O ACP - Automóvel Club de Portugal defende que os ciclistas sejam obrigados a ter um seguro de responsabilidade civil, já que as novas regras do Código da Estrada tornam as bicicletas com direitos semelhantes aos dos restantes veículos.
O novo Código da Estrada, já aprovado e a aguardar publicação em Diário da República, acaba, por exemplo, com a discriminação dos velocípedes na regra geral da cedência de passagem, e passa a ter prioridade todo o veículo que se apresente pela direita, no caso de não haver sinalização.
"Dado que os ciclistas estão em igualdade de circunstâncias em relação a um veículo a motor e têm um determinado número de regalias novas, a partir daí é fundamental que também tenham um seguro de responsabilidade civil contra terceiros, como têm os carros, os motociclos e tudo o que circula na via pública", disse à agência Lusa o presidente do ACP, Carlos Barbosa.
Para o responsável, a partir do momento em que "têm equivalência aos veículos motorizados", as bicicletas devem ter "o mesmo seguro para responsabilidade de terceiros", no caso de estarem envolvidos nalgum acidente.
Aliás, Carlos Barbosa prevê que as novas regras do Código da Estrada tragam mais acidentes com bicicletas: "A coexistência entre automobilistas e ciclistas nem sempre é pacífica. Tenho receio que, ao aprenderem a conviver, haja vários acidentes e problemas. Acho que é fundamental todos os ciclistas, até para sua própria protecção, terem um seguro de responsabilidade civil".
Entre as novas regras do Código da Estrada dirigidas aos velocípedes está o fim da obrigatoriedade de circular o mais à direita possível, podendo os ciclistas reservar uma distância de segurança face à berma.
Os condutores de automóveis passam a ser obrigados a assegurar uma distância mínima lateral de 1,5 m relativamente ao ciclista e a abrandar a velocidade durante a sua ultrapassagem.
Duas bicicletas passam a poder circular lado a lado numa via e permite-se a sua circulação em corredores BUS, quando tal for autorizado pelas câmaras municipais.
Segundo o ACP, o novo Código equipara as passagens para velocípedes às passagens para peões, tendo agora os condutores dos outros veículos de ceder passagem aos condutores de velocípedes nos atravessamentos em ciclovia.
Numa década, entre 2002 e 2011, o número de ciclistas intervenientes em acidentes com vítimas aumentou cerca de 10 por cento, enquanto os desastres com condutores de outros veículos apresentaram uma redução de 23 por cento, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Lusa/SOL | 28-09-2013
Comentários (12)
Exibir/Esconder comentários
Segurem-se!
Além de terem prioridade em determinadas situações também são responsáveis por muitos acidentes!
Ò Á muralidade Ó Komem todos!
...
Como noutras matériias neste país, criou-se a ideia de que o ciclista deve ser especialmente protegido, com uma multiituude de direitos (alguns meramente imaginários) e praticamente sem quaisquer obrigações.
O exemplo mais grotesco do desnorte nesta matéria éo caso dos corredores de bus.
Presumivelmente, estes foram criados para que os transportes públicos possam circular numa velocidade razoável sem os constragimentos criados pelo trânsito de outros veículos.
Agora, passaremos (aliás já passámos) a ver os autocarros a pastelar atrás de parelhas de cliclistas até conseguirem espaço para os ultrapassar.
Não me parece nada mal que acabe de todo a proibição de circulação de animais e veículos de tracção animal em todas as vias urbanas.
Ou não se poderá reivindicar o direito (para quem o possa exercer) de passear a cavalo (ou de burro) ou de charrette na Avenida da Liberdade ou na segunda circular? Será o burro menos ecológico?
...
Este Barbosa, quando abre a boca, ou entra mosca ou sai ...
...
Acho que é fundamental todos os ciclistas, até para sua própria protecção, terem um seguro de responsabilidade civil
Carlos Barbosa dificilmente poderia expressar mais indubitavelmente que os condutores portugueses têm espírito assassino.
O novo Cód. Estrada tem estas novas normas que de sensato nada têm. As declarações de Carlos Barbosa, infelizmente, não ficaram atrás a esse nível.
Sou peão e ciclista e não concordo com as novas normas que atribuem ao ciclista prioridade em igualdade de circunstâncias com os automóveis. Por razões de segurança e ambientais: obrigam os automóveis a travagens e reacelerações desnecessárias, com maior gasto de combustível e mais poluição.
...
Um automóvel é um forte gerador de risco devido à sua massa e à velocidade que pode atingir.
Uma bicicleta não produz qualquer risco relevante para terceiros, produz apenas um risco reduzido para o próprio ciclista.
Daí que se justifique o seguro de bicicleta mas para protecção do ciclista e não de terceiros.
Por isso são sumamente lamentáveis as declarações de Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal - baralha, volta a dar e... confunde tudo.
Até admito que possa existir um seguro leve de âmbito geral para bicicletas, mas nunca dentro desta lógica conflituosa de confronto e guerra aberta entre automobilistas e ciclistas, que não faz sentido nenhum.
Ciclo ismo
Não percebi ainda se as bics vão voltar a ter matricula, se a policia vai poder multar por manobras perigosas e ou infrações ao CE, se vai haver carta de condução de bicicleta, e se os putos podem andar na via pública e ou se os pais dos menores vão pagar as multas ou ser responsabilizados..
Alguém entende esta salganhada?
...
Os ciclistas não são nem mais nem menos civilizados do que os outros. São produtos da mesma sociedade.
Aliás, em Londres, onde existe um maior ordenamento e civismo na circulação do que cá, os ciclistas são os mais desordenados e desrespeitadores das regras de circulação.
É fácil ver um ciclista a passar sinais vermelhos, a desrespeitar passadeiras de peões, a atirar-se pelo meio de carros e autocarros com uma temeridade que nem os motociclistas têm.
Por duas vezes (e não passo lá a vida, antes escassos dias de tempos a tempos) que vi pessoas a serem quase atropeladas por ciclistas (que nem afrouxaram) em passadeiras de peões. Nunca, em dezenas de anos vi isso com automobilistas.
O ciclista é, de facto, um factor de risco para a circulação e não apenas para ele próprio.
Pela baixa velocidade com que circula em vias de velocidade muito superior, pela instabilidade da bicicleta, por não estar assegurada a sua aptidão e capacidade para se pavonear de bicicleta numa via pública, por não estar asseguado que conhece as normas de cirulação, pela facilidade como salta da via para o passeio e vice-versa, pelo sentido de impunidade que tem face aos automobilistas...
Não se vê nenhuma boa razão para que circule sem seguro de responsabilidade civil uma vez que é uma absoluta ficção que não possa gerar um grave acidente com o seu comportamento. E são as consequências possíveis que o seguro obrigatório visa prevenir.
O problema é que, com seguro obrigatório, lá se iam passeios familiares - incluindo crianças - aos fins de semana e lá ficariam as ciclovias ainda mais desertas do que já estão o que tornaria mais difícil justificar o gasto desse dinheiro. Mas esta já é uma questão política.
...
tem razão quando afirma que um ciclista pode causar um acidente grave. Veja-se aqui
http://www.youtube.com/watch?v=15gQ_kCSpdE
Podia ser muito pior. O ciclista, que nitidamente passou um vermelho, poderia ter levado os dois motociclistas a cair, por exemplo.
O que critico é a parte em que Carlos Barbosa diz que os ciclistas deveriam ter seguro para protecção deles próprios. É ridículo e, pior, provocador. Alguma associação de ciclistas alguma vez se lembrou de vir dizer 'automobilistas, tenham cuidado com as nossas bicicletas. o melhor é fazerem um seguro não só contra danos que vocês possam provocar noutros, mas também contra danos que os ciclistas possam provocar em vocês'. Percebe agora por que é que as afirmações deste senhor são ridículas e provocadoras, assanhando o conflito entre condutores e ciclistas ?
Ah, e sabe o que faço a um carro mal-estacionado ? Grafito-o de uma ponta à outra, se não correr o risco de ser apanhado. E qual é o problema ? Os condutores que não sabem estacionar que façam um seguro contra estas chatices. Para alguma coisa as seguradoras existem. (Ex. de declaração infeliz e provocadora à maneira de Carlos Barbosa, que é mais um, como se não tivéssemos já poucos na praça pública, que o que quer é protagonismo. Ainda o vamos ver na política.)
...
Perigoso é haver idiotas que nunca andaram de bicicleta nem sabem andar, desrespeitarem os ciclistas e acharem-se donos das estradas.
Sou ciclista e sou automobilista e quando conduzo um carro, garanto-lhe, não são os ciclistas que me assustam, mas sim alguns automobilistas CRETINOS.
E já agora, mesmo nas ciclovias, os ciclistas também são perigosos e necessitam de seguro? Pensava que as ciclovias eram só para ciclistas.
Quando o senhor diz que andar de bicicleta na via pública é pavonear-se, está tudo dito acerca do seu respeito por quem anda de bicicleta.
...
Quem diz disparates é quem pensa que nas chamadas ciclovias só há ciclistas.
Por lá passam peões que atravessam ou fazem as suas corridas matinais ou vespertinas bem como rapaziada com patins em linha que circulam confiantemente, devam ou não fazê-lo.
Quando falo nos ciclistas a pavonear-se é mesmo desses que eu falo.
Não é dos que vão para o emprego de bicicleta.
É dos que são automobillistas toda a semana.
Digamos que, da sua conversa, fica bem expresso o que pensa enquanto ciclista. É, certamente, dos tais.
Caro Mal-disposto
Não acredito nessa do que diz fazer aos carros mal estacionados. Mas há quem o faça. Gente mais selvagem do que quem estacionou mal. Uns estacionam mal por falta de civismo (com a desculpa da falta de lugar) e outros cometem um crime de dano (com a desculpa da falta de civismo).
Quanto ao tema, a questão não é o Barbosa ou o ACP. Na política já ele anda.
Escreva o seu comentário
< Anterior | Seguinte > |
---|