Este é um momento de grandes responsabilidades, em que cada um tem de saber assumir o seu papel. O do Tribunal Constitucional era fazer respeitar a Lei Fundamental, e foi isso que os seus juízes asseguraram.
Agora espera-se que o primeiro-ministro, Passos Coelho, cumpra a sua missão de fazer sair o País da crise, admitindo erros, corrigindo caminhos, reformulando no que for preciso o seu Governo. Ao líder da oposição, António José Seguro, exige-se que critique o que tem a criticar, mas também que apresente soluções alternativas, mesmo que nos últimos tempos insista na ideia de que só com legislativas antecipadas o País poderá alterar o rumo e negociar outro tratamento com a troika. Por fim, mas não menos importante, cabe ao Presidente da República, Cavaco Silva, zelar para que as animosidades pessoais, as rivalidades políticas e as divergências ideológicas entre os protagonistas não ponham em causa a recuperação económica e financeira de Portugal.
E é óbvio que, como o próprio Cavaco Silva tem afirmando, este não é o melhor tempo para umas eleições, porque não interessa juntar à crise social e económica uma crise política que atrase a recuperação das contas públicas e desfaça a imagem de responsabilidade que os portugueses souberam construir perante a Europa.
Portugal tem de respeitar os seus compromissos, por uma questão de imagem mas também porque está sob assistência financeira internacional. E cumprir os objetivos em relação ao défice e à dívida pública é, a médio prazo, fundamental. Mas há outros caminhos além daquele que tem deixado a economia de rastos, outras possibilidades além das medidas reprovadas agora pelo Tribunal Constitucional. Ontem foi dia de Conselho de Ministros. E de reunião do chefe do Governo com o Presidente. Na mesa, sempre, o impacte do "chumbo" parcial do Orçamento. Que o sentido de Estado prevaleça.
Editorial Diário de Notícias | 07-04-2013
Comentários (0)
Exibir/Esconder comentários