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Pedro Meireles - Quer nas questões relativas à limitação dos mandatos autárquicos, quer nas suscitadas pela reforma do Estado, os tribunais têm surgido como instituições que decidem questões de natureza política, que decorrem de normas cuja interpretação se apresenta dúbia.

Cabe perguntar pela causa ou origem dessas dúvidas. A resposta é simples: as dúvidas são fruto de uma lei pouco clara e contraditória, que assenta em motivações ou princípios vagos, fruto de uma vontade legislativa equivalente.

Num Estado de Direito Democrático acabam por ser os tribunais a decidir, com clareza e transparência, onde o legislador não quis actuar. É absolutamente essencial que os tribunais sejam respeitados. Actuam no espaço deixado livre pelo poder legislativo, que foi incapaz de produzir leis claras e cuja razão de ser, não se limitando a mera incompetência, visa deixar o 'odioso' para o poder jurisdicional, que surge como o bode expiatório das culpas criadas pelo poder político.

Leis rigorosas, claras, transparentes e perenes dependem da vontade do legislador.

Pedro Meireles, Juiz de Direito | Correio da Manhã | 14-09-2013

Comentários (3)


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A Natureza da questão
Os tribunais são obrigados a decidir sobre questões de todas as naturezas quando para isso são solicitados. É um dever de soberania.
Picaroto , 15 Setembro 2013
...
"Leis rigorosas, claras, transparentes e perenes dependem da vontade do legislador".

Isso era no tempo do Salazar, em que as leis eram feitas com saber e competência.
Mendes de Bragança , 15 Setembro 2013
...
Há uns anos atrás trabalhei algum tempo no gabinete jurídico dum departamento da Administração Pública, que era onde então se fazia o grosso dos projectos legislativos do respectivo sector, e lembro-me que muitas vezes passava-se horas e horas a detectar eventuais inconstitucionalidades e a tentar encontrar a palavra ou a frase exacta que definisse a situação sem margem para ambiguidades...Onde vão esses tempos! Mas quero acreditar que um dia não muito longe voltaremos a ter uma Administração Pública livre, competente, e longe dessa seita de advogados que tomou de assalto as competências da função pública e está a destruir a organização do Estado.
Maria do Ó , 16 Setembro 2013

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