Araújo de Barros: «Na Justiça não há vitórias nem derrotas. Como desprezo a jactância dos políticos, sociólogos ou jornalistas que, pouco ou nada sabendo de justiça, se arvoram em comentadores dos feitos judiciários!»
Aqui os comentadores nem são controlados pelos resultados.
Que saudades do Alves dos Santos! Em pouco mais de meia hora apresentava o resumo da jornada. E se o jogador tinha 'inteligência nos pés e futebol na cabeça', eram as qualidades realçadas em comentário que acompanhava as imagens. Nada comparável às maratonas televisivas com que os comentadores desportivos nos brindam. Sinais dos tempos: se até os políticos já preferem dedicar-se só ao comentário...
Interrogar-se-á que esperava crónica sobre a Justiça: tem tudo a ver, com a agravante de que aqui os comentadores nem são controlados pelos resultados. Na Justiça não há vitórias nem derrotas. Como desprezo a jactância dos políticos, sociólogos ou jornalistas que, pouco ou nada sabendo de justiça, se arvoram em comentadores dos feitos judiciários!
E não irei adjectivar sequer os que de nós se abalançaram a trilhar esse caminho. Advogados ou magistrados que, na sua profissão, se pautam pela mediocridade, mas cuja exposição mediática lhes permitiu colher imerecidos frutos. As sociedades com crise dos valores são mais vulneráveis à proliferação e sucesso de actividades de cunho parasita. Tratar-se-á disso?
Araújo de Barros | Correio da Manhã | 13-04-2013
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