora já é tarde...a mediocridade e a falta de humildade de quem governa o país vai arrasar tudo e todos.
Imagine-se mais de 120 mil portugueses emigraram (e outros tantos estão inscritos no centro de emprego, mas esses foram retirados desse cálculo por estarem a fazer cursos de formação prof. que nem estão a ser pagos) e ainda atiram com areia para os olhos a dizer que a taxa de desemprego baixou...
Pessoas mais velhacas e de baixo nível...
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Urge tomar medidas mesmo que drásticas, medidas assumidas por todos, medidas que tenham efectivo impacto, mas para tanto imperioso seria que os juizes se mostrassem unidos e, por incrível que pareça, isso jamais aconteceu e, penso, que jamais vai acontecer ... falta coragem.... sempre faltou ....
Como titulares de um órgão de soberania os juizes são aqueles que têm medo de revelar o poder que, efectivamente, lhes cabe.
Lamento profundamente.
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