Daniel Oliveira - O trabalho dos jornalistas não é repetir como factos as opiniões da moda. É verificar nos factos - na medida em que os factos nos podem dar respostas - a veracidade de ideias feitas. E, se necessário, desmontá-las. Umas das ideias feitas mais indiscutíveis em Portugal é esta: temos funcionários públicos a mais. O peso do Estado é insuportável e é necessário reduzir o número de trabalhadores e os encargos com eles.
E como se bem torturados os números confessam sempre o que deles quisermos tirar, as provas desta verdade indesmentível acabam sempre por surgir. E se eles não confessam, inventa-se. Ainda me recordo de se dizer por aí que os salários dos funcionários públicos correspondiam a 80% das despesas do Estado, de tal forma a mentira se tornou banal.
Cumprindo a sua função, a RTP fez as contas às despesas do Estado. Não precisou mais do que ir aos números oficiais. Temos cerca de 575 mil funcionários públicos. Menos do que isto, só em 1991. Chegaram, em 2005, a ser quase 750 mil. Desde então não parou de descer. Sem que, no entanto, tenha havido um despedimento coletivo. Ou seja, ao contrário do reza a lenda, Passos Coelho não chegou ao governo e encontrou um Estado que não parava de engordar. Encontrou muito menos funcionários públicos do que cinco ou seis anos antes. Encontrou um Estado que estava a emagrecer há algum tempo. Pela mão do despesista Sócrates. Que, com exceção daquele aumento em ano de eleições, não se pode dizer que tenha tratado os funcionários públicos bem.
Os funcionários públicos representavam, em 2008 (quando eram mais do que hoje), 12,1% da população ativa. A média dos 32 países da OCDE é de 15%. A Dinamarca e a Noruega aproximam-se dos 30%. Abaixo de nós está, para estragar a dimensão europeia deste mito, a Grécia.
Mesmo assim é insustentável. Porque nós não produzimos a riqueza dos dinamarqueses ou da generalidade dos europeus. Bem, o peso dos vencimentos dos funcionários públicos, em Portugal, em relação à riqueza produzida é inferior à média da UE e da zona euro. 10,5% em Portugal, 10,6% na zona euro, 10,8% na União Europeia, mais de 18% em países como a Dinamarca ou a Noruega. Repito: estamos a falar de percentagens relativas ao PIB. Ou seja, dizer que os outros têm mais capacidade para comportar esta despesa não faz qualquer sentido.
Esta é uma das coisas que mais me perturba nesta crise: a repetição ad nauseam de verdades absolutas que os números e os factos desmentem. Não, o peso do Estado português, ou pelo menos os custos com os seus funcionários, não é incomportável para a riqueza que produzimos. Haverá racionalidade a acrescentar à gestão de pessoal do Estado. Haverá desperdício. Mas nem há funcionários públicos a mais nem eles ganham acima do que a nossa produção de riqueza comporta. Os nossos problemas, no Estado, no privado e na nossa integração europeia, são outros. Os funcionários públicos são apenas o bode expiatório de políticos incapazes de enfrentar os atrasos estruturais do País. E um saco de pancada para quem aposta em virar trabalhadores do privado contra trabalhadores do público para assim não pôr em causa os verdadeiros privilégios instalados.
Daniel Oliveira | Expresso | 12-09-2013
Comentários (73)
Exibir/Esconder comentários
...
José Pedro Faria (Jurista) - A velha cassete
O mesmo Daniel Oliveira na última edição do programa "Eixo do Mal" da SIC Notícias, afirmou que quando mostra os números a algumas pessoas, elas encolhem os ombros e limitam-se a repetir: "há funcionários públicos a mais". É estarrecedor.
Em suma: contra factos continua a haver argumentos (ainda que estúpidos e absurdos).
Obviamente há serviços carenciados de pessoal (e que se queixam regularmente disso) e outros com trabalhadores a mais. Mas não trabalhadores a mais, em geral. Quantas vezes será preciso repetir isto?
E, repita-se, os dados apresentados estão desatualizados, não apenas no que respeita ao número de trabalhadores públicos como relativamente ao peso que representam no PIB.
Virar privados contra públicos e jovens contra velhos eis o plano dos ultraliberais que nos governam, tendo como pano de fundo a destruição do Estado e o vexame das instituições públicas e dos servidores da causa pública, desde juízes a assistentes operacionais. E não olham a meios para alcançar o seu objetivo, incluir mentir de forma vergonhosa e descarada.
Já o defendi anteriormente aqui: o liberalismo não é esquerda nem é direita, é um tertium genus que deve ser combatido por pessoas de bom senso, oriundas de todas as áreas políticas.
...
são cerca de 10000 (um pouco menos), mas já foram à roda de 12000.
em certos sítios estão a mais, noutros há a menos.
venha trabalhar para a cml, Mendes de Bragança e logo descobrirá o absurdo do que afirma.
estamos a falar da capital do país. há cidades muito mais pequenas, cujas câmaras empregam mais de 1000 trabalhadores.
é como soi dizer-se: pimenta no traseiro dos outros é doce!!!
José Pedro Faria (Jurista) - Que tipo de Estado queremos?
É sempre boa ideia consultar os dados oficiais. A CML não tem 5.000 trabalhadores, tem cerca do dobro (9.983), E isso é muito ou pouco? Depende do ponto de vista e do tipo de serviço público que queremos (ou não).
O que posso dizer é que os Estados Unidos da América têm 70 trabalhadores públicos por cada 1000 habitantes, com um peso no PIB superior ao total geral nacional. Já agora, por curiosidade, o número de trabalhadores públicos da CML é de apenas 18,3 trabalhadores por cada 1000 habitantes, muito abaixo das médias da maior parte das capitais europeias.
Dizer-se que uma cidade com mais de 500.000 pode manter-se, designadamente, limpa e segura com apenas 800 trabalhadores deixa-me deveras surpreendido (só bombeiros do RSB são 854). Claro, podemos imaginar uma cidade sem bombeiros suficientes, sem polícia municipal, sem pessoal ligado à higiene urbana, sem serviços assistenciais. etc. Talvez pudéssemos privatizar grande parte dos serviços públicos. Mas isso seria positivo para o cidadão comum? Não me parece.
De qualquer forma, antes de argumentarmos, convém sempre consultar as estatísticas oficiais.
...
Então não são funcionários a mais?
José Pedro Faria (Jurista) - Os números incomodam.
Podemos comparar com a cidade de Paris. A Câmara da capital francesa tem 43.000 funcionários, servindo uma população de cerca de 2 milhões de pessoas. Temos 4 vezes mais trabalhadores para uma população 4 vezes maior. O peso dos vencimentos dos trabalhadores da CML, em relação à riqueza produzida, é menor que a dos vencimentos dos trabalhadores franceses.
Já agora, o número da trabalhadores da CML representa 1/4, proporcionalmente, dos trabalhadores públicos dos EUA, relativamente à população deste país.
Números e mais números. O grande inimigo da demagogia.
O Daniel Oliveira é que tem razão: apresenta-se os números, prova-se de que lado está a razão, mas as pessoas, sem argumentos nem razão insistem: "há trabalhadores públicos a mais".
Não há paciência para a desonestidade intelectual. E estou a tentar ser simpático.
...
são a menos os que trabalham, que têm de fazer o trabalho deles e o dos outros e ainda têm de ler estas coisas.
...
...
...
...
Diálogo platónico
Fulano: Como te chamas?
Carlos: Chamo-me João.
Fulano: Mas, olha, todos os teus documentos dizem "Carlos".
Carlos: Pois, mas é João.
Fulano: Até a carta de condução! Vem "Carlos" em todo o lado.
Carlos: O meu nome é João.
Fulano: Olha Carlos, digo, João, isto é uma árvore ou uma pedra?
Carlos: É uma pedra.
Fulano: Mas isto é claramente uma árvore.
Carlos; É uma pedra.
Fulano: As pedras têm ramos verdes?.
Carlos: É uma pedra.
Fulano: As pedras são de madeira?
Carlos: É uma pedra.
Fulano: Com que fundamento dizes que é uma pedra?
Carlos: É uma pedra porque é uma pedra.
Fulano: Gostei muito deste diálogo.
Carlos: Eu chamo-me João e isto é uma pedra.
Moral da história: não vale a pena dialogar com calhaus, acerca de pedras.
...
Então e Câmaras lotadas? Empresas públicas, fundações...temos funcionários públicos em exagero neste país, E acho bem que se diminuam...corte-se no vencimento dos juízes reformados e despeça-se funcionários públicos.
Hasas
...
Ao invés de estar descontente com este pais repleto de funcionários públicos, porque não opta por não se queixar tanto e emigra de uma vez. Assim, o senhor fica feliz porque não tem de viver neste país de funcionários públicos e poderá experimentar a maravilha de países com poucos funcionários públicos. Sugestões para a sua emigração: Papua Nova Guiné, Sudão, República Centro-Africana, Bangladesh.
Pois vá, vá depressa e seja feliz bemn longe destes funcionários públicos.j
José Pedro Faria (Jurista) - Tristes figuras
Não há problema em adotarmos uma posição diferente. Não é isso que está em causa. Mas quando se apresentam números provenientes de estatísticas oficiais que, in casu, demonstram que não há trabalhadores em funções públicas a mais, o que deve um comentador sério? Ou reconhece que estava enganado ou transporta para a discussão uma outra interpretação (que depois poderá ser debatida) ou apresenta outros números que considere relevantes. Isso seria contribuir para uma discussão honesta do problema.
Mas, perante os números, que fazem alguns comentadores? Adotam a postura que Daniel Oliveira ridiculariza - a figura do tonto que insiste na mesma "cassete" mesmo que lhe demonstrem o contrário de forma objetiva.
Encarnar voluntariamente a figura de tontinho que Daniel Oliveira caricatura, não lembra nem ao diabo.
...
irra, que é... enfim...
...
Mas olhe, continue com esse pensamento que é por causa disso que o País está assim, vote bem nas eleições de preferência CDU que esses mantém os funcionarismo público no seu esplendor. Eu por cá vou ficar com a esperança que os sorvedouros do estado diminuam e principalmente juízes com reformas milionárias.
...
Este País só vai para a frente se se diminuírem as associações, as câmaras e principalmente aquelas coisas que o Mário Soares tem mts...ou seja...casa da poesia, ou seja, FUNDAçÔES...
Venham os votos negativos que é só gente a querer o mal do País...
...
A Câmara de Lisboa tem funcionários a mais...
A Câmara de Lisboa tem mais funcionários que o Parlamento da Suécia,
O nosso parlamento é anti-deontológico...
Temos funcionários a mais..
Para o Comentador Farto, aconselho-a a ir viver para a Rússia, Cuba, China...vá em frente amigo...da onlça...
...
Parece-me apenas teórico...deixe a Lei um pouco e seja concreto. Tem medo de perder reforma?
Este País tem de mudar...
...
Há que estudar tudo isto bem.
Talvez reduzirem-se em determinadas áreas seja um objectivo, esperemos que sim.
Cumps
...
parece-me a mim, e por todos os portugueses minimamente inteligentes que é de todo verdade que os temos em excesso.
Há que reduzi-los por forma a controlarmos a nossa despesa o melhor possível. Há institutos e câmaras a mais para aquilo que o País produz. Temos partidos políticos a mais. Veja-se o casa das autárquicas é vergonhoso o dinheiro dispendido...
Vamos contribuir para um País mais desenvolvido mais justo e equilibrado. Vamos reduzir a despesa pública e aumentar a competitividade.
...
Não leu o artigo. Eu relembro o que vem no penúltimo parágrafo: «Bem, o peso dos vencimentos dos funcionários públicos, em Portugal, em relação à riqueza produzida é inferior à média da UE e da zona euro. 10,5% em Portugal, 10,6% na zona euro, 10,8% na União Europeia, mais de 18% em países como a Dinamarca ou a Noruega. Repito: estamos a falar de percentagens relativas ao PIB. Ou seja, dizer que os outros têm mais capacidade para comportar esta despesa não faz qualquer sentido».
Percebido? A estatística já tem em conta AQUILO QUE O PAÍS PRODUZ. E o que gasta com os funcionários públicos FICA ABAIXO DA MÉDIA EUROPEIA.
Está difícil de perceber. Isto dos privados não precisarem de ter habilitações mínimas para acederem aos seus empregos nem serem sujeitos a concursos, está bem à vista nestes comentários.... é uma questão de formação.
...
António, o problema não é só da empresa, é também meu que sou cliente que PAGO para ser atendido BEM E RAPIDAMENTE.
Ai de mim, se no meu serviço estivesse na palheta enquanto um cidadão estava a aguardar. Ou será que a competência e a boa educação só são exigidas aos trabalhadores em funções públicas?
Já nos basta pagar a crise, ser o alvo do Governo e de uns quantos p****as de por aí andamn e ainda temos de nos calar? querias! quanto à reforma milionária, ó António, se eu chegar lá e a tiver, não será milionária e terá por base os meus descontos, pois, ao contrário de muitos privados, não tenho como fugir ao Fisco e ainda ter tempo para insultar quem trabalha. sabe, termino dizendio-lhe: o bom julgador (e o precipitado também) a si mesmo se julga. para bom entendedor... parabéns, que é graças a privados como você que andamos prá frente! IRRAAA!!!
JÁ AGORA SÓ PARA TERMINAR: O MÁRIO SOARES NÃO É TRABALHADOR EM FUNÇÕES PÚBLICAS! O MÁRIO SOARES É POLÍTICO! NÃO CONFUNDA CIDADÃOS QUE TRABALHAM NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COM QUEM A COMNADA OU COMANDOU! ENTENDIDO? ARREEE...
...
EU ESTOU AO SERVIÇO DO POVO PORTUGUÊS. VOCÊ ESTÁ AO SERVIÇO DE QUEM?
DO SEU BOLSO, CERTAMENTE - E EVENTUALMENTE SEM PAGAR OS DEVIDOS IMPOSTOS.
é o que dá ser moralista. mais tarde ou mais cedo, descobre-se que o moralista não tem moral. mais do que irritante e estúpiso, tudo isto é muito triste. mas, olhe, António, se quer ser trabalhador em funções públicas, candidate-se, preste provas e seja admitido (já agora, sem cunhas) como eu e muitos milhares foram e, depois, bem depois, estará ao serviço do povo português com uma míriade de leis para cumprir e comandado por dirigentes ineptos (esses sim, ou escolhidos de entre os yes men, ou de entre privados que não percebem patavina do que andam a fazer, mas têm o mágico cartão do partido). passe bem.
José Pedro Faria (Jurista) - Sem contra-argumentos, um debate é inútil.
Quando se contesta o que outros sustentam entrando em histérica negação, não apresentando um único argumento válido, que interesse tem prosseguir o diálogo?
Perante factos, há quem utilize todo o tipo de falácias, desde o apelo ao preconceito até ao argumentum ad lapidem, enfim, há muito por onde escolher. Argumentos sérios e válidos que coloquem em causa o ficou escrito no artigo, nem um encontro. Não conseguir apresentar um único argumento válido e dizer simplesmente que Daniel Oliveira é "comunista" (o que nem é verdade) é um exemplo da lamentável baixeza intelectual de alguns que por aqui comentam.
Alguém escreveu que eu tinha medo de "perder a minha reforma". Mas quem disse que eu sou ou sequer já fui trabalhador público? Não tenho receio algum por algo que seja exclusivamente meu. Ainda aqui há tempos defendi neste espaço trabalhadores privados alvos da mais abjeta exploração. Aqui não não há clubes nem partidos, não se trata disso. Trata-se de Justiça[ e solidariedade/u]. Que pobres mentalidades por aí vagueiam!...
Penso mesmo que é uma falta de respeito pelo trabalho do Sr. Administrador que este debate tivesse tombado nesta vergonha argumentativa. Se fosse este o objetivo da InVerbis, a existência desta não se justificaria, pois comentários de certo calibre já existem com fartura no Correio da Manhã e em outros órgão de informação e blogs. Penso que aqui deve haver outro tipo de ponderação e de elevação cultural e espiritual.
Para mim, está encerrado este debate.
...
Não há é mesmo paciência para ler comentários absurdos e baseados em meras estatísticas, fruto de algum economista que não acerta uma previsão..
Com mentalidades destes juristas não temos mesmo sentido optimista.
Quando os funcionários públicos trabalharem 1/3 do que trabalham os privados falamos...
...
Para já digo-lhe que não confio em estatísticas, são isso mesmo estatísticas.
Os privados desempenham profissões como todos os outros. Mas diga-me e analise estatísticas, todos os funcionários públicos entram por concurso? É que tenho amigos que trabalham em câmaras que foram colocados com a famosa cunha de selo político, ou isto não entra nas estatísticas? Será que só se consideram funcionários públicos os juízes? E as câmaras? e a psp? e os enfermeiros? Acho que à enfermeiros a menos mas há fundações a mais...e Câmaras e freguesias a mais, e Fundações a mais...
Não há paciência para tal nível de cultura...
...
Pois bem, há lugares que tem em excesso funcionários públicos e outros em que há menos.
Todavia, acho que se deve de uma vez reformar o estado neste sentido, pois temos demasiada oferta, ou melhor, demasiados funcionários públicos sem grande qualidade.
Muitos deles têm-na mas muitos deixam a desejar...
Ainda há dias fui a uma entrevista para uma Câmara, e eram 3 a fazer-me a entrevista, duas delas andaram cmg na escola e era bem medianas e inferiores a mim, passei na entrevista mas o lugar foi ocupado por uma amiga.
De dizer que estas 2 para mim são um excesso.
Vamos cortar onde devemos.
Cumpts
...
Penso que não se trata de número, trata-se mesmo de Portugal se encontrar numa grave crise financeira, em que tem que pagar os seus créditos.
Não é uma guerrilha entre lutas, privados vs públicos, isso não se justifica...Mas se olharmos a números, o sector privado exporta, inova bastante em Portugal, contribui com impostos e S.S. Na minha modesta opinião o Jornalista Daniel Oliveira não tem qualquer razão nos argumentos apresentados.
Bem hajam
...
Passa-se que as chefias da Administração Pública estão politizadas e uma parte dos funcionários públicos existentes é protegida dos partidos políticos e pouco ou nada faz e/ou sabe fazer, e por isso está a mais e só faz gastos e atrapalha. Outra parte dos funcinários está mal distribuída, e faz menos do que poderia e tinha capacidade para fazer se estivesse no local adequado, e onde faz falta. E só uma parte residual dos funcionários públicos continua com dificuldade e carolice a fazer funcionar a máquina do Estado.
Portanto, para melhor defesa do interesse público e melhor prestação de serviços públicos à população, o que há a fazer é dispensar os que nada fazem nem sabem fazer e só gastam e atrapalham, redistribuir os que estão a mais ou são mais adequados a certos serviços, e aliviar e dar boas condições de trabalho aos que são competentes e estão sobrecarregados, para que não fujam para o privado, já que o Estado para ser eficiente deve ter os melhores funcionários.
...
Boa pacheco! Grande pacheco.
E diz o pacheco que tem amigos que trabalham em câmaras que foram colocados com a famosa cunha de selo político. Ó pacheco, esses é que têm que ir para a rua. Mas esses são teus amigos, ó pacheco, vê lá bem isso, grandes amigo tu tens, pacheco.
A Luísa Andrade também é simpática. Quis ir para uma Câmara, mas alguém ficou melhor classificada que ela. Afinal duas das entrevistadoras eram «inferiores» a ela.
Nada imodesta a Luísa. Não, não é ressabiada.
Pacheco e Luísa. Estragava-se só uma casa.
...
Ah! já me esquecia, o Daniel Oliveira não apresentou só argumentos. Principalmente, apresentou FACTOS.
Pobre pereira, que tais frutos dás.
...
...
Desconte S.S
Pague impostos e não viva à sombra dos direitos constitucionais que tem que ser alterados sob pena de vivermos em profundo país inexistencial...
...
A suposta superioridade moral dos comunistas e a arrogância que os caracteriza, fazem deles "peças de museu", portadores de uma ideologia obsoleta e ultrapassada, para quem ainda não aconteceu a queda do muro de Berlim.
Essa gente não consegue ver a história do comunismo, como uma ditadura sanguinária, anti natural e desrespeitadora dos direitos humanos.
Ainda bem que aconteceu em Portugal o 25 de Novembro
...
...
Número de comentários do "não há paciência" - 4 - Número de comentários do Carlos - 6 (mais palavras para quê?!)
B) Luísa Andrade: diz para eu pagar impostos. Não pode dizer a um servidor público "pague impostos". É muito simples. Um servidor do Estado desconta tudo o que deve descontar e paga muito mais de impostos que os privados. Os privados é que mostram 485 euros no recibo, e o resto vem num envelope descaracterizado. E DEPOIS QUEIXAM-SE DAS BAIXAS PENSÕES. Os privados são responsáveis por milhares de milhões de fuga aos impostos.
Grande parte dos privados são calões e malcriados, prestam maus serviços ao país, porque não têm formação adequada. E não seja ressabiada ó Luísa. E você tivesse uma cunha ficava toda contente e caladinha, pois, pois. Estude, cresça e apareça.
C) Pacheco - Diz que tem estudos, mas nem uma simples frase sabe organizar com nexo. Estudos, só se for das Novas Oportunidades. Como é que o Sector Privado há-de ter bons resultados com pessoas que nem sabem escrever?
D) Alcides - Acho que o FP legalizado não quis dizer que é baixeza intelectual afirmar que o Daniel Oliveira é comunista, mas antes que se deve julgar as pessoas pelo que dizem e fazem e não pelos chavões que se lhes quer aplicar. Compreendeu? Até uma criança de 4 anos percebe isto.
É impressionante a ignorância e ma-fé de algumas pessoas. Houve alguém que disse (e com razão) que TEMOS A DIREITA MAIS ESTÚPIDA DA EUROPA. Até nisso tivemos azar.
...
Diga-me lá o que escreve tão bem, é que se escreve bem eu não percebi.
Só manda bitaites e nada de novo...os privados pagam muito mais impostos porque trabalham muito mais, não há desculpa.
Vá estudar...
...
Cursos das novas oportunidades é sector público, aquele que defendes desalmandamente.
Sim, tenho 6 e com este 7 comentários, mas eu se não produzo não recebo. Você não produz e recebe...vá deixe isso que os meus impostos são importantes...
Temos funcionários públicos a mais...
Temos temos...Não há paciência para mais...os impostos custam a todos..
Allez
...
Lá vem o Pereira, diz que «os privados pagam muito mais impostos porque trabalham muito mais». A mim, interessa-me é que a produtividade dos privados é ridícula por comparação COM QUALQUER PAÍS EUROPEU. O país está uma miséria porque os trabalhadores privados trabalham pouco e mal. Só trabalham bem quando vão para o estrangeiro - cá, todos os patrões se queixam. Concordo que as condições de trabalho de muitos privados é horrível. MAS EM VEZ DE DE SE VIRAREM CONTRA QUEM OS EXPLORA VIRAM-SE CONTRA OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS. Estúpidos que nem uma abóbora.
O pereira diz que não me percebe. Pudera, fingir-se desentendido é a melhor arma de quem não tem possibilidade de entender coisas básicas.
OS PRIVADOS SÃO OS GRANDES RESPONSÁVEIS PELA CRISE NO PAÍS, PELA SUA BAIXÍSSIMA PRODUTIVIDADE E PELA GENERALIZADA E BRUTAL FUGA AOS IMPOSTOS QUE OS PATRÕES PROMOVEM E QUE OS SEUS EMPREGADOS ACEITAM. O resto é conversa fiada.
Não há dúvida: o Óscar do Português vai para a dupla Carlos/Pereira. Desta vez fala o Carlos em «alto grau de infelixidades escritas» e em "desalmandamente".
INFELIXIDADES.
DESALMANDAMENTE
E insiste: «Temos funcionários públicos a mais... Temos temos...Não há paciência para mais...os impostos custam a todos... Allez». Isto será um discurso normal? Valha-me a Santa do Arcozelo. Allez, allez, enfim...
Como é que este tipo (o Carlos/Pereira) quer discutir com alguém seja o que for se nem o básico sabe ou compreende? Nem num concurso para cantoneiro da função pública conseguia entrar. E depois queixa-se.
E já agora: as Novas Oportunidades são organizadas pelo sector público, mas a mando dos POLÍTICOS, muitos deles os empresários que exploram os desgraçados do privado.
...
Aliás, você é o Zeka Bumba...só mudou de pseudónimo.
Agora você não dá erros ortográficos, dá erros mentais, de um elevado atraso mental...É preciso escrever com exactidão, certeza e fundamentar.
Não fundamenta, tem em linha de conta um linha e segue-a a risca, ou respira-a...Talvez perceba melhor.
Há funcionários públicos a mais.
Os privados trabalham mais
Pagam mais impostos.
Vá trabalhar e deixe o pc...
Já é altamente remunerado.
...
Caro não há paciência...escrkevo cm quero...tive em frança...pesso dsc pelos erros...mas vocªE n sabe o que escrever, ataca tudo e todos...se tivesse ou trabalhasse tanto como nós, as coisas seriam totalmente diferentes neste país..
Em breve 2 resgate...enfim
...
Penso que a Maria do Ó no seu comentário disse tudo, os bons devem ficar no Estado. O Problema é que fogem por melhores ordenados e uma maior competitividade, por outro lado temos muitos que tem que se colocados noutro lugar.
Comentários rebarbados nesta revista devia-se ter um bocado de atenção.
...
Por outro lado, há que existir um maior rigor na escolha dos funcionários públicos, e as empresas uma maior selecção sobre os seus funcionários.
Acho que a RTP, está cheia de gente que nada faz, tal como as Câmaras e institutos...fundações, juntas, é muita gente a comer do mesmo saco.
...
Um colega meu trabalha no público e acumula no privado. Chega do trabalho no privado quase à meia-noite (20,30 às 23,30, julgo eu). Portanto ninguém melhor que ele sabe comparar os dois sectores.
Se quiserem peço-lhe para disponibilizar num site de fotografias uma foto com o seu recibo do ordenado do privado (com os nomes apagados), que eu já vi, e depois ele explica quanto é que recebe na realidade. A FUGA AOS IMPOSTOS É GENERALIZADA NO PRIVADO. Música, dispenso.
Quanto ao Carlos diz: Agora você não dá erros ortográficos, dá erros mentais, de um elevado atraso mental.. FICA AQUI O AVISO, EU ATACO ARGUMENTOS, NÃO ATACO PESSOAS. QUANDO SE INJURIA ALGUÉM É PRECISO CUIDADO COM AS CONSEQUÊNCIAS. ESTE É UM AVISO MUITO SÉRIO.
Para o Sr. Alves: disse ao FP espoliado que os privados pagam o ordenado aos públicos. Lá está o velho argumento estúpido. Tanto os privados pagam os ordenados aos públicos como o contrário. Quando eu levo o carro à oficina estou a ajudar a pagar o salário de quem?
Um privado não me paga salário nenhum, paga é os serviços públicos - hospitais, escolas, protecção civil, etc - a que tem direito. Ou queria que os funcionários públicos trabalhassem à borla?
Não há mesmo paciência para tantos argumentos baixos, rascas e reles.
...
eu também pago o meu ordenado e a segurança social que nos pode pagar o subsídio de desemprego.
a diferença é que eu pago mesmo, o senhor pode pagar... ou não.
mais, se eu não consumir (e cada vez consumo menos), ao meu empobrecimento corresponde uns quantos despedimentos no privado. já pensou nisso? ou acha que só uma parte do barco é que afunda?
os melhores cumprimentos.
ps: já cá faltava este argumento, que vale zero, basta só pensar que desde a reforma do irs de 1989 (salvo erro) os trabalhadores em funções públicas pagam impostos sobre os seus rendimentos. caramba, ao fim de 24 anos ainda não interiorizaram isso? e depois admiram-se de terem concorrido a empregos públicos e não terem sequer sido admitidos por não preencherem bem o requerimento...
...
quanto à moderação nos termos ora consulte lá os escritos de quem está do lado da sua "barricada".
e até mesmo uma sua intervenção anterior quando sugeriu (para ser polido) que auferia uma reforma milionária. por isso, "ai, aguenta, aguenta"!
...
Caro não há paciência, já o Zeka Bumba e outros (Antoninho que só mudavam os nicks) ameaçavam com esse tom intimidatório.
Posso facultar-lhe o meu nome, morada, fico à espera dessa ameaça que em nada abona em seu favor.
Posso-lhe dizer que irei responder na mesma moeda.
Analisando os vossos estatutos posso de igual modo "ameaça-lo" com uma participação na entidade que supervisiona a vossa profissão.
Cá estou à espera dessa ataque...bora!
...
Quanto aos privados não declararem tudo, isso é uma ilusão nos dias de hoje, somos obrigados a declarar tudo e temos uma tabela de imposto muitas vezes alargada (IVA/IRS/S.S).
Não temos apoios de saúde, não temos regalia que o Estado ainda faculta aos seus empregados.
Vão dando respostas inúteis.
É a minha opinião e ponto final.
...
Então és funcionário público és pago com o dinheiro de quem? Sou privado não beneficio de saúde, hospitais, escolas...
Não beneficias tu de hospitais, escolas? O teu ordenado é pago com o dinheiro público. Hoje em dia talvez com o dinheiro da S. Social que as empresas, sim empresas pagam...
Não tens argumentações. Remete-te ao silencia Zeka Bumba! Pode vir com o Não há paciência...mas sabemos que és o Zeka Bumba!
...
Há por aí pobres diabos que cansados de proferir disparates no DN, onde não há controlo nenhum de comentários, decidiram vir para aqui vomitar as suas frustrações. Não há paciência.
Diz outro comentador que os privados são "obrigados a declarar tudo". Sabendo-se que O Estado perde todos os anos12 mil milhões de euros em fuga aos impostos, então devem ser os juízes os culpados. Embora na maior parte dos casos, sejam os empresários a enfiar ao bolso, INFELIZMENTE TODA A GENTE CONHECE EMPREGADOS DO PRIVADOS QUE MOSTRAM 485 EUROS NO RECIBO E O RESTO 8POR VEZES MAIS DE 1000 EUROS) VEM POR DEBAIXO DA MESA. Estamos a brincar ou quê? Música, podem dar a outro.
...
Os privados não estão assim tão bem como pensa.
Aliás, os juízes é que mandam todos os processos para trás, porque coloca-los em tribunal.
Não há paciência para tão baixo nível de privado vs público.
Enfim...
...
1) Há Câmaras a mais;
2) A Fundações a mais;
3) Há juízes maus a mais;
4) Há Fisco a Mais;
5) Há Asae a mais;
6) Há enfermeiros a menos;
7) Há médicos a menos;

9) Há polícias a menos;
10) Há muita coisa a menos e muita a mais...
...
Bem, pode voltar ao não faz nenhum que no privado se não fizermos nenhum...temos de compensar para além das horas sem receber...
Números, álgebra, percentagens, estatística... e maus exemplos 1/4
--------------------------------------
Daniel Oliveira prestou um péssimo serviço à causa dos funcionários públicos.
Embora em Portugal o que se paga aos funcionários públicos seja, em termos absolutos, menos do que na Noruega, a verdade é que temos muito menos funcionários públicos.
Importava ter isso em consideração...
Façam as contas e verão que, em relação à riqueza produzida no país, o FP português recebe, em média (abaixo explico por que razão as médias não interessam quase nada), mais do que o FP norueguês.
Se não souberem fazer as contas, dou-vos uma ajuda: para sermos iguais à Noruega, ou seja, para que o rácio "riqueza nacional distribuída aos FP / nº total de FP" fosse igual, teríamos de ter, segundo as minhas contas, 17,5% de funcionários públicos em relação à população activa. (Concordo com Daniel Oliveira: não temos funcionários públicos a mais. Sempre que vou às Finanças, à Seg. Social, a um Hospital, ao Tribunal, as coisas demoram muito mais tempo do que o desejável. Se numa ou noutra situação pode haver incompetência, na maior parte das vezes vejo, pelo contrário, que as pessoas estão a trabalhar activamente, despachando com a rapidez possível os utentes.)
(Um à-parte: é uma péssima metodologia, esta a de falar de FP em relação à "população activa" - mas foi, hélas, a utilizada pelo articulista -, porque há população não activa (crianças, jovens, idosos, pessoas com deficiência) que também precisam dos serviços dos funcionários públicos! Quaisquer consequências que se queiram tirar de um estudo que utiliza esta metodologia são, com o devido respeito ao Daniel Oliveira, para atirar imediatamente para o lixo. E não me venham com a estória da carochina do argumento de autoridade: "Ah e tal, mas é que esta matodologia (sim, "matodologia", porque mata!) é seguida por "n" instituições muito bem conceituadas". Pois eu não tenho consideração por disparates - e, com o devido respeito, esta metodologia é um disparate - e muito menos sigo argumentos de autoridade.)
Retomando: ora como temos muito menos do que 17,5% de funcionários públicos, isso quer dizer que a riqueza que é distribuída aos FP portugueses os torna, em média, mais bem pagos do que os funcionários públicos noruegueses, em relação à riqueza nacional produzida. (Não em termos absolutos, como é evidente! A Noruega é um país bastante rico, com reservas de petróleo muito razoáveis. Por alguma coisa eles não quiseram entrar para a UE. É natural que na Noruega a média do vencimento de um FP possa ser, em média, o dobro em relação ao caso português, também em média.)
Sim, gastamos muito menos com os funcionários públicos do que a Noruega.
Em termos absolutos, sim! Em termos de % do PIB também!
Mas os comensais são muito menos! Por isso, em relação ao que está na mesa para comer... comem mais do que os noruegueses.
Em termos relativos, claro, não em termos absolutos.
Vejamos:
A Noruega tem, segundo o articulista, cerca de 30% de funcionários públicos. Gasta com eles 18% do PIB. E nós?
Para que fôssemos iguais à Noruega, e tendo em conta (dados de Daniel Oliveira) que gastamos 10,5 do PIB com os funcionários públicos, teríamos de ter 17,5% de FP em relação à população activa (metodologia errada, mas já que foi a utilizada por DO, então que se vá até ao fim com ela.) Só se tivéssemos 17,5% de FP é que poderíamos dizer que Noruega e Portugal pagam ao total dos seus FP o mesmo, em % do PIB.
Números, álgebra, percentagens, estatística... e maus exemplos 2/4
O que interessa, se queremos ser iguais à Noruega (se é que interessa que sejamos iguais, coisa de que tenho as maiores dúvidas, já que as realidades sociais são diferentes!) é que em ambos os países o total dos FP receba a mesma % do PIB. Ou seja, a mesma fatia da riqueza produzida pelo país.
Em Portugal, os FP, ao serem menos do que os 17,5% referidos, ganham mais que os noruegueses em relação à riqueza nacional do respectivo país.
Vou explicar como cheguei a estas conclusões, mas primeiro convém saber um mínimo de álgebra:
z x y = w (3 incógnitas, das quais não sabemos nenhum valor)
então podemos concluir que
w / z = y
e que
w / y = z
(mesmo sem saber o valor de qualquer incógnita. Tenham elas o valor que tiverem, isto é sempre verdade)
Se não percebem isto, nem vale a pena. Voltem à escola. Isto aprende-se no 7º ano de escolaridade.
Ok, eu explico: substituam z por 2, y por 4, e w por 8. Agora vejam se não bate tudo certo.
Reparem:
na Noruega, por cada 100 unidades de riqueza produzida 18 vão para 30 FP de cada 100 pessoas da população activa. Há um rácio de 0,6. Explico: 18 unidades de riqueza a dividir por 30 pessoas dá 0,6.
Em Portugal só teríamos esse rácio se tivéssemos 17,5 FP por cada 100 pessoas da população activa. Prova: sabendo que gastamos 10,5% do PIB com os FP, façamos as contas, hipotizando que tínhamos mesmo 17,5% de FP: por cada 100 unidades de riqueza produzida, 10,5 vão para 17,5 de cada 100 pessoas da população activa. 10,5 / 17,5 = 0,6. Assim sim, teríamos o mesmo rácio que a Noruega.
Conclusão: só com 17,5% de FP a receber o mesmo que recebem actualmente os FP que existem (e que são menos do que 17,5%) é que teríamos cada FP a ganhar, em média, do PIB nacional, o mesmo que um FP norueguês, em média, ganha do PIB do seu país.
Qualquer erro ou falácia nas minhas contas, é favor assinalar.
Daniel Oliveira prestou um péssimo serviço ao país e aos funcionários públicos, com desinformação, e sem estar consciente do que estava a fazer.
Mas para que não se continue a pensar que os FP portugueses são uma ladroagem, eu resolvo o problema, apesar de nesta Revista já ter sido atacado até com má educação sempre que não estou 100% de acordo com as reivindicações dos funcionários públicos. E isso mesmo depois de dizer que estou totalmente contra quaisquer despedimentos na Função Pública, e de dizer uma, outra e outra vez, que certas profissões dentro da FP deveriam ser aumentadas! Enfim...
Resolvamos então o problema e façamos (rectius, faço eu, porque de matemática nem o Sr. D. Oliveira nem os comentadores acima, salvo o devido respeito, percebem grande coisa; de contrário teriam visto o que está bem à vista, e que pode ser aproveitado por gente mal-intencionada para dizer que os FP, afinal, ganham bem demais...) um favor à causa dos funcionários públicos, que me merecem todo o respeito (embora alguns não me mereçam consideração nenhuma, lamento; uma coisa é o respeito, que é devido a todos; outra a consideração!):
Mesmo chegando à conclusão de que o FP português ganha, em relação à riqueza produzida no País, mais do que o FP norueguês, ainda assim isso não quer dizer nada. Ou praticamente nada, para ser mais exacto.
Costumo dizer: «quem só fala de médias, só diz "mérdia"». Desculpem a linguagem, mas é que há mais de 20 anos que fico mal disposto quando só vejo médias. Não me interessam para quase nada. Dizer que em Portugal o PIB per capita (que é uma média: é o PIB / número de habitantes) é "x" não me interessa PARA NADA! E não devia interessar para quase nada a quase ninguém.
O que me interessa é saber que % da população produz ou ganha até 5000 euros / ano, que percentagem até 10 mil euros, que % até 20 mil euros, e por aí fora. Ou seja, eu queria o diabo de um gráfico com barras, e não a média que dele resulta! Essa calculo eu sozinho, não preciso que a calculem por mim.
Números, álgebra, percentagens, estatística... e maus exemplos 3/4
Mas dizia eu: podemos chegar à conclusão de que 85% dos FP portugueses ganham como ganham os FP norueguees, tudo em % do PIB dos respectivos países. O pior é que depois vêm os FP principescamente pagos, como os administradores da Carris, do Metro, e dessa charangada toda, que desequilibram as contas de uma forma acentuadíssima e fazem disparar a média. Percebem? É por causa destas realidades que Portugal tem dos maiores desequilíbrios entre ricos e pobres. E depois vêm com médias! É por estas e por outras que eu não aturo estudos em que só se referem médias! IRRA! Metam as médias no lixo que é onde elas estão bem: sossegadinhas e sem drogar a cabeça a ninguém.
«Bem, o peso dos vencimentos dos funcionários públicos, em Portugal, em relação à riqueza produzida é inferior à média da UE e da zona euro. 10,5% em Portugal, 10,6% na zona euro, 10,8% na União Europeia, mais de 18% em países como a Dinamarca ou a Noruega. Repito: estamos a falar de percentagens relativas ao PIB. Ou seja, dizer que os outros têm mais capacidade para comportar esta despesa não faz qualquer sentido.»
Parecendo desfazer uma falácia, Daniel Oliveira não desfaz falácia nenhuma. Pois é, a Noruega gasta 18% do PIB com os seus FP. Mas gasta 18% com... 30% da população activa! Se cá pelo rectângulo quisermos seguir o mesmo rácio, então de duas uma: ou acabamos com os FP mais bem pagos (e não "melhor pagos", como agora os analfabetos dizem, confundido o adjectivo com o advérbio), para baixar a média e ficarmos de acordo com a Noruega; ou baixamos os salários a todos os FP. Ou então é melhor abandonar as ideias de Daniel Oliveira, que ao dar o exemplo da Noruega não viu onde se ia meter.
«Não, o peso do Estado português, ou pelo menos os custos com os seus funcionários, não é incomportável para a riqueza que produzimos. Haverá racionalidade a acrescentar à gestão de pessoal do Estado. Haverá desperdício. Mas nem há funcionários públicos a mais nem eles ganham acima do que a nossa produção de riqueza comporta.»
Se ganham acima do que a nossa riqueza comporta não sei. Isso implica uma valoração, não é uma questão meramente aritmética. Sei que os nossos FP, em média, ganham mais, em % do PIB nacional, do que os FP noruegueses ganham em % do PIB lá da Noruega, que foi apontado como exemplo por Daniel Oliveira. Era melhor que tivesse visto que era um péssimo exemplo! Daniel Oliveira ficou espantado por lá na Noruega se gastar 18% do PIB com os FP. Ficou espantado com o facto de lá na Noruega haver 30% de FP. Esqueceu-se de fazer o óbvio: relacionar os números, para perceber quanto ganha em média, em % do PIB, cada FP lá na Noruega. E depois comparar com Portugal. Veria que em Portugal o FP médio está melhor do que o FP médio na Noruega, embora em termos absolutos o norueguês esteja melhor. É aliás o facto de o norueguês estar, em termos absolutos, melhor, que permite ao Estado Norueguês atribuir menos dinheiro, em % do PIB, ao FP norueguês. Isto é elementar. Para quem sabe alguma coisa de matemática e de economia, claro.
Já estou como um grande Advogado meu amigo: "Eu percebo pouco disto, e o meu amigo não percebe nada."
Sr. Daniel Oliveira:
Simon Wiesenthal disse: "sobreviver é um privilégio que implica obrigações".
Da próxima vez esforce-se mais, porque tem inteligência para isso. Eu até concordo com algumas coisas que diz. Por exemplo, a questão da ADSE. Não se deixe levar por aquilo que lê à primeira vista ou que lhe vem imediatamente à cabeça. Não se deixe levar pelas paixões. Para isso já temos um Governo apaixonado por burricadas (de B*****e + barracadas).
Bibliografia recomendada:
livros de matemática até ao 7º ano de escolaridade. Chegam e sobram para entender o problema descrito.
Deixo-vos um desafio:
Como é que eu cheguei aos 17,5% de FP em relação à população activa?
Reparem que as contas batem certo (se não for o caso, corrijam-me), e é com esses 17,5% que ficaríamos iguais à Noruega, desde que todos os outros números se mantenham inalterados (nº de FP na Noruega; % do PIB desse país que é destinado aos seus FP; % do PIB de Portugal que é destinado aos FP portugueses).
Não foi por tentativa e erro. Foi com álgebra. Alguém quer fazer a demonstração? Em cima deixei pistas.
Não sei se perceberam mas eu não quero que sejamos como a Noruega (excepto no que toca ao petróleo: dava um jeitão!). Porque ser como a Noruega implicava uma de duas coisas: ou aumentar o nº de FP para 17,5% mas sem aumentar a % do PIB que serve para pagar os FP; ou diminuir os salários aos FP existentes. Não sei é se alguém tinha percebido isto antes de ler o que eu escrevi...
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript ativado para o visualizar
...
Quem tenta tecer comentários mais elaborados (não é exactamente o meu caso porque não tenho paciência para isso) é imediatamente cilindrado com ofensas ou frases-feitas sem qualquer nexo. Eu próprio já fui recentemente apelidado de "atrasado mental". Tudo normal.
Concordo com umas coisas que escreve, com outras não tanto e com outras discordo completamente. Se tiver paciência para isso, talvez lhe mande um mail. Aqui, não vale a pena.
P.S.: Aqui há tempos, consultei a sua "Aquisição Tabular". Creio que citarei uma passagem sua.
Correcções; desafio
1) Onde escrevi
«Só se tivéssemos 17,5% de FP é que poderíamos dizer que Noruega e Portugal pagam ao total dos seus FP o mesmo, em % do PIB.»
deveria estar
«Só se tivéssemos 17,5% de FP é que poderíamos dizer que Noruega e Portugal pagam a cada um dos seus FP, em média o mesmo, em % do PIB.»
2) Onde escrevi
«O que interessa, se queremos ser iguais à Noruega (se é que interessa que sejamos iguais, coisa de que tenho as maiores dúvidas, já que as realidades sociais são diferentes!) é que em ambos os países o total dos FP receba a mesma % do PIB. Ou seja, a mesma fatia da riqueza produzida pelo país.»
deveria estar
«O que interessa, se queremos ser iguais à Noruega (se é que interessa que sejamos iguais, coisa de que tenho as maiores dúvidas, já que as realidades sociais são diferentes!) é que em ambos os países cada FP, em média, receba a mesma % do PIB. Ou seja, a mesma fatia da riqueza produzida pelo país.»
3) Onde escrevi
«Esqueceu-se de fazer o óbvio: relacionar os números, para perceber quanto ganha em média, em % do PIB, cada FP lá na Noruega. E depois comparar com Portugal. Veria que em Portugal o FP médio está melhor do que o FP médio na Noruega, embora em termos absolutos o norueguês esteja melhor.»
teria ficado melhor com o acrescento que vai sublinhado:
«Esqueceu-se de fazer o óbvio: relacionar os números, para perceber quanto ganha em média, em % do PIB, cada FP lá na Noruega. E depois comparar com Portugal. Veria que em Portugal o FP médio está melhor do que o FP médio na Noruega, na perspectiva do que um e outro recebem, em % do PIB do seu país, embora em termos absolutos o norueguês esteja melhor.»
Qualquer dúvida, comentem aqui ou contactem-me para
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript ativado para o visualizar
Vou ficar muito admirado se ninguém disser o seguinte, ou equivalente (isto vai propositadamente indecifrável):
«Mas Gabriel, esqueceu-se de ver "qacfePéae", o que faz com que, em % do PIB, "aoFPpnlatdpc", o que obriga a refazer os cálculos.»
Cada letra é a inicial de uma palavra. Não vai lá com "adivinhar", garanto. Daqui a 36 horas eu abro o jogo, se ninguém contra-argumentar com um argumento... tão fácil. Leiam o que escrevi, e tentem ver onde pode estar o "gato". Tem que ver com a conjuntura. Vá lá, não é difícil.
E então, já decidiram se querem que cada FP português receba, em média, a mesma % do PIB que o FP norueguês ou dinamarquês recebe? Espero bem que não queiram o ex. da Noruega ou da Dinamarca. Quem vos avisa...
domingo de eleições, 14:04
...
Mas porque coloca Dinamarca e Noruega no seu comentário? Seria preferível pagarmos aos funcionários públicos os valores que se aplicam nestes países, mas para isso teríamos de ter os melhores funcionários públicos, os melhores empregados, os melhores trabalhadores.
Além disso, e hoje em tempo de eleições teríamos de ter um diminuto n.º de cargos políticos como nesses países, pois enquanto isso não acontecer seja no Parlamento seja nas Câmaras é de todo infundamentado apresentar estatísticas desses países no nosso país nos dias de hoje.
Aliás, não se entende este todo complexo a favor dos funcionários públicos quando muitos são colocados pela cor política.
Fica apenas uma opinião...que poderá reflectir antes de invocar países que em nada se comparam ao nosso...
Solução
«Mas Gabriel, esqueceu-se de ver "qacfePéae", o que faz com que, em % do PIB, "aoFPpnlatdpc", o que obriga a refazer os cálculos.»
Cada letra é a inicial de uma palavra. Não vai lá com "adivinhar", garanto. Daqui a 36 horas eu abro o jogo, se ninguém contra-argumentar com um argumento... tão fácil. Leiam o que escrevi, e tentem ver onde pode estar o "gato". Tem que ver com a conjuntura. Vá lá, não é difícil.
E a solução é:
«Mas Gabriel, esqueceu-se de ver “que a carga fiscal em Portugal é actualmente enorme”, o que faz com que em % do PIB, “actualmente o FP português não leve assim tanto dinheiro para casa”.»
Só queria fazer um desafio. Assim como o artigo do Daniel Oliveira continha dados que ele não viu, não ponderou, também a minha análise era superficial. Eu já o sabia de antemão; foi-o propositadamente!; queria era que as pessoas descobrissem. Queria que percebessem que, por detrás de uma suposta desmontagem de uma falácia (latissimo sensu, abrangendo muito mais do que os erros de lógica), pode estar uma falácia ainda maior. E mostrar muitos números pode ser só show-off. Pode-se mentir com números. Inconscientemente, ou conscientemente, como eu fiz: bastou ocultar a questão da carga fiscal! Assim, seleccionando os números que queremos, temos o resultado que queremos. Apesar de já toda a gente saber isto, a apresentação de números em catadupa continua a ter o condão de hipnotizar as pessoas. É necessária uma vigilância constante e um grande conhecimento da realidade. Não que eu o tenha!
É preciso estimular o gosto pela matemática aplicada à Economia e às Finanças e duvidar, duvidar, duvidar sempre. Fazer conjecturas e testá-las.
Estou muito cansado, desculpem. Amanhã respondo aos gentis comentários dos comentadores que me responderam, a quem desde já muito penhoradamente agradeço o diálogo.
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript ativado para o visualizar
02:11, terça, 01-10-2013