Cerca de 80% dos portugueses acredita que a Justiça do País não pune os poderosos, e a percentagem dos que acusam os tribunais de não tratar todos os arguidos da mesma forma chega mesmo aos 93%. Estas são apenas duas das conclusões de um estudo recente do Centro de Estudos Sociais, avança o Diário de Notícias.
No estudo 'As Mulheres na Magistratura em Portugal' levado a cabo pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, os portugueses não poupam críticas ao sistema judicial português. As conclusões serão hoje apresentadas no Parlamento.
A maioria, 60% dos inquiridos, considera a Justiça lenta, 80% considera que os magistrados não punem os cidadãos com mais poder económico, e 93% afirma que a Justiça afinal não é cega e trata de forma diferente determinados arguidos.
Muitos dos inquiridos afirma que "não vale a pena recorrer a tribunal" devido à lentidão, pode ler-se no documento do estudo.
Para o presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Vaz das Neves, as leis não ajudam, "porque os juízes limitam-se a aplicar a lei, e os advogados, que não são imparciais porque defendem os interesses dos seus clientes", usam "todas as possibilidades que a lei lhes dá" para os ajudar.
Notícias ao Minuto | 18-06-2013
Comentários (17)
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Mude lá o disco... Já estamos fartos dessa música...
É gente como você que merece, precisamente, a justiça que tem- lenta e que pune apenas os pilha-galinhas...
Saudações a todos.
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não me incomoda o que os magistrados ganham, apesar de ser acima da maioria das pessoas, porque isso deve-se a os salários tanto da maioria como dos magistrados estarem nivelados por baixo.
O que me incomoda é o facto de haver dois pesos e duas medidas, em função do poderio económico, e quem decide aceitar isso como natural e sem se repugnar.
Mas quando lhes apontam isso abertamente, hipocritamente, sentem-se ofendidos.
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É quase acintoso da sua parte sugerir que os Juízes portugueses trabalham para ganharem um ordenado.
Toda a gente (menos, aparentemente, o senhor) já sabe que os Juízes portugueses só "lá estão", porque:
a) Preferem a companhia dos advogados à de qualquer outra pessoa; e
b) Odeiam tempo livre e, se o tivessem, nem sequer saberiam o que fazer com ele.
Mais (era suposto ser segredo, mas eu conto-lhe): os juízes portugueses, considerando já não suportarem muito mais tempo a infâmia de continuarem a receber um ordenado por trabalharem, já requereram ao Ministério da Justiça a imediata cessação de tal procedimento. E, fique sabendo, a Ministra da Justiça revelou profunda empatia com o que considerou ser "uma justa reivindicação dos Juízes", tendo-lhes afirmado que meras razões burocráticas exigiam, por ora, a manutenção de semelhante agravo, mensalmente repetido.
Espero que esta minha franqueza seja o bastante para o meu caro Suits não voltar a ter a ousadia de sugerir que os Juízes portugueses trabalham para receber um ordenado ao fim do mês e, infâmia pior ainda, que têm pretensões a que esse ordenado seja decente.
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A sua ironia é o argumento de quem quer evitar pronunciar-se sobre o cerne da minha repugnância (provavelmente porque se sentiu atingido, ou alguém próximo).
parece que não me fiz entender (ou então não me quis entender) por isso vou repetir de forma mais clara:
- não me incomoda o que os juízes ganham (parece mais incomodar à maioria dos juízes o que outros eventualmente ganharão, visto andarem sempre a carpirem-se; mas se não querem mudar de profissão- ou não se sentem com capacidades para tal - e exercer a mesma profissão que esses outros, tal é uma mera opção que têm todo o direito a ter, mas sem estarem sempre a "invejar"), até porque acho que a maioria das pessoas e os juízes têm os seus salários nivelados por baixo.
Volto a repetir que me repugna é o facto de aceitarem exercer funções de aplicação de justiça, mas aceitarem como normal e sem repugnância que haja dois pesos e duas medidas em função do poderio económico da parte.
Para mim esse é o comportamento típico de funcionário que não se preocupa minimamente com a qualidade do serviço que presta (trabalhe muito ou trabalhe pouco), mas apenas que o salário caia na conta ao fim do mês certinho. Este tipo de comportamentos só demonstra falta de brio e existência de desonestidade intelectual.
Ainda bem que ainda existem muitos que honram a profissão que exercem. Mas também já existem muitos (demasiados) que têm esse tipo de atitude próxima do mercenário.
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Se se pergunta a alguém se os ricos têm o mesmo tratamento que os pobres em Tribunal, a generalidade irá sempre dizer que não, ou porque só os ricos é que podem contratar os "grandes" Advogados ou por qualquer outra razão que, muitas vezes, resulta da(s) pergunta(s) anteriormente feita(s).
Há coisas que muitos esquecem:
Desde logo que há muito menos ricos do que pobres e, por isso, mesmo que a percentagem de ricos a malhar no banco dos réus fosse a mesma que a de pobres, sempre aqueles seriam dezenas e estes milhares.
Por outro lado, o Tribunais, melhor dizendo os Juízes, só julgam quem é acusado.
Os Juízes não são polícias, não investigam, nem acusam. E os Tribunais, nestes estudos e inquéritos, são sempre uma coisa difusa que atira para cima dos Juízes culpas daquilo que nem sequer chega aos Tribunais.
Finalmente, o argumento dos Advogados poderosos, dos grandes escritórios, etc., em que muita gente alinha, incluindo quem não deveria fazê-lo, é um falso argumento.
Primeiro porque os tais "grandes" nem sempre são melhores do que os outros apenas se diferenciando pelos honorários que cobram. Quantas vezes os articulados que assinam foram integralmente elaborados pelos estagiários...
Segundo porque os Juízes não sabem menos do que os Advogados, mesmo que nem sempre saibam mais, e não se deixam "enrolar" só porque o Advogado é dos que cobram caro ou aparecem muitas vezes na televisão.
Antes pelo contrário: por vezes até ficam mais desconfiados e mais atentos ao que se vai passar na audiência, mais curiosos pelas dúvidas levantadas pelo recurso a este ou aquele Advogado, mais intrigados sobre como é que um tipo mais ou menos pindérico tem dinheiro para pagar a certo Advogado,
enfim, questões que normalmente se não suscitariam.
Há, por isso, que não confundir a Justiça em abstracto com a actividade dos Tribunais em concreto.
Confusão a que parece não ter escapado o Desembargador Vaz das Neves quando vem dizer que as leis não ajudam porque os Advogados, não são imparciais (como se devessem sê-lo) utilizam todas as possibilidades que as leis lhes conferem para ajudar os seus clientes. Mas é suposto fazerem o contrário?
Ou é suposto que as leis não permitam aos Advogados defender os seus clientes para preservar a imagem dos Tribunais?
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A CM, não reage ao solicitado dizendo que é com a PSP e a PSP diz que é a CM;
O Tribunal questionado pela PSP, diz que o ruido da vizinhança é entre o Administrador e o ruidoso, que se entendam.
O queixoso queixa-se das autoridades e o MMº manda a PSP a casa apreender o compotador. Um ano sem computador e constituido arguido; mas 18 anos depois ainda tenho que levar com as incompetências das leis não acatadas
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