Um cliente bancário russo, perante uma proposta de crédito não solicitado que recebeu em casa oriunda de um banco, resolveu virar o feitiço (das letras pequenas que ninguém lê nos contratos bancários) contra a própria instituição.
Se bem entendemos, digitalizou os documentos recebidos do banco, alterou e acrescentou algumas cláusulas em seu favor (taxas de juro, limites de crédito, multas pesadas para o banco caso este altere cláusulas à posteriori, etc), assinou o documento e enviou para o banco ficando a aguardar. O banco recebeu a documentação e assinou de cruz não verificando que o contrato não era exatamente igual ao que tinha enviado ao cliente para ele assinar.
Artigo original: RT, via Economia e Finanças | 10-08-2013
Russo altera condições do cartão de crédito e juiz dá-lhe razão
Quem é que nunca recebeu uma carta a impingir cartões de crédito? Provavelmente, o que ninguém fez foi trocar as voltas ao banco, como conseguiu um homem russo.
Dmitry Agarkov, de 42 anos, estava a abrir o seu correio, em 2008, quando encontrou uma carta do banco Rinkoff Credit Systems (TCS) com um contrato de um cartão de crédito que não tinha pedido.
Podia ter ignorado a carta ou deitá-la no lixo, mas resolveu fazer algo diferente: digitalizar o documento e alterar os termos do contrato a seu favor, incluindo uma taxa de juro de 0% e crédito ilimitado.
Se o banco não cumprisse alguma alínea do acordo, a instituição teria que pagar 3 milhões de rublos (68 mil euros) de indemnização e no caso de cancelar o contrato a compensação seria de 6 milhões de rublos (137 mil euros).
Curiosamente o banco aceitou as novas condições do contrato, que nem sequer terá lido, e enviou o cartão de crédito a Dmitry Agarkov. Mas dois anos depois, em 2010, o TCS cancela o contrato e em 2012 processa o cliente pelas alterações efetuadas no acordo.
Chuva de processos
Entretanto, o caso chegou aos tribunais e um juíz russo deu razão esta quinta-feira a Dmitry Agarkov, alegando que o banco aceitou o novo acordo e que desta forma o cliente terá apenas que pagar o saldo negativo do cartão.
Não satisfeito com a decisão, Argarkov resolveu avançar com um processo contra o banco TCS, por desrespeitar as condições do contrato. A instituição também apresentou uma queixa-crime contra o cliente por fraude.
"O banco confirma ter aceite os termos do cliente, tendo enviado o cartão de crédito e uma cópia do contrato", sublinhou o advogado de Akarkov´s, citado pelo jornal "The Huffington Post"
Já o diretor-geral do TCS, Oleg Tinkov, escreveu no Twitter que a indemnização pedida é um "sonho" e que Dmitry Agarkov arrisca-se a uma pena de prisão de quatro anos por fraude.
O caso volta aos tribunais em setembro."
Expresso | 10-08-2013
Comentários (1)
Exibir/Esconder comentários
Escreva o seu comentário
< Anterior | Seguinte > |
---|