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REVISTA DE 2013

É preciso “alargar o topo e reduzir a base” da administração pública

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Teodora Cardoso diz que os cortes têm ido na direcção errada, porque têm afectado os mais qualificados, que são os que o Estado tem mais necessidade.

A presidente do Conselho das Finanças Públicas defendeu esta terça-feira a necessidade de profissionalizar a administração pública e de torná-la mais pequena.

"É preciso uma administração pública moderna e profissionalizada. Tivemos um período, que está em parte ultrapassado, mas não totalmente ainda, de administração pública politizada, sobretudo ao nível dos gabinetes", disse Teodora Cardoso, à margem do 5º Congresso Nacional dos Economistas. "É necessária maior profissionalização dos responsáveis. Por outro lado, também tem de ser mais pequena".

A economista explicou que durante muitos anos o País alimentou uma administração pública com actividades "muito burocráticas e pouco qualificadas, que alargaram a base sem alargar o topo". "Agora o que precisamos é de alargar e melhorar o topo, e também de reduzir a base. É difícil mas tem de ser resolvido", defendeu.

No entanto, Teodora Cardoso admite que os cortes implementados pelo Governo não têm ido nessa direcção. "Os cortes têm sido cortes horizontais, e têm afectado mais fortemente as pessoas com maior nível de qualificação que é a quem o Estado paga pior, em termos relativos, e de que tem mais necessidade".

A presidente do Conselho de Finanças Públicas acrescentou ainda que os cortes nas pensões de sobrevivência e nos salários da Função Pública "podem ser medidas necessárias ao orçamento".

"A reforma do Estado não é isso, é um processo mais global e demorado, que implica compromisso político importante que está muito para além da aprovação de um orçamento anual", concluiu.

Rita Faria | negocios.pt | 08-10-2013

Comentários (14)


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- Foi dito que o Estado social deve ser repensado analisado e construído noutros moldes mais funcionais mais igualitários e justos, os antigos romanos a milhares de anos atrás, quando estiveram na peninsula ibérica, e colonizaram regiões, agora sobe o domínio territorial português, foram sábios ao governar o povo, no sentido que através de uma helénica máxima proferiram " NÃO DEVEMOS DAR PEIXE, MAS SIM, ENSINAR A PESCAR", uma analogia metafórica, para evidenciarem que o dinheiro não deve ser dado gratuitamente, muito menos a meliantes que automaticamente o vão gastar na aquisição e recriação dos seus VÍCIOS, ao passo que os honestos trabalhadores, vão ter que trabalhar mais e precariamente, para poder haver dinheiro para atribuir aos que nada fazem, alem do "trabalho" de gastar os subsídios em vícios.
- Obviamente que sou a favor, que se ajude quem nunca tentou, se ajudar a si próprio, mas na justa medida, como por exemplo, através de instituições de acolhimento, senhas para alimentação e vestuário, mas nunca dinheiro, nestes casos para provada-mente alimentar vícios, e hábitos prejudiciais a própria saúde física e mental de quem os cultiva. Por outro lado se dermos o dinheiro gratuitamente, estamos a permitir o desenvolvimento da pratica de hábitos funestos e vícios, como o consumo de estupefacientes, alcoolismo, prostituição e a ociosidade, e claro a desenvolver uma crise económica sustentada entre muitos outros factores pela distribuição de divisas, que neste caso se dilui em eventuais subsídios de cidadãos que vão gastar o dinheiro na concretização dos seus vícios, digo isto porque sei de caos reais de cidadãos que gastam o subsidio em drogas, e outros que preferem ter um rendimento mínimo obrigatório a ter que trabalhar, o problema surge quando o dinheiro que devia servir para o bem geral, não chega para vencimentos condignos, para reformas para tratamentos hospitalares,e saúde para educação segurança para todos e de todos.
Imparcial , 09 Outubro 2013 | url
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A Administração pública precisava de levar uma reforma de alto a baixo. Existem bons funcionários públicos e pessoas competentes que são colocadas no mesmo saco de pessoas que foram colocadas pela cunha na junta de freguesia, câmara ou na famosa RTP que abarca tudo.
Temos que valorizar os bons e recolocar os excedentes noutros serviços nem que seja a vigiar a floresta.
É uma matéria difícil e a qual este governo revela lacunas.
Mas temos que reformar a Administração pública, ter melhores funcionários públicos, ter menos mas bons...
Uma modesta opinião.
Francisco , 09 Outubro 2013
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Boa Tarde!

Pessoas há que por imperativo de respeito por si próprias, deveriam perceber quando o seu prazo de validade está esgotado.
Esta ideia, que não é nova, esbarra na realidade diferente que temos. Por mais que julguem o contrário, temos gente a mais com qualificações elevadas, faltando quem no terreno possam executar as decisões superiormente tomadas.
O resultado são serviços de gabinete, sentados na secretária, com maior gravidade quando exercem funções com carácter de fiscalização ou policiamento geral.
E se eles não levantam o dito cujo da secretária, quem exerce a função?
Depois, os novos licenciados fazem corar o mais humilde funcionário de vergonha, tal a vaidade que manifestam, e a falta de conhecimentos que têm. Há licenciados sem emprego? Arranje-se forma de os colocar, mas este não é o rumo certo.
Seria interessante ver polícias licenciados a fazer patrulhamento, então não seria!
Respeitosamente
Orlando Teixeira , 09 Outubro 2013 | url
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1. Não conheço nenhuma "máxima" helénica (grega) ou até romana que diga que se deve negar o peixe a quem quer que seja. Aliás, na tradição ocidental é prática citar a Bíblia que ensina "quem dá aos pobres empresta a Deus".

2. Há um provérbio sim, chinês, que fala sobre peixes e ensinar a pescar; mas em nenhum momento nega a dádiva do peixe - pretende tão só reforçar a importância da transmissão do conhecimento.

3. Milhares de Pessoas desempregadas - e que toda a vida pagaram impostos, que não se resumem ao IRS - recebem apoios miseráveis e outras tantas não recebem nada - estão abandonadas à sua infeliz sorte. Enquanto isso, alguns fazem-se pagar com reformas de dezenas de milhares de euros, lucros obscenos e ordenados de milhões.

4. Mas a moda é bater nos pobres, sempre foi. E imputar-lhes vícios - quando na verdade a maioria nem dinheiro para pão, água e cama condigna tem.
"Não se aumenta a aflição do aflito".
Franclim Sénior , 09 Outubro 2013
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E uma vez mais há que bater naqueles que ainda fazem qualquer coisinha. Será que quem escreve o texto se reconhece na realidade dos factos? Parece que não e aqui me revejo nas palavras de um antigo omandante da policia de Lisboa, embora com a patente de Tenente- Coronel ( Aparício) um dia afirmara a quem o questionava sobre a operacionalidade dos policias com 10, 20, 30 anos, respondeu apenas com esta frase - quem me dera saber tanto de policia como os guardas de 1ª classe. Então eu aqui afirmo como poderemos ter bons funcionários públicos quando se paga a um funcionário com 30 anos de serviço e com qualificações as obrigatórias na época, um valor muito inferior ao auferido por um recém-licenciado, fresquinho e sem qualquer conhecimento das funcionalidades onde vai ser integrado. No entanto, é aquele que não tem a dita formação superior que lhe vai ensinar a pescar, durante 1 mês, 2 ou 3. Assim poderemos passar ao professores de trabalhos manuais, hoje nome mais pomposo de professor de ET, ou EVT, que leciona na mesma escola e com conhecimentos que os atuais licenciados, mesmo melhor preparados (julgo) teoricamente, praticamente ficam, léguas atrás, porque as escolas superiores, estão léguas atrás ou irreconhecíveis quanto ao equipamento instalado nas oficinas que não têm ou laboratórios onde não se ensina, porque é proibido mexer no equipamento instalado.
Todos sabemos que a AP tem bons e menos bons profissionais, mas o mal não está nos menos qualificados, está sim nas chefias, que apenas disfrutam do nome e não do conhecimento, daí as coisas funcionarem mal.
Também sabemos que há imensos FP, ditos licenciados que estão em gabinetes a servir de administrativos e há tantos, no entanto na folha de vencimentos o vencimento do administrativo pode chegar aos 1100€, na folha do licenciado administrativo pode chegar aos 3000€
Mama sume , 09 Outubro 2013
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Sr. Orlando Teixeira

"Seria interessante ver polícias licenciados a fazer patrulhamento, então não seria!"

Não só há polícias licenciados a fazer patrulhamento como o há com mestrados e doutoramentos nas mais vastíssimas áreas do saber!!!!

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Pedro Moura , 09 Outubro 2013 | url
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Teodora Cardoso tem razão. Comecemos por lhe cortar 90% do que recebe no Banco de Potugal sem fazer um chavo e 100% da comissão sobre o orçamento, qu o seu amigo Passos criou pra servir para nada...
Sun Tzu , 09 Outubro 2013
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Digno Pedro Moura

Pois, mas esquece-se de dizer que esses são os que já depois de estarem na polícia, obtiveram uma licenciatura à italiana, e não lhes foi concedida a requalificação como esperavam.
Vá lá, diga lá quantos é que entraram com licenciatura no curriculum.
A excepção à regra é a PJ, onde a admissão para inspectores apenas consagra licenciados.
De todo o modo, se são licenciados e estão na polícia a fazer patrulhamento, não é bom sinal, pois não?
Lembro-me sempre do que um colega mais velho me dizia: quem tem um curso e está na administração pública, foi porque não conseguiu arranjar uma coisa melhor no privado, e isso é sinal que a sua qualidade não é grande coisa. Olhando para os dirigentes que temos, sou obrigado a concordar com ele.
Respeitosamente
Orlando Teixeira , 09 Outubro 2013 | url
sangria de quadros técnicos
Um dos grandes problemas da função pública , foi na última década a sangria de quadros técnicos, por exemplo licenciados, fosse:
•por imite de idade, ou
•saída para o privado
Acabando por ficar em muitos sectores/departamentos/institutos etc
•os menos capazes,
•os "encostas",
•os menos dinâmicos,
•os à beira da reforma
•etc,
com a agravante que com saída daqueles, alguns destes ainda chegaram a chefes... !

Valha-nos nesse aspecto que com a crise que grassa hoje, a saída para o privado estancou.

Bohren , 09 Outubro 2013
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Senhor Sénior, não deturpe as minhas palavras, nem lhe atribua conteúdos e significados completamente errados e desvirtuados do que realmente foi dito, senhor Sr. Orlando Teixeira quando afirmou "Seria interessante ver polícias licenciados a fazer patrulhamento, então não seria!" olhe fique sabendo que o polícia mais operacional, que conheci porque dialoguei com ele e pode verificar os crimes relativamente aos quais ele efectuou as correspondentes detenções, dentro dos parâmetros procedimentos e trâmites legais, e pode constatar que possuía uma cultura policial e geral, que não consegui encontrar em outros, inclusive em licenciados, pois fique sabendo que esse mesmo policia, só tinha o nono ano de escolaridade, porem ele tinha imensos cursos formativos, uma experiência de vida e profissional em vários domínios, vocação e espírito de abnegação, e olhe quem dera a muitos licenciados em direito terem a capacidade de trabalho e de redigir e exprimir quanto a matéria que a área do direito aborda, nas suas mais diversas latitudes, que esse mesmo profissional de policia patrulheiro, possuía.
- Não é a sabedoria livresca, muitas vezes baseada em "marranços e copianços", necessariamente que edifica um profissional melhor! nem muito menos, um canudo!, existem muitos mais factores, e de maior relevância, que vão contribuir para se concretizar um bom desempenho, profissional, que meramente uma licenciatura. o mundo na sua generalidade é governado por licenciados, neste caso concreto e relativamente a questão colocada em epigrafe, administrativos, economistas gestores financeiros, contudo o resultado esta a vista de todo, resultado esse que todos conhecemos por CRISE e olhem que não é só económica, também é de valores, éticos, morais cívicos e mesmo espirituais.
Imparcial , 10 Outubro 2013 | url
Sr. Orlando Teixeira
Esqueceu-se da outra vertente: Muitos dos que estão no privado não conseguiram passar nos concursos para o funcionalismo público.
Com os melhores cumprimentos
Pimpinela , 10 Outubro 2013
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Sr. Orlando Teixeira

Acredito que haja alguma coisa à italiana mas isso existe em todo o lado (a PJ não é excepção para nada nem é exemplo de nada!!!!) Hoje entram para a PSP pessoas já licenciadas e com mais que isso por isso a PJ já não é excepção e esse é um dos problemas!!!
Pedro Moura , 10 Outubro 2013 | url
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Ontem fiz exame a uma pessoa que era licenciada. Por questões de ética questionei-a sobre a carreira estudantil. Disse-me que tinha concluído o 9º ano com 18 anos e aos 23 entrou na Universidade nas novas oportunidades. Por dificuldades no preenchimento de um questionário, questionei sobre a ida às aulas. Disse-me que apenas se apresentava a exames. Questionei-a no relacionamento de aulas práticas e laboratoriais, disse que os exames eram à Americana e que antes destes havia uma apresentação de prova que aproximava ao conteúdo do exame.

Conclusão: há licenciados e licenciaturas, há quem tenha necessidade de aprender estudando e outros que apenas se preocupam com a apresentação do canudo
Aprendendo com o tempo , 10 Outubro 2013
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Dr.(a) Imparcial,
se assim é, considere o meu texto sem efeito.
Cumprimentos.
Franclim Sénior , 11 Outubro 2013

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