Dos 3975 carros da PSP, 722 estão inoperacionais. Contas feitas, mais de 18% da frota automóvel da polícia está actualmente avariada. Segundo um levantamento a que o i teve acesso, Lisboa é o comando com mais carros inoperacionais: são 326 carros parados. Segue-se o Porto com 182 e Setúbal com 43. E há casos, como o da divisão de Sintra, em que dos cerca de 60 carros existentes só 12 andam. Os restantes 40, contou ao i fonte daquela divisão, estão parados devido a pequenas avarias.
"Temos de tudo: desde viaturas que sofreram pequenos acidentes e nunca mais foram arranjadas, a carros que estão a verter óleo, revisões que não foram feitas e pneus desgastados."
A falta de veículos é de tal ordem que, numa das esquadras, um agente do programa Escola Segura está a trabalhar "a pé". E nas esquadras da Mira-Sintra e de São Marcos não há, desde há um mês, um único carro disponível. "A lógica tem sido rentabilizar o que ainda existe", diz a mesma fonte. Exemplo disso é o que tem feito o comandante de uma das esquadras – que está a usar um carro emprestado, depois de ter ficado sem meio de transporte.
Os cerca de 40 carros avariados de Sintra têm estado parados na divisão, mas ontem os agentes deram pelo seu "desaparecimento", porque foram levados para as oficinas da PSP em Alfragide. "Está programada uma visita do ministro [Miguel Macedo] à divisão para esta semana e não podemos deixar de associar as duas coisas", diz a mesma fonte.
Paulo Rodrigues, da Associação Sindical Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), admite que os carros possam ter sido levados "para arranjar". É que nos últimos 15 dias, em Lisboa, mais de 40 viaturas foram concertadas recorrendo-se a peças de outros carro avariados.
A maioria das avarias, de Norte a Sul, são de fácil resolução – como lâmpadas fundidas, falta de calços de travões ou problemas eléctricos, acrescenta Armando Ferreira, do Sindicato Nacional de Polícia (SINAPOL). "Por norma não são avarias excepcionais, só que os concursos para aquisição de material demoram muito tempo", concorda Paulo Rodrigues. Um exemplo é o concurso para a compra de carros novos que a tutela abriu em Janeiro e ainda não terminou. "É preciso compreender que as instituições não são todas iguais. A PSP tem de funcionar 24h por dia e há muitos imprevistos", sublinha o presidente da ASPP, defendendo uma "desburocratização" de procedimentos. Armando Ferreira garante que já há "muitos agentes" a usar carros particulares para trabalhar, "quando alguns comandantes da PSP usam as viaturas de serviço para fins pessoais", remata.
O i tentou um comentário da Direcção Nacional da PSP até ao fecho da edição, mas tal não foi possível.
Rosa Ramos | ionline | 20-03-2012
Comentários (5)
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Alguém sabe, por exemplo, explicar para que servem os carros da "Escola Segura"?
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Por fim, caso não saiba ou não veja...os senhores agentes fartam-se de patrulhar a pé...anda a dormir??!!...agora obviamente que tem de haver patrulha e deslocação a ocorrências em veículos policiais.
....Mas quando necessitar de ajuda policial, diga mesmo "eu não concordou que o agente venha de veículo, ele tem que vir a pé para poupar os carros e ganhar em preparação física" penso que passado 3 ou 4 horas seria devidamente socorrido! Lol
Carrissimo, por favor poupe-nos de ideias fúteis!!!
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Relativamente aos comentários sobre o patrulhamento apeado, ele existe, e é direcionado para os locais de comércio e serviços, tão só e somente, no ãmbito do policiamento de proximidade.
Há que ter em mente que atualmente a criminalidade não é a mesma que há umas décadas, nem a demografia é igual. Em zonas eminentemente urbanas (digo antes, residenciais) é impraticavel o patrulhamento apeado, e o mesmo seria ineficaz.
Agora imagine-se lá uma área de jurisdição de uma esquadra com cerca de 20 Km quadrados, onde o comércio existe apenas na zona central, sendo o restante da área de habitação (ou se preferirem especificar, uma zona de "dormitório", com prédios ou vivendas).
Imagine-se então diversas patrulhas apeadas ao longo desses 20 Km's quadrados, a "passear" por entre ruas de blocos prediais ou vivenda atrás de vivenda...
Se as pessoas se queixam dos resultados das patrulhas auto, imaginem então se as patrulhas fossem maioritariamente apeadas, nas circunstâncias acima referidas...
Não é preciso muito, basta olhar para locais como o Cacém, Cascais, São Domingos de Rana, Oeiras...
Continua o português médio a queixar-se e a exigir maior policiamento apeado... pelo andar da carruagem, estarão mesmo em vias de o ter, depois queixem-se novamente para que se retorne ao modelo anterior...

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