Líder da empresa que gere a dívida pública terá uma remuneração anual de quase 300 mil euros. Finanças não revelam os vencimentos dos gestores
O ministro das Finanças está a esconder os salários dos gestores da nova Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública-IGCP, para a qual o Governo criou um regime remuneratório de excepção. Os salários de João Moreira Rato, presidente do IGCP - veio do Morgan Stanley -, e de Cristina Casalinho, vogal do IGCP, era economista-chefe do BPI são muito superiores ao do primeiro-ministro, segundo apurou o CM, mas o ministério de Vítor Gaspar não esclarece a situação.
Na última quinta-feira, um mês depois de terem sido enviadas as primeiras perguntas ao Ministério das Finanças, o CM voltou a confrontar o ministério com a remuneração anual de quase 300 mil euros que João Moreira Rato receberá como presidente do IGCP, mas a tutela não respondeu.
Os sinais de incómodo do Governo com os ordenados dos gestores do IGCP são visíveis na recusa de Passos Coelho em responder a um requerimento do PS sobre esse assunto. "Fizemos um requerimento ao primeiro-ministro sobre o regime remunera tóriode excepção no IGCP. O primeiro-ministro devolveu-o à Assembleia da República, dizendo que a responsabilidade não era dele, mas do ministro das Finanças" explicou Carlos Zorrinho, líder parlamentar do PS.
Na sequência da posição do primeiro-ministro, o PS fez um requerimento ao ministro das Finanças sobre o mesmo assunto. Vítor Gaspar não respondeu. Na base do regime de excepção no IGCP está a sua conversão em empresa pública. Com esta mudança, os seus gestores podem optar pelo salário médio dos últimos três anos. E o ordenado é fixado por despacho do ministro das Finanças.
Pressão para baixar IRS
Vítor Gaspar está sob forte pressão para aceitar uma descida da carga fiscal, em particular nas taxas aplicadas nos novos cinco escalões do IRS. E o ministro das Finanças, apesar de já ter dito que o Governo irá fazer um esforço para suavizar o "enorme aumento de impostos" não estará disponível para aceitar alterações significativas na política fiscal.
O Conselho de Ministros reúne-se hoje, mais uma vez, para aprovar a proposta do Orçamento de Estado para 2013, que tem de ser apresentada na Assembleia da República até à meia-noite. E tudo indica que o assunto principal da reunião será, inevitavelmente, o aumento da carga fiscal para 2013, até por causa das fortes críticas do País ao aumento brutal das taxas de IRS apresentadas na versão preliminar do Orçamento de Estado. Mais do que a pressão no interior do Governo para a descida na carga fiscal, é o recado do Presidente da República, no sábado, que está a fazer agora mais pressão.
Para que não restem dúvidas, Cavaco Silva frisou que, "nas presentes circunstâncias, não é correcto exigir a um país sujeito a um processo de ajustamento orçamental que cumpra a todo o custo um objectivo de défice público fixado em termos nominais.
António Sérgio Azenha | Correio da Manhã | 15-10-2012
Comentários (10)
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Vou voltar para a minha caverna.
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simples.
quem nunca perde - os grandes bancos.
quem pode perder - o estado e o povo.
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Isto só lá vai com uma revolução!...
Revolução... com sangue nas ruas!...
Já faltou mais...
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Sangue?
Isso queriam muitos para depois se aproveitarem.
É mais simples: Basta prendê-los depois de devidamente julgados.
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Atenção, o bando de LADRÕES não é só deste governo, o PS também pertence ao bando, só que temporariamente os assaltos estão por conta do PSD e CDS.
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